Durante muitas temporadas, ou partes de temporadas, demoraram ainda o seu tempo a revelar o segredo final, o plot twist que iria deixar-nos de queixo caído. Sinceramente com esta nova temporada com Aladdin e Jasmine a destacarem-se, perguntei-me se iriam arrastar a história deles por muito tempo. Como aconteceu na história de Oz, de Frozen, das Rainhas das Trevas e até – que os deuses me perdoem – a de Peter Pan. O mistério era de deixar uma pessoa maluquinha.
No entanto, o rumo da história de Aladdin não tem nada a ver com aquilo que imaginava. Street Rats (um bom nome tanto para Aladdin como para Emma, tenho de admitir) mostra-nos a versão de Once Upon a Time do nosso amado filme de infância. Aqui, é Jasmine quem arrasta Aladdin para a Caverna das Maravilhas (mas não para procurar o Génio, infelizmente) e é ela que percebe que ele é o Diamante em Bruto. O Salvador. Gostei! E gostei ainda mais que não tivessem engonhado esta história. Porque os mistérios que ficaram por contar são mais interessantes do que eu, pelo menos, estava à espera.
Aladdin ganhou uma batalha contra Jafar, mas não a guerra. O ladrão livrou Agrabah do tirano, mas não livrou o mundo inteiro. Como bom Salvador que é, tratou de colocar os pés à estrada para o deter. O problema de Aladdin foi a solidão. Jasmine ficou para trás e Aladdin estava sozinho no mundo com uma magia que mal conhecia e que mal sabia dominar (digo eu!). Pergunto-me em que altura conheceu a Oráculo. Mais, pergunto-me o que o fez utilizar a Tesoura.
A maneira como interligaram a história de Emma e Aladdin foi muito bem feita. Como foram os dois praticamente atirados para essa vida sem pedirem, o peso na consciência das pessoas que os colocaram naquela posição, a dor daquele fardo e o que faz a uma pessoa, por muito forte que seja. Não me chamem maluca, mas se Emma não tivesse Hook e Aladdin não tivesse a icónica história com a princesa, eles até davam um casalinho interessante.
Quanto a Hook ter ficado com a Tesoura no final, bem… Como Snow disse a Emma, o que ela, David e Henry sentem por ela é incondicional. Hook… bom, Hook é um homem apaixonado que não quer deitar fora a possibilidade de ver a namorada livre dos deveres de Salvadora e de os dois poderem viver uma relação livre de dramas externos a cada cinco minutos. O facto de lhe ter omitido isto é que vai dar mesmo drama entre eles. Quando der, espero que não abusem. Dramas de relacionamentos é a última coisa que esta série precisa neste momento. Para isso temos Belle e Rumple.
A dupla Zelena e Rainha Má é fantástica como já se previa. Não estava à espera daquele dia no SPA, mas esta gente nunca faz nada de normal! E não é que a Rainha Má também tem sentimentos para além da maldade? Foi só quando falou de Henry, mas a parte humana estava ali. Será que a chave para derrotar a Rainha encontra-se exatamente em humanizá-la? Parece-me mesmo o tipo de coisa de que Kitsis e Horowitz se lembrariam.
Já Zelena parece-me meio perdida no meio daquela história toda. Nem totalmente boa nem totalmente má. Ela já não é a mesma bruxa que matou Marian. Acho eu. Robin tornou-a uma pessoa melhor. E sim, ela não ganha nada em esconder quem é à filha. Mas a Rainha Má enganou-se numa coisa. Mesmo que ela se tivesse revelado mais cedo a Henry, duvido muito que ele a tenha aceite assim com tanta facilidade. Mas bom, é de pequenino que se torce o pepino. Aliás… será que Regina já desistiu da irmã? Certo que há muito com se preocupar agora, mas isto não se ficou por aqui.
Em suma, tivemos aqui desenvolvimento, conhecemos finalmente Aladdin, mas falta aqui uma espécie de… rumo? Qual é a próxima paragem? Agrabah? Quem é o verdadeiro vilão desta temporada? Jafar? A Rainha Má? O objetivo dela passa mesmo por perturbar a vida dos nossos heróis e mostrar que Regina afinal não é assim tão boazinha ou há algo mais?
Maria Sofia Santos