Estamos a um episódio do final de temporada daquela que é apelidada como uma das mais frescas apostas do ano. Alex Parrish está encurralada num veículo enquanto ouve as ordens de Drew que, aparentemente, por alguma razão, quer rebentar com o FBI, no entanto, isto não é mais do que uma habitual ratoeira. Drew não é o terrorista, está aprisionado juntamente com Simon e segue as ordens da Voz. Anos antes, Shelby procura entregar os pais criminosos à justiça usando a ajuda do seu “sogro”, ao mesmo tempo que Caleb procura ajudar a evitar a situação. Alex procura por respostas do histórico do seu pai quando ele era um agente do FBI e Raina e Nimah estão prestes a embarcar numa nova missão.
Quantico parece estar, de alguma forma, a tentar criar uma atmosfera mais séria e mais palpitante assim que se aproxima do fim. Ainda que as falhas continuem presentes a um ritmo assombroso, especialmente nestes segredinhos desinteressantes dos recrutas e que pouco nos importam, o enredo do presente e da ameaça terrorista parece ter atingido o seu clímax. Não só é-nos revelada a identidade do verdadeiro culpado, como vai jogando com as diversas perspetivas de cada um dos indivíduos. Os atores parecem ter finalmente captado a essência dramática dos momentos, mesmo que continuem a ser fracos no seu retrato.
As relações hipócritas entre os recrutas no passado refletem a desconfiança do presente e, essa linha que tem sido muito ténue e defeituosa ao longo dos episódios, aqui parece ter ajudado a uni-los por uma causa. Alex Parrish está incapacitada, mas não deixa de ser o centro das atenções. Apesar do encanto de Priyanka Chopra, a personagem torna-se plástica devido à fraca credibilidade estrutural: Alex parece ser invencível, uma role model para qualquer agente, para qualquer recruta, dotada de super-inteligência e cobiçada por todos. Ainda que seja uma forte imagem feminina, que na televisão têm crescido a um bom ritmo, Parrish acaba por ser vítima das ambições dos argumentistas que descredibilizam a história em prole do seu enaltecimento.
Em “Closure” isto acaba por enfraquecer. Termina com uma Alex desesperada, sem saber o que fazer. Portanto, há uma clara evolução. Voltamos a ver Simon e Nimah num flirt curto e sem grande emoção, vemos Shelby ser irritante como já estamos habituados, mas a grande revelação está no final. Embora eu próprio tenha achado bastante previsível, não deixa de ser o grande momento de Quantico e, até agora, o momento que definitivamente marca a série com algum suspense necessário.
Jorge Lestre