Ninguém está seguro.
Mais um grande episódio de Outcast. Se o piloto em termos de horror continua a ter sido o episódio mais forte, em termos de impacto de história “A Wrath Unseen” teve muito para nos dar.
Os atores continuam a mostrar que foram bem escolhidos para os papéis, dando-nos performances de louvar semana atrás de semana. Nomeadamente, Wrenn Schmidt está de parabéns por dar vida a uma Megan Holter ainda mais cativante que a original das bandas desenhadas.
Este foi um episódio forte para Anderson, principalmente porque vem pôr em causa todo o trabalho e todos os exorcismos que o reverendo tem feito ao longo dos anos. O encontro com Sydney no funeral de Norville foi um momento muito interessante, pois vemos o demónio sorridente e vestido de preto a começar a revelar-se, embora as suas intenções sejam mais que um mistério – como seria de esperar, ele cumprimenta Anderson com um aperto de mão, mas não Kyle. As surpresas continuam com a visita de Kyle e Anderson à senhora Mildred, em que Kyle descobre que esta continua a ser possuída por um demónio e que o exorcismo que Anderson realizou há 2 anos falhou (parece que se não há gosma preta a sair é porque a coisa não ficou bem feita). Mas o ponto alto foi o confronto entre Anderson e Mildred quando ele volta sozinho, foi muito bem realizado (fogo, que a cara da velhota ia-me dando um ataque cardíaco!). Uma das ótimas coisas em Outcast é que no fim de uma cena ficamos sempre com uma data de perguntas a rondar a cabeça… porque é que Mildred reagiu ao contacto direto com Kyle, mas Blake não? Quais são afinal os poderes de Anderson ou será que tem alguns? E onde se encaixará todo o contexto religioso e da fé? Estou curioso para ver a abordagem que os criadores irão dar. Parece que o próximo passo será revisitar todas as vítimas de possessão que Anderson tratou e é preciso que eles cuidem da coisa antes que as vítimas chamem a polícia. Não percebo é porque é que Kyle ficou na dúvida se a ex-mulher estaria livre do demónio ou não; com ele a expulsão é sempre bem visível. Mas, vá se fosse eu, se calhar iria querer confirmar na mesma… Que a mulher que amo e a minha filha estariam a salvo.
Quanto à coleção de souvenirs de Anderson dos seus exorcismos só tenho isto a dizer: espero que ele ponha diariamente muita água benta naquilo, eu pessoalmente queimava tudo.
Outra história que a cada semana cativa mais é a de Megan. Depois do intrigante aparecimento de Donnie em Rome, esta semana ficamos a saber do que realmente se trata. E o quão perturbador é o facto de que com tantos demónios espalhados, a cena mais macabra do episódio ter sido feita por uma alma humana? A corrida pelo corredor, a cauda do unicórnio a ser partida… só de me lembrar até me arrepio. Excelente realização! A participação de Kyle também fez todo o sentido, desde a reação ao ver Donnie, o telefonema a Megan e o encontro com Mark. Mark também esteve muito bem e entre a história com Megan e o caso com Giles, está-se a tornar também uma personagem cativante. O espírito de Megan é um exemplo de resistência e coragem. Faz-nos questionar o que faríamos se fôssemos nós nessa situação – o que faríamos se tivéssemos no papel de Kyle, Mark ou Megan?
O chefe Giles afinal tinha uma carta na manga. Para quem não tem o Kyle para tocar nas pessoas e ver se são demónios, aconselha-se a arranjarem um cão e urgentemente! A questão óbvia é se isto é obra de um demónio ou de um criminoso normal. E se Ogden for mesmo um demónio, será que a caravana foi o sítio onde ele passou os primeiros tempos de possessão? E a mulher dele? Também não me inspirou nenhuma confiança, mas parece que à primeira vista toda a gente nesta série tem má cara. Ehehe. Parece começar a estabelecer-se um padrão de que quanto mais tempo os demónios permanecem dentro de uma pessoa mais adaptados eles estão ao mundo exterior. Ficamos à espera para ver o que Giles e Mark conseguem descobrir na investigação deste caso.
Apesar das múltiplas histórias e cada vez mais personagens, os criadores conseguiram, neste episódio, equilibrar tudo bastante bem e até entrelaçar alguns plots.
No final vimos literalmente o libertar da raiva, que me leva a perguntar: Donnie está vivo? Eu presumo que sim, mas por outro lado…
Pelo preview do próximo episódio, parece que o reencontro entre Kyle e Allison não vai correr da melhor maneira e Sidney continua com os seus planos indecifráveis. Até lá, cuidado com os sítios escuros.
Emanuel Candeias