Life is beautifully dark.
Bem-vindos a Riverdale, uma pequena e simples cidade all-american, e também o nome da nova série de drama, crime e mistério criada por Roberto Aguirre-Sacasa e produzida pela CW.
Foi em 1939 que surgiu a editora Archie Comics, responsável pela criação de várias personagens adolescentes que viriam a ser famosas pelo mundo inteiro. Archie Andrews apareceu pela primeira vez em 1941 na revista Pep Comics #22, ao lado de Betty Cooper e Jughead Jones graças a Vic Bloom e ao artista Bob Montana. Estes primeiros comics eram muito simples e planos, ao género das revistas Hiper e Comix da Disney, publicadas em Portugal. Basicamente contavam peripécias engraçadas e aparvalhadas em poucas páginas, sempre muito coloridas e com um espírito leve. Normalmente acompanhávamos Archie nas suas tentativas de conquistas amorosas e a escolha entre Betty e Veronica. Em 2010, uma reformulação da companhia começou a apostar em novelas gráficas mais complexas, aumentando o número de livros lançados, assim como o interesse do público. Desde 2015 que Archie foi reformulado pelos artistas Mark Waid e Fiona Staples e atualmente a história nos comics segue no número 16 lançado neste mês de janeiro de 2017.
Para quem nunca ouviu falar de Archie pode no entanto ter ouvido falar de outras personagens que partilham o mesmo universo. Sabrina, the Teenage Witch (1996–2003) foi originalmente transmitida em Portugal durante anos pela RTP2 e atualmente a série é retransmitida na totalidade na Sic K; já em 2001 estreou o filme Josie and the Pussycats, cuja personagem podem também conhecer já no piloto da série Riverdale.
Descrita por muitos como “dark and sexy” os prós desta série passam por visuais aliciantes, uma escrita sólida e viciante, um crime misterioso e segredos em cada pessoa, e personagens carismáticas com sorrisos brilhantes como nos comics, mas reimaginadas com uma pele de anjo, mas camadas de escuridão interior. Já os contra passam por a história se centrar num drama teen que pode fazer revirar os olhos de muita gente, estereótipos mais que gastos e alguns enredos forçados.
No primeiro capítulo da história somos introduzidos a Riverdale, à famosa lanchonete Pop’s Chock’lit Shoppe, a uma misteriosa morte que estará no centro do desenrolar da história ao longo da temporada (levemente fazendo lembrar Twin Peaks; a parte do crime em Riverdale consegue roubar os holofotes) e às personagens que muitos já adoram e que certamente muitos outros passarão a adorar:
No fundo, nada parece ser o que realmente é em Riverdale.
Em suma, é uma série que irá decerto agradar a muita gente e tem “pinta” de ter chegado para durar. Aconselha-se ver o piloto, onde facilmente dá para perceber se a série será do nosso agrado ou não. Com 13 episódios previstos para a 1.ª temporada, a história continuará para a semana em “Chapter Two: A Touch of Evil”; Jughead irá descobrir o segredo de Archie e este irá pressionar Ms Grundy para contarem aquilo que ouviram.
Emanuel Candeias