Game of Thrones – 06×05 – The Door
| 24 Mai, 2016

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The Door é capaz de ser um dos episódios mais devastadores de que há memória em Game of Thrones, o que, dado o que já aconteceu em cinco temporadas e meia (55 episódios), é dizer muito. Neste quinto capítulo desta misteriosa sexta temporada, despedimo-nos, não só de mais um lobo gigante, como de uma das personagens mais acarinhadas pelo público, Hodor.

Cada vez mais, David Benioff e D.B. Weiss cumprem a promessa de uma temporada estrondosa e sem precedentes. Com exceção do primeiro e do terceiro episódio, todos até agora têm tido desenvolvimentos importantes e alguns até respostas para os segredos da mitologia.

Mais uma vez, King’s Landing ficou no banco. Depois de anos e anos gastos em guerras de poder na capital, a série começa a focar-se a sério no verdadeiro conflito da história. No Norte, onde o Inverno  já começa a fazer os estragos que prometia.

Braavos

Waif: “Nunca será uma de nós, Lady Stark.”

Se Bran visionou a origem dos Caminhantes Brancos, também foi descortinada a origem da Casa do Preto e do Branco. Os Homens Sem Face vieram das minas de Valíria. Eram escravos e foram eles os fundadores desta Cidade Livre. Portanto, uma rapariga vinda de uma das famílias mais proeminentes em Westeros não é vista com bons olhos como sendo uma boa adição ao grupo de assassinos.

O primeiro teste de Arya é matar uma atriz, que faz um teatro a satirizar a morte do Rei Robert Baratheon e o que levou à execução de Ned Stark. Se Arya estava divertida com o que via, o seu sorriso rapidamente caiu quando mostraram um Ned Stark sedento de poder em vez do homem honrado que era. Contudo, ela consegue controlar-se e descobre uma maneira de matar a sua vítima. Veremos se será bem sucedida. Jaqen deu a entender a Arya que não haveria terceiras oportunidades. Portanto, ou Arya Stark passa a ser Ninguém ou… Pois. Será que há algum ou? Será uma pena deixar de ser quem é em prol do Deus de Muitas Caras, mas será preferível a não haver… ninguém.

Meereen

Em Meereen, agora que conquistou uma paz, ainda que seja ténue, Tyrion precisa de continuar a afirmar o nome de Daenerys para não perder a fé do povo. Para tal, chama uma Sacerdotisa Vermelha. Varys fica cético em relação a ela da mesma maneira que Davos ficou quando perguntou a Melisandre porque mudou de opinião acerca do príncipe que foi prometido de Stannis para Jon.

A resposta? As pessoas cometem erros e o Senhor da Luz não deve ser assim tão claro e as visões que dá às suas sacerdotisas devem ser bem vagas e sujeitas a interpretação. Se Melisandre acredita que é Jon o escolhido para livrar o mundo da escuridão, já Kinvara é da opinião que esse lugar pertence a Daenerys. Qual delas terá razão? Qual dos dois (ou nenhum até) é a canção do fogo e do gelo? Ambos supostamente nasceram da linhagem de Aerys II e Rhaella Targaryen, mas qual deles será? A profecia tem elementos que encaixam no perfil dos dois (assim como de Stannis, daí a crença de Melisandre) por isso muito se teoriza acerca da sua identidade.

Vaes Dothrak

Pronta a sair de Vaes Dothrak está Daenerys Targaryen, que deve mesmo ir para Meereen o mais depressa possível. No entanto, antes de tal, a rainha dos dragões teve aquela conversa há muito adiada com Jorah Mormont. A cena foi curta, mas foi um dos melhores momentos do episódio. Dany perdoa finalmente a Jorah os erros do passado, numa cena em que ele admitiu o seu amor por ela. Jorah revela também a doença e parte com a ordem de regressar para o lado da sua rainha quando descobrir a cura. Foi uma cena emotiva e muito bem interpretada por Emilia Clarke e Iain Glen, que são companheiros de cena desde a primeira temporada. Qual será o destino de Jorah? Será que no-lo será mostrado?

Pyke

Aquando os homens de ferro estavam a escolher um líder e com Yara praticamente com a coroa assegurada depois de ser apoiada por Theon, Euron revela-se finalmente à família e ao mundo. Não se coíbe de confessar o assassinato do irmão, argumentando que Balon era mau líder e que nunca fez com que o resto de Westeros prestasse qualquer importância às Ilhas de Ferro, o que é verdade. Cada vez que se fala em casas poderosas em Westeros, a Greyjoy é quase sempre esquecida. Como tal, Euron fala em dragões. Em Daenerys Targaryen. Em construir a maior frota de navios do mundo. Como o irmão de Balon conhece tanto do mundo e Yara e Theon não (já para não falar do facto de ela ser mulher e ele um eunuco), os homens de ferro não hesitam em mudar a sua aliança para Euron, que é coroado Rei dos homens de ferro.

Apesar de tudo, Yara e Theon ainda conseguem roubar-lhe a frota, rumo a…? Essos? Será que pretendem seguir a ideia do tio e ir à procura de Daenerys Targaryen ou não chegarão a sair de Westeros?

Ainda não sei bem o que achar da história dos homens de ferro. Ainda não passámos tempo suficiente nas ilhas para saber como será o rumo da história. Euron está determinado em perseguir os sobrinhos, mas será mesmo esse plano que vai seguir?

Mole’s Town

O ódio não era só da parte de Sansa, era geral. Como é possível Mindinho não saber que Ramsay era como era? Se fosse outra pessoa qualquer até perdoávamos a ignorância. Contudo, Petyr Baelish é, a par com Varys, das pessoas mais bem informadas do mundo. Como tal, custa um bocadinho acreditar naquele lapso. Um lapso que quase custou a alma de Sansa.

Ainda assim, Mindinho conseguiu manipular Sansa da mesma maneira que o fazia durante a sua estadia no Ninho de Águia. Diz-lhe que o exército que tem é fiel a Jon e não a si e que ela precisa de alguém da parte dela. O exército enviado pelos Arryn foi em auxílio dela e os Tully são da família da mãe dela.

Mindinho: Meio-irmão.

Será que isto é indício de uma futura guerra interna entre os Stark? Será que Sansa vai dar ouvidos ao homem que a entregou a Ramsay sem fazer o trabalho de casa primeiro? Sophie Turner afirmou que a sua personagem deixou de ser um peão. Veremos se se confirma. De qualquer das maneiras, Sansa tem Brienne a seu lado e talvez isso a ajude a manter o bom senso.

Muralha

Ainda na Muralha, Jon, Sansa e companhia exploram as possibilidades de encontrar mais seguidores para os Stark. Apesar de Mindinho ter sugerido que tanto Davos como Melisandre são uns troca-tintas, os conhecimentos dele serão preciosos para eles. Davos já deu várias provas de ser um dos homens mais sábios desta série. Eles terão de ter muito cuidado ao procurar ajuda, porque os Boltons começam a escrever o seu nome em pedra em Winterfell. E ainda nada se sabe sobre os Umbers ou a sua lealdade. Jon diz que eles já se aliaram a Ramsay, mas da última vez que vimos a história não é bem assim.

Dispostos a visitar as Casas que ainda não se ajoelharam aos Bolton, os Stark partem finalmente da Muralha com dois exércitos assegurados, mas com ainda um longo caminho antes de enfrentarem Ramsay.

Tenho ainda de assinalar o novo vestido de Sansa e o facto de ela ter feito um para o irmão. Foi uma cena bonita e uma prova em como se calhar a voz de Mindinho não chegou a Sansa como eu temia. Eles são irmãos e só juntos é que têm de estar. Sansa pode ter mentido a Jon por vários motivos. Não gostei que o tivesse feito, porque se há pessoa em quem ela pode confiar é no irmão, mas se calhar Sansa já não sabe o que é confiar completamente em alguém. Talvez por motivos mais mesquinhos. Talvez nem ela própria saiba ainda. O certo é que se eles se metem um contra o outro será uma facada bem grande no coração dos fãs. Juntar os Stark para depois os dividir será mais do que os nossos corações conseguirão aguentar.

Para Lá da Muralha

Como já começa a ser regular, o melhor do episódio fica guardado para Bran e companhia. E fica assim marcado o primeiro aparecimento dos Caminhantes Brancos e respetivos zombies na sexta temporada da série. E eles agora não fazem só aquela visitinha de médico, aquele cameo a prometer desastre. Depois de “Hardhome”, o exército faz as suas primeiras vítimas importantes este ano. O resultado? Um dos momentos mais horríveis que há memória na série.

Bran teve três visões importantes. O Corvo mostrou-lhe primeiro a origem dos Caminhantes Brancos. Descobrimos finalmente que foram as Crianças da Floresta que criaram os Caminhantes para se protegerem dos Primeiros Homens quando chegaram a Westeros, que começaram a destruir as árvores sagradas. Resumindo e concluindo, os humanos não tiveram qualquer respeito pela cultura local e as Crianças criaram os Caminhantes. Faz lembrar quando os colonizadores chegaram à América e destruíram a cultura indígena.

A seguir começa o princípio do fim, quando Bran resolve entrar numa visão sozinho e vai parar ao sítio onde estão os Caminhantes Brancos e o seu exército. E aqui foi confirmado o que há muito se suspeitava: não é um agente passivo nas suas visões. Não quis acreditar quando ele chamou por Ned no episódio em que nos deram um cheirinho da Torre da Alegria. Feita ingénua ainda quis acreditar que fora mera coincidência ele ter-se virado. Mas as dúvidas ficaram desfeitas. Bran consegue interferir no ambiente em que visita e isso teve consequências desastrosas tanto na segunda como na terceira visão.

Em todas as visões que Bran tinha com o Corvo víamos a sua impaciência e a sua sede por mais e o mentor negava-lho. É possível que tal tenha vindo a acontecer desde o início do seu treino. Como tal, ele querer aventurar-se sozinho nas visões não é descabido. Contudo, o jovem Stark ainda não sabe tudo nem está preparado e acaba por revelar a sua localização ao Rei da Noite, comprometendo toda a gente.

Em termos visuais, foi uma cena fantástica. Milhares e milhares de zombies liderados pelos Caminhantes. E pareciam-me estar prontos a marchar. A visita de Bran deu-lhes o primeiro destino. A partir daí tudo ficou perdido e os dias na caverna estavam contados.

O problema foi que eles chegaram mais depressa do que era previsto e o ataque à caverna deu-se quando o Corvo estava a transferir os seus conhecimentos para Bran. Foi com os dois a meio de uma visita a Winterfell, numa altura em que Ned estava a despedir-se do pai Rickard para partir para o Ninho de Águia, que a tragédia começou.

O Corvo morre sem completar o treino de Bran e é dentro da visão que ele entra na mente de Hodor no presente. O pior foi que, sem querer, entrou também na mente de Wylis.

Foi tão, tão triste. No presente, vemos Hodor a proteger Bran e Meera e a segurar a porta com todas as forças de gigante que possuía. Em Winterfell, no passado, vemos Wylis cair e ter uma convulsão que lhe causa danos cerebrais e a transformar-se no Hodor que conhecemos hoje. Toda a cena e mesmo a ideia foi de uma genialidade que só podia sair da mente de George R.R. Martin.

Pobre, pobre Bran. De um momento para o outro vê-se sem Verão (A SÉRIO, PAREM DE MATAR OS LOBOS GIGANTES!!!!), sem Hodor, a aperceber-se que foi ele que, sem querer, fez aquilo ao pobre homem, sem o Corvo de Três Olhos e com o peso nos ombros de ser ele o novo Corvo sem ter o treino completo. Meera é a sua única esperança.

O ataque à caverna está espetacular, uma sequência muitíssimo bem executada, cheia de adrenalina e de grandes efeitos especiais. Ver as Crianças da Floresta a matar as próprias criações e depois muitas delas a perder a vida sob a mão dos Caminhantes que criaram em tempos desesperados foi horrível. Mas mostra que ninguém é inocente em Game of Thrones e o quão cinzento é este mundo.

Wylis: “Hodor”.

Adeus, Hodor. Morreste a salvar a pessoa de quem mais gostavas e a ser o fiel companheiro de Bran e dos Stark. Esta é provavelmente das perdas mais tristes de toda a série, mas pelo menos a sua história foi contada. Partiu um herói. Game of Thrones nunca mais será a mesma.

Maria Sofia Santos

 

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