As sestras mais famosas do mundo estão de volta, mas não trazem nada boas notícias. Todas elas estão de luto após Kendall ter sido aniquilada pelos Neolutionists, cujo cabecilha foi revelado sob a forma de Evie Cho. Rachel e Susan tentam negociar com a mesma enquanto Alison tenta, ainda que fragilizada pela situação, fazer uma festa para a sua pequena filha Gemma. Cosima e Scott procuram uma nova forma de encontrar respostas a uma possível cura ao analisar o bot de Sarah e, numa discussão com Mrs. S, Sarah decide afogar-se no álcool enquanto é perseguida em visões por Beth.
Sim, este é aquele episódio de luto que era desnecessário. Kendall não era uma personagem tão importante na vida emocional de quase nenhuma das sestras tirando a sua filha S e, embora tenha o seu relevo a nível narrativo, pareceu algo forçado o drama intenso com que as irmãs choram o luto da sua avó/mãe criadora. Para piorar a situação, este desvio de Sarah soa ainda pior numa atitude impulsiva, digna de uma adolescente de 16 anos em que a mãe discute com ela e revolta-se contra o mundo. É óbvio que o cansaço destas irmãs em conseguir contornar os obstáculos que lhes surgem pelo caminho é já grande e as discussões tendem a aumentar de gravidade, mas estamos a lidar com adultos. Exige-se um pouco mais de maturidade.
Não houve grandes desenvolvimentos narrativos muito porque ficamos presos a esta dor de Sarah e a esta apatia das restantes irmãs e, apesar de não nos ser indiferente, precisamos de algo mais a que nos agarrar. O fator dramático é essencial, correto, mas o entretenimento também e nem a performance multifacetada de Tatiana Maslany consegue tornar as coisas “mais animadas”. Há uns twists já mais para o final que surtem pouco efeito já que nós próprios não nos sentimos envoltos na história. Este episódio foca-se nos impulsos: desde o impulso verbal, ao sexual e momentâneo. Desde o impulso de Sarah, passando pelo de S até Cosima, alastrando-se para uma Rachel em convalescença e que parece ter, também ela, novos atributos com o seu novo olho.
Mesmo que tenha sido um capítulo fraco em termos narrativos, “The Antisocialism of Sex” aproxima-nos mais de Sarah do que qualquer outro. Mesmo que as atitudes da personagem sejam questionáveis ao longo da temporada, sabemos que não é fácil digerir as situações. Sabemos que não é fácil proteger uma família. Sabemos que não é fácil querer respostas e não as conseguirmos ter. Mas Sarah… a vida é mesmo assim, a “fase da parvalheira” já passou e toca a voltar ao normal que nós bem precisamos que Orphan Black volte ao seu esplendor, visto que já só faltam 3 episódios.
Jorge Lestre