“Truth is a matter of perspective”
Esta semana, fãs de Arrow, tivemos direito a um episódio que se pode classificar no mínimo como espetacular. Uma grande diversidade de enredos foi abordado, todos eles brilhando e encaixando-se um nos outros. De entre todos os pontos positivos mesmo assim destacam-se a introdução de Vigilante e o carismático Konstantin Kovar.
Começando com um aparte, é interessante como esta equipa de Arrow é capaz de ser a equipa de super-heróis mais diversa que a televisão já viu. E o melhor de tudo isso é que nada foi forçado e é tudo tão natural que nem se faz alarido sobre isso. Ou seja, é de todo uma vitória.
Passando ao episódio, a introdução de Vigilante foi fenomenal! Foi tão grandiosa que este quase ofusca Prometheus. Vem também reacender a discussão sobre a diferença entre um vigilante e um herói, e até onde alguém deve ir e que linhas não ultrapassar. Vigilante estabelece-se de imediato num território completamente diferente daquele dos recrutas e dos vilões, sendo um elemento novo e refrescante. É também impossível não compará-lo a Punisher – anti-herói da Marvel que devido à sua aparição na série Daredevil da Netflix, está na ribalta e pode vir a ter a sua própria série. No entanto, algo que os distingue e que faz Vigilante estar mais próximo de um vilão do que Punisher são os danos colaterais e a forma como lida com eles. Enquanto Vigilante não se importa com quem morre no caminho da sua cruzada para limpar a cidade, Punisher é capaz de se pôr na linha de fogo para evitar que um simples inocente saia prejudicado. E este pormenor deixa-nos na dúvida se Vigilante pode coexistir com o Green Arrow? A meu ver, ou este continua a matar os mauzões, mas reduz para zero o número de vitimas, e neste caso será de certa forma ignorado tanto pela polícia como pela Team Arrow, ou então terá que ser parado com uma seta. A máscara armadilhada para a sua identidade não ser revelada foi um truque engraçado (embora nós já saibamos quem ele é, certo?).
A equipa de assaltantes de Dunn enquadrou-se na perfeição no episódio, levantando questões num sistema jurídico corrupto e quebrado que mandou um inocente para a prisão, sendo assim responsável pela destruição da sua vida futura (como diz Felicity, o caso de Dunn dava para uma 2.ª temporada de Making a Murderer). O plano da Team Arrow de assaltar o banco teve o seu encanto e fez as delícias dos fãs.
Este episódio teve tantos enredos compactados que é quase um milagre terem funcionado todos tão bem. Podemos ainda realçar o enredo de Thea e Quentin que, fora propriamente do mundo de super-heróis, tem proporcionado a estas duas personagens grandes momentos e um bom desenvolvimento – vamos cruzar os dedos para que a reabilitação funcione (pôr a tocar a música de Amy Winehouse, Rehab). Foi muito positivo não tentarem forçar a hipótese de Quentin ser Prometheus (não só Quentin não tem o perfil de psicopata como não se aprende todas as acrobacias que Prometheus tem do dia para a noite) e o importante a reter é que agora estão cientes que Prometheus sabe a identidade de Oliver como Green Arrow. Rene (a.k.a. Wild Dog) e Diggle continuam a criar uma relação de irmãos de armas. Foi também lembrado que o assunto com o pessoal do exército não está esquecido e que mais cedo ou mais tarde terá que ser resolvido para Diggle poder voltar a ser um homem livre e vimos pela primeira vez no ecrã o filho, John Diggle Jr. (que antes era Sara Diggle. “Damn it, Barry!”). Oliver e Susan Williams parece que vão realmente encaminhar-se para uma relação e a insensível jornalista parece ser muito mais do que aquilo que aparenta. Será que esta proximidade com Oliver irá impedir a investigação sobre o tempo que este passou na Rússia?
Outra personagem que desde a semana passada tem roubado os holofotes é Konstantin Kovar. A sua presença e os seus ideais parecem tão sólidos que a animosidade do público parece virar-se mais contra a Bratva e não contra ele. A resistência de Oliver à tortura e a ferocidade dele foram também cenas entusiasmantes que mostram o quanto ele evoluiu desde que andava na ilha a ser treinado por Slade e Shado. Por fim, Kovar a libertar os seus socos em Oliver e a sensação de luta de rua/ringue de boxe (lembrando a sua personagem de Rocky IV) foi de deixar água na boca. Nunca os flashbacks estiveram tão bons desde as primeiras temporadas.
O cliffhanger foi perfeito e mesmo aquilo que precisávamos, agora que a série vai estar uma semana em pausa. Com tantos recrutas novos estava-se à espera que pelo menos um deles virasse ou já fosse do lado negro da força. Evelyn é a personagem que tem tido o seu passado e as suas motivações menos explorada, agora já sabemos porquê. Irá Artemis ainda ser reabilitada e no fim ficar do lado do Green Arrow? Será o seu rancor todo porque acha que Oliver foi o responsável pela morte dos seus pais?
A 30 de novembro teremos novo episódio, Invasion!. Têm seguido as outras séries da CW? É que o próximo episódio já fará parte do tão esperado crossover e será a 3.ª parte de um total de quatro, começando no episódio 8 de Supergirl. Até lá, salvem as vossas cidades!
Emanuel Candeias