Ainda o episódio mal tinha começado e já tinha acontecido a cena mais marcante e até inesperada. Perante a invasão de Lagertha, Aslaug renuncia ao seu poder, ao seu reino. Em troca pede apenas passagem segura para si e garante que os seus filhos não procurarão vingança. Porém, Lagertha tem outros planos e claramente não confia nas palavras de Aslaug, pelo que, pela via das dúvidas, encerra o assunto com uma flecha. Temos uma Lagertha mais forte que nunca, isso é certo, mas não sei se não teria sido mais sensato aceitar a oferta de Aslaug, pois agora Ubbe e Sigurd estão sedentos de vingança e serão uma constante sombra no percurso de Lagertha. E Ivar, quando souber do sucedido, será outra grande ameaça.

Para além dos avanços em Kattegat, esta semana, fomos até Wessex, onde Ragnar é prisioneiro do seu velho conhecido Rei Ecbert. Ivar, não se revelando uma ameaça, está mais na condição de “convidado”. Assistimos a um jantar muito interessante, que colocou frente a frente o Rei Ecbert e, na outra ponta da mesa, o enjaulado Ragnar. É notório que ambos se respeitam e admiram e ambos se temem também. No final do jantar há uma discussão filosófica com um tom irónico e cómico que foi adorável de assistir: Ecbert e Ragnar discutem e questionam os seus deuses e o significado da vida se estes forem apenas mito. Para Ecbert, a ideia do Valhalla é ridícula e Ragnar partilha desse pensamento relativamente ao Paraíso.

Este jantar encerrou as dúvidas em relação à origem de Magnus (que os ingleses acreditavam ser filho de Ragnar e Kwenthrith). Ragnar revela que não esteve envolvido com a sua mãe e que isso só seria verdade por milagre e vontade dos Deuses. Não sendo filho de Ragnar, o pequeno Magnus já não consiste numa mais-valia para os ingleses e Aethelwulf expulsa-o de modo cruel, abandono-o à sua sorte, com apenas um mero punhal.

Boa notícia da semana: Os mindgames de Ragnar estão de volta. Ele recorre às força das suas palavras para manipular o Rei Ecbert e impedir a sua morte. Ragnar tem um plano que envolve uma ameaça ao Rei Aelle, e sendo ele adversário de Ecbert, este não será indiferente a esse plano. Para isso só precisa que Ecbert faça com que Ivar, “um mero aleijado”, regresse a Kattegat para trazer os seus irmãos. Enquanto isso terá de continuar a ganhar tempo com os seus jogos de palavras perante um oponente que é, também ele, um estratega da mente.

Foi um episódio marcado pelos excelentes diálogos Ragnar/Ecbert, pela ascensão de Lagertha e a fúria de Ubbe, que mostra ser um verdadeiro viking. Não tivemos notícias da demanda de Bjorn, mas seguramente teremos no próximo episódio. E vai lançada esta segunda metade da temporada!

André Borrego