As nossas sestras estão de volta esta semana com novos twists inacreditáveis e muito drama à mistura! Sarah estabelece um negócio com Susan Duncan, procurando remover o bot da sua bochecha e Cosima contribui para a pesquisa de BrightBorn ao entregar a informação que obteve até agora dos clones. Para que os tratamentos continuem a melhorar, Kendall precisa de dar uma última amostra de sangue. Felix conforta Krystal com a ajuda de Art, fazendo com que esta deixe de ser um incómodo para a investigação, até que Krystal confessa saber o que aconteceu a Délphine. Uma Beth frágil e emocional aponta uma arma a Susan para obter a última resposta e eis que é revelado o cabecilha dos Neolutionists.
“The Scandal of Altruism” não é um dos melhores capítulos da série, mas mantém em xeque as peças de xadrez deste jogo estratégico de perguntas e respostas que é necessário para manter a narrativa em constante desenvolvimento. A banda-sonora é sempre palpitante e adequada aos momentos o que, de certa forma, melhorou a intensidade dos momentos mais importantes do episódio. Se, por um lado, o drama se intensifica, a equipa ainda consegue arrancar uns momentos bem divertidos na dinâmica entre Felix e Krystal (a ignorância desta é quase tão boa como a ingenuidade de Donnie) e o thriller começa a ganhar vida com situações de puro suspense.
As revelações disparam para todos os lados e, enquanto não temos tempo de antena para todas as sestras, pelo menos Cosima tem margem para brilhar novamente e Tatiana Maslany é absolutamente magistral, como já é habitual. O enredo científico torna-se cada vez mais acutilante e parece dar respostas de forma gradual, ainda que não com a força motivacional que se esperava.
Realizado por Grant Harvey, o episódio combina equilibradamente o drama e o humor, os twists com o suspense, sem nunca parecer exagerado, mas, ainda que bem executados, parecem não chegar precisamente onde se pretende. Sente-se que a certa altura algo ficou ainda por explicar, embora saibamos que mais tarde ou mais cedo será. O posicionamento dos intervenientes torna-se essencial para manter a credibilidade da história e, mais do que nunca, a posição de Beth é fulcral para que o seguimento de acontecimentos seja credível e, no entanto, ficamos com a sensação de que podia ter ido um pouco mais além.
Mas, apesar destas falhas, não deixa de ganhar apoio pelas prestações dos atores que conseguem tornar tudo isto numa autêntica montanha-russa de emoções. Talvez um pouco dos Hendrix teria feito a diferença para quebrar o ritmo frenético da ciência, talvez um pouco do que realmente aconteceu a Helena pudesse contribuir para um novo rumo de personagens. É difícil dizer ao certo o que falhou, mas não se preocupem, a essência de Orphan Black continua lá e em todo o seu esplendor.
Jorge Lestre