Blindspot foi uma das mais esperadas e acarinhadas apostas da última fall season, que prendeu e surpreendeu muitos fãs ao longo destes 23 episódios. Por isso mesmo, nos comentários sobre este último episódio não posso deixar de fazer uma observação que engloba vários bocadinhos de toda a temporada, que agora se conclui, com o episódio Why Await Life’s End.
Ainda que as relações pessoais entre os vários personagens sejam claramente fortes, não se pode dizer que este grupo tenha formado a equipa de agentes mais unida ao longo destes primeiros meses em que os conhecemos. Muito pelo contrário: sem prejuízo da amizade que os une, estes agentes têm personalidades bem fáceis de manipular, seja através de chantagem e ameaças ou pela influência de sentimentos pessoais nas relações profissionais. São humanos.
No entanto, em situações extremas e de muita tensão, só as relações onde existe confiança conseguem sobreviver e, neste último episódio da temporada, a separação destes personagens ganha novas proporções, estando diferentes membros da equipa ocupados com diferentes investigações secretas, nenhuma delas de caráter oficial.
A morte de duas personagens no penúltimo episódio da série, nomeadamente de Bethany Mayfair e do pai de Kurt, são motor para os caminhos que Jane, os restantes membros da equipa (que acabam por representar um pouco de união) e Kurt vão seguir neste final de temporada.
Após a morte do pai, que confessa ter realmente morto a amiga de infância do filho, Taylor Shaw, Kurt viaja com a irmã até à casa de infância para procurar o corpo da pequena Taylor e concluir, de uma vez por todas, o que aconteceu naquela noite.
Jane, por sua vez, faz uso de todos os seus trunfos para encontrar Oscar, que sabe ser o responsável pela morte de Mayfair. Num episódio em que ficamos a conhecer um pouco melhor a relação prévia de ambos (através dos flashbacks da Jane), Oscar acaba por revelar-se uma maior ameaça do que um amigo. Mais uma vez, Jane encontra-se numa posição de completa desconfiança, mas desta feita com novas informações, contadas pela metade, que são apresentadas sobretudo para levantar a curiosidade dos fãs.
No que toca aos restantes membros da equipa, Reade, Zapata e Patterson, este é um episódio de confidências, em que todos se unem para tentar encontrar Mayfair. Para a segunda temporada, não podemos deixar de desejar um maior destaque para Patterson, já que se trata de uma personagem que, com uma ou duas falas, consegue facilmente promover o desenrolar da história conferindo-lhe, ao mesmo tempo, uma ligeireza e um optimismo realista q.b. que funciona para balançar a tensão habitual dos episódios da série.
Este último episódio deixa muitas perguntas sem resposta, sendo a mais óbvia (e a que nos remete novamente para o início da série): quem é a Jane Doe? Mas, sejamos sinceros, descobrir a identidade de Jane não podia ter sido assim tão fácil, não é verdade? Estará a resposta para a sua identidade escondida em alguma tatuagem ou só será descoberta quando todos os enigmas forem descodificados?
Mas há mais! Se ainda não fizeram a vossa lista de perguntas sem resposta, aqui ficam algumas sugestões para remoer durante o verão:
Diana M. Ferreira