Os planos de Samaritan estão em risco quando Harold e a nossa Machine (nunca é demais reforçar que agora tem voz própria da nossa adorada Root) planeiam inserir um vírus que colocará a mesma também em risco. Entre as variáveis que são apresentadas caso não existisse uma Machine de forma a sensibilizar Harold e a mostrar a importância e relevância da sua criação, Shaw e Reese são convocados com a missão de descobrir porque é que o número de Mr. Greer surgiu. Enquanto os nossos heróis tentam salvar-se uns dos outros, Fusco mete-se em sarilhos.
Este é o penúltimo episódio da série. Um que deixa um gosto amargo na boca ainda que a sua execução tenha sido interessante ao longo de 45 minutos. Sob a realização de Greg Plagemann, que também assina o argumento, “.exe” gesticula os avanços de Samaritan com o dilema interno de Harold em aniquilar a sua criação mais adorada. Se, por um lado, a trama se torna cada vez mais intensa onde a escapatória envolve algumas perdas ao longo do caminho, por outro sente-se que a narrativa não parece tocar nos pontos essenciais. Mesmo que o episódio tenha proporcionado momentos de ação e um humor subil de Shaw, o enredo de Samaritan parece ter sofrido um golpe gigantesco. Talvez as expectativas estejam bem mais altas do que deviam estar, mas é certo que esperava um plano bem mais elaborado e bem mais consistente para o confronto.
Mesmo não tendo correspondido a 100% ao esperado, “.exe” consegue tornar-se bem inteligente quando a Machine mostra a Harold as variáveis da sua inexistência e, é aqui, que vai criando um sentimento nostálgico para os primórdios da série, intercalando as imagens com a narração de Root e as intervenções sentidas de Harold. Michael Emerson é inquestionavelmente uma figura enigmática e que, desde a sua passagem em Lost, que o seu rosto vem dar alma a personagens ambíguas e de grande força humana e Harold Finch é um dos seus melhores trabalhos até à data.
Mas tudo o que é relativo aos elementos de composição da série já desde o início que conseguiram forjar uma marca inigualável de qualidade, mas… fui o único a ficar dececionado? Parece haver um facilitismo enorme nestes episódios finais e Samaritan, sendo um dos melhores vilões de toda a televisão até agora, merecia algo mais grandioso. Não deixo de mencionar os pontos mais positivos do episódio, mas também não consigo esconder uma certa tristeza por ver um cansaço da história. Não sei se cansaço será a palavra correta, mas pelo menos sinto que a equipa parece não querer ir até aos limites da sua capacidade criativa. Tudo parece demasiado normal, demasiado fácil, demasiado alcançável. Quando a Machine dava um passo, Samaritan estava já dois à frente e isso até foi possível observar em não-muito-distantes episódios em que as probabilidades da Machine derrotar a sua Némesis estavam ainda nos 0%. Sei dar o valor à equipa de Person of Interest, por todo o esforço e dedicação que tiveram pelos fãs, e por isso mesmo é que as expectativas ficaram tão elevadas.
Ainda que tenha tido momentos agradáveis, “.exe” é um capítulo desapontante para o desenlace que chegará para a semana.
Jorge Lestre