Arrow – 05×01 – Legacy
| 08 Out, 2016

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“Akula, kotorya Ne plavayet, Ne Tonet”

Wooosh… Os sons de setas a voar regressaram e Arrow está de volta para entreter os nossos serões. O tema da temporada como o título da premiere indica será o “Legado”.

O premiere começa com grandes cenas de ação que se mantêm ao longo do episódio, muito graças à realização de James Bamford, que está confirmado para vários dos episódios desta temporada e que regularmente é elogiado pela atenção às cenas de pancadaria. Vimos também que Anarky continua a querer explodir coisas e a criar o caos e, apesar desta personagem ser sempre um vilão secundário, traz com ele boas lutas corpo a corpo e o distinto sentido de humor. Continuando nas cenas de ação, tenho que realçar a cena no helicóptero, o clube de combate na Rússia e o novo arsenal de setas do Green Arrow: setas explosivas a que já estamos habituados, setas hacker e o pódio vai para… seta paraquedas! Wooow! Muito porreiro.

E como estão os nossos heróis? Oliver como prefeito parece ter esquecido parte das razões de ter concorrido ao cargo e de querer lutar na luz. Nas palavras dele, ser o prefeito é apenas “um meio para um fim”, de forma a ter informações privilegiadas para “o outro gajo”. No entanto, apesar da falta de motivação e dos contínuos atrasos, quando realmente assume o papel de prefeito até que não é mau. Os seus discursos são inspiradores, deu a Laurel/Black Canary a homenagem que merecia e a formação da nova força de intervenção da polícia não podia vir em melhor tempo. Nas suas atividades mais noturnas, Green Arrow está num tom muito mais negro e agressivo e apesar da equipa estar reduzida a ele e a Felicity, ele recusa-se a admitir que Thea e Diggle não vão voltar tão cedo. Os produtores já tinham dito que podíamos esperar um Arrow mais próximo das primeiras temporadas: um tom mais obscuro, mais agressivo, o próprio fato é mais semelhante ao original, teremos menos magia e super-poderes, mais vilões gangsters e famílias de criminosos e os próprios heróis serão mais a puxar para o vigilante do que para o super-herói encantado.

“- Como escapaste da tua equipa de segurança?

– Eu costumava escapar do John Diggle.”, conversa entre Felicity e Oliver.

A reforma antecipada de Thea também parece assentar-lhe bem. Realmente perdeu aquele ar de perdida e deprimida, sendo o seu novo papel essencial para Oliver poder safar-se como prefeito. Vemos também que apesar de querer deixar a vida de herói para trás, as suas capacidades continuam intactas e provavelmente, mais cedo ou mais tarde, voltará à ação. Para além disso, Thea abordou perfeitamente a questão do Arrow voltar a matar e eu não podia concordar mais com ela. Que raio, Oliver? Se o teu nome de herói não é Punisher, ou às vezes Wolverine, então não está tudo bem em matar!

“Um bêbedo precisa de uma razão para se manter sóbrio”. O ex-detective Lance atingiu o fundo do poço. O que, vendo pelo lado positivo, quer dizer que agora o caminho é para cima. Grande performance por Paul Blackthorne, que não desilude e mostra brilhantemente o estado de Lance. Despedido da polícia, com uma filha morta e outra sabe-se lá onde e com a relação com Donna terminada (obviamente que ia dar nisso! Já foi mas é tarde, nem sei porque lhe deu alguma vez ouvidos. Gosto muito mais de vê-lo sem Donna como apêndice), Lance vira-se para a vida de beber até cair. A visita de Oliver parece tê-lo tirado da vida deprimente, mas não é bem certo o papel que irá desempenhar. Será o líder da nova força da polícia? Gostei de ver um maior foco na polícia, tanto na corrupção do departamento como na formação desta nova equipa. Era bom se pudessem evoluir a história dos elementos da nova força de intervenção e tivéssemos novas personagens daí e não apenas figurantes.

Diggle, apesar de aparecer brevemente, soube bem vê-lo e o que gostaria mesmo era que os produtores aproveitassem a situação para nos mostrar um outro lado de John Diggle. A personagem foi criada para a série e dado o sucesso com o público foi depois introduzida nos comics, ou seja, é uma personagem com um enorme potencial e sobre a qual queremos saber mais. Poderiam mostrar algumas das missões dele no exército, algo do género de quando tínhamos o Esquadrão Suicida no Arrow. Viram o filme Suicide Squad? Opiniões?

Quanto a Felicity, está também de volta ao seu papel original. Overwatch é como ela mais brilha, a dar apoio à equipa, conselhos a Oliver para este não se perder no caminho, e com o seu humor irresistível. Com a ideia dela de criar uma nova equipa somos já neste episódio introduzidos a Wild Dog (deve andar a coxear durante alguns episódios com aquela seta de Oliver) e é referido ainda “Mr. Ski Goggles”. Os dois são personagens existentes no universo DC, embora o segundo tenha o nome de Vigilante, e são mais ao género de anti-heróis seguindo o tema da CW de se focar mais em vigilantes. Juntando Curtis, que decide juntar-se oficialmente à equipa, e com Oliver a cumprir o último desejo de Laurel, teremos a adicionar à equipa Mr. Terrific e Black Canary (versão 2.0). Felicity parece já ter ultrapassado a sua relação com Oliver (embora este pareça ainda guardar uma esperança) e já tem um novo namorado. Espero que não venham episódios inteiros com os dramas da nova relação amorosa de Felicity. Quase que aposto que o novo namorado vai ser um vilão.

Falemos agora de vilões. Para os fãs de The Walking Dead, Tobias Church é a reencarnação de Tyreese que ainda por cima roubou a Lucille a Negan. Este mauzão esteve nas piores cidades antes de vir parar a Star City: Hub City e Bludhaven (na temporada passada quando Haven Rock foi destruída pensou-se que esta poderia ser uma versão de Bludhaven, mas pelos vistos parece que não. Será que iremos voltar a ouvir falar dessa cidade que foi completamente aniquilada?), ambas habituadas à violência.

Tobias traz a sensação de criminosos de rua que querem conquistar a cidade e relembra também que não é preciso poderes para ser perigoso. Repararam no chefe mafioso que apareceu no fim e foi morto por Tobias? Era da família Bertinelli, governada anteriormente pelo pai de Helena/Huntress. O grande vilão do final, que talvez seja o principal problema da temporada, é Prometheus. Nos comics existe um vilão com esse nome que é mais ao menos um oposto do Batman, mas neste caso não sabemos bem como será a sua adaptação. Ele surge com um fato muito semelhante ao Dark Archer/Malcolm Meryln e talvez venha a surgir como um oposto do Green Arrow. O que sabemos e os produtores revelaram é que ele não terá quaisquer poderes e que guarda um rancor contra Oliver, procurando assim vingança. Alguns palpites para quem ele poderá ser? Será que já o conhecemos? (Tommy Merlyn? Cof, cof).

Os flashbacks, contra o que é habitual, foram uma surpresa agradável no episódio. Ouvimos Stephen Amell a falar um bocado de russo, Anatoly está de volta, Konstantin Kovar, só o nome mete medo e pelo que Anatoly diz não será um adversário fácil, parece que teremos uma guerra entre grupos da máfia Russa. Isto, claro, se Oliver sobreviver às “praxes” de iniciação da Bratva.

Por último, não sei se já viram o primeiro episódio de The Flash. Vejam que está bom e leiam também a review aqui no site, mas fico à espera que as repercussões do Flashpoint de Barry também se sintam aqui e nas outras séries da CW. É que não fará muita lógica ter um universo em conjunto de várias séries para depois não o usar. Pode ser que estejam à espera de explorar primeiro as mudanças em The Flash e só depois mostrar o que mudou nas outras, mas ficarei completamente devastado se não houver pelo menos uma ou duas grandes mudanças em Arrow. Pensei que Laurel fosse voltar à vida, mas pelos vistos isso não aconteceu. Terá voltado outra pessoa? Tommy, que poderá ser Prometheus (treinado por Malcolm), à procura de vingança por Oliver não o ter salvado? Será que Slade Wilson nunca foi preso?

O regresso do “Arqueiro Verde” (usando a nossa bela língua materna) foi um regresso sólido, com cenas de ação espetaculares, o update da situação das nossas personagens e a introdução de novos elementos. Estou particularmente entusiasmado pelos flashbacks e a história na Rússia, espero que seja esta a temporada em que os flashbacks se redimem e nos entregam algo memorável. Quem é o novo arqueiro negro (Prometheus)? Pode ser que descubramos mais sobre ele no próximo episódio, “The Recruits”. Como o título indica, os novos recrutas para a Team Arrow serão apresentados e vamos continuar a seguir a iniciação de Oliver na Bratva. A temporada passada também começou bastante bem, apesar de o final ter desiludido um bocado; a ver se nesta temporada os bons episódios se mantêm até ao fim e Arrow mostra que ainda tem garra para estar entre as grandes séries de super-heróis da actualidade. Até lá, salvem a vossa cidade!

Emanuel Candeias

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