Passados três longos anos, Sherlock regressa à televisão e valeu a pena a espera.
Com uma pequena lembrança do que tinha acontecido, o episódio começa com Mycroft a fabricar as imagens para ilibar Sherlock, de modo a este conseguir impedir o que é quer que seja que Moriarty tem planeado. Então Sherlock passa os meses seguintes sempre atento a todo e qualquer caso, resolvendo-os de rajada, com um toque do humor a que a 3.ª temporada nos tinha habituado. Até que Lestrade surge com um caso interessante, onde um corpo tinha sido escondido atrás de um banco falso para ninguém ver, até o carro explodir. No meio disto tudo, encontram um busto de Margaret Thatcher partido. Sherlock resolve rapidamente o caso, mas fica interessado no busto, tanto que quando Lestrade encontra um novo caso com um busto idêntico o chama. Analisando o padrão e convencido que iria levar a Moriarty, consegue descobrir onde o criminoso iria atacar a seguir e prepara-lhe uma espera. Para grande pena de todos nós, o criminoso não estava a mando de Moriarty, mas era um antigo colega de Mary atrás da sua pen com as suas identidades.
Começamos então uma jornada ao passado de Mary. Quando esta descobre que a querem matar, foge para não pôr a sua família (incluindo a filha recém-nascida) em perito, só que Watson e Sherlock encontram-na. Tal como o criminoso que os andava a seguir. Num confronto que acaba com o seu colega morto, descobre-se que alguém tinha traído a sua equipa, entre outros segredos importantes para John.
Sherlock consegue descobrir que quem estava por trás de tudo era a secretária e, num confronto em que Mycroft, Mary e Watson estavam presentes, esta decide fazer algo que o intelecto de Sherlock não estava à espera, tenta matá-lo mesmo sabendo que não tinha escapatória. No entanto, Mary, que se tinha afeiçoado a ele, atira-se para a frente da bala e morre ela própria. Watson fica num estado de pura raiva, culpa Sherlock e recusa-se a vê-lo, em parte porque ele não tinha sido capaz de cumprir a promessa que fez, em parte por se sentir culpado de nunca ter dito a Mary do caso que teve. Numa gravação que faz alusão a Moriarty, Mary incumbe Sherlock da sua missão mais difícil de sempre, salvar John Watson.
A música estava magistralmente colocada como sempre, criando suspense quando preciso, e notou-se claramente o diferente tom do início do episódio para o final. Esta diferença foi devido ao facto de o episódio começar no tom a que nos habitou na terceira temporada, com mais sentido de humor e alegre, para acabar como tinham prometido, na introdução a uma temporada mais negra, onde felicidade e humor não irão abundar. Restam duas coisas: primeiro, apreciar a evolução do Sherlock de Benedict, que começou por ser arrogante, e ligar pouco a outras pessoas, passando por alguém já mais emocional e com humor, para acabar a consultar uma psicóloga após a morte da mulher do seu melhor amigo, pelo que ele se culpa. Por fim, e antecedendo o que poderá vir a ser o melhor episódio de Sherlock, será que Moriarty vai voltar? Ou iremos ficar desiludidos pela sua promessa, que não passaria de um engodo?
Raul Araújo