Este episódio de Vikings trouxe-nos o primeiro round do duelo Ragnar vs Rollo. A nova tentativa de Ragnar em conquistar Paris começou e a guerra está longe de terminar.
Depois de tantas semanas a vermos um Ragnar apático, cheio de demónios, sem o foco e a racionalidade de outros tempos, este ataque poderia ser o ponto de viragem. E começámos por vê-lo montar uma estratégia: atacar o forte de frente, por mar, enquanto Lagertha lideraria um grupo paralelo que atacaria por terra, de modo a desviar as atenções dos franceses e poderem assim surpreendê-los.
Mas o facto é que, do outro lado, tínhamos todo o poderio e armamento francês sob a liderança e astúcia de um viking, Rollo, que caso ainda houvesse dúvidas, confirma-se que é mesmo um traidor irremediável. E a verdade é que esse foi o único viking a rir-se no final deste duelo. O núcleo que atacou por terra deparou-se com um solo pantanoso que quase os imobilizou e os tornou alvos fáceis para as bestas francesas. Por mar, a sorte não foi diferente. Se, por um lado, o ataque falhado por terra não lhes deu uma vantagem que esperavam ter, Rollo tinha uma armadilha montada, uma corrente oculta no fundo do mar, que subiu em momento estratégico, provocando o naufrágio de alguns dos barcos. Entre os barcos tombados, destaque para o que trazia Finehair, Halfdan e Floki. Os dois primeiros conseguiram rapidamente nadar até ao barco de Ragnar. Já Floki parecia estar perto do seu fim, quando o misericordioso Ragnar se atirou ao mar e o salvou. Em termos de realização deste primeiro duelo, a emoção esvaiu-se cedo demais, pois desde logo compreendemos qual seria o desfecho.
No acampamento, mais um revés para a causa do povo de Ragnar: os franceses dizimaram praticamente todos e queimaram tudo à sua passagem. Entre os poucos sobreviventes contavam-se os dois jovens filhos de Ragnar, Yidu, Torvi, e ainda Helga, esta última a ficar gravemente ferida e em perigo de vida.
Resumindo, o lucro e perda que compõem o título do episódio foram muito mal divididos: todo o lucro para Rollo, toda a perda para Ragnar, para quem Paris continua a não oferecer nada senão morte e sofrimento. Talvez por isso, mas também resultado da influência das drogas de Yidu, o vemos num estado de desespero máximo, terminado o episódio a ordenar que abandonem Paris.
Em Kattegat, todas as mulheres parecem estar rendidas a Harbard e todas baixam a guarda ao potencial Deus que continua a “plantar” a sua semente a seu belo prazer. O único que parece desconfiar das intenções de Harbard é o mais velhos dos filhos de Ragnar que não o acompanharam nesta demanda, Sigurd. Neste episódio, assistimos ainda a uma cena de significado misterioso, no qual a influência de Harbard se faz sentir: Floki, a milhares de quilómetros de distância, imagina-se a ter relações com Aslaug, enquanto esta vislumbra Harbard no lugar de Floki.
Em Inglaterra, o Rei Ecbert parte para a conquista de Mercia, mas recebe uma proposta, no mínimo tentadora, face às suas ambições: o príncipe Wingstan (da família real de Mercia) oferece-lhe a possibilidade de governar Mercia e isso pode condicionar e muito o desenvolvimento ou não da batalha por esta terra.
Algo me diz que Ragnar não irá manter a sua decisão. E de certeza que, a manter-se, Bjorn, sedento de desejo de matar o seu tio, e os irmãos bárbaros, Finehair e Halfdan não o quererão acompanhar. A verdade é que Ragnar foi ao tapete e é uma incógnita se se levantará mais forte desta vez.
André Borrego