Contém SPOILERS!
Depois do choque dos minutos iniciais do episódio inicial da temporada, eis que a vida em França avança para os nossos foragidos escoceses preferidos da tv. E não posso deixar de afirmar que a passagem pela corte francesa está a ser uma excelente lufada de ar fresco para Outlander, fazendo-a ascender quase à perfeição.
O inimigo do meu inimigo, meu amigo é… e a missão de Claire e Jamie é apenas uma, colecionar apoiantes para a sua causa. Estranhamente, a missão é bem clara, sabotar as pretensões de Charles Stuart de conquistar o trono, quando deveria ser o oposto, já que Jamie apenas beneficiaria com esta alternativa. A apresentação deste personagem acaba por ser profundamente tendenciosa, já que Charles é sub-repticiamente, ou não, apresentado como um homem limitado no seu egocentrismo. Charles é caracterizado com um homem extremamente altivo que chega a autodenominar-se o braço direito de Deus. Para denegrir ainda mais o personagem, a primeira vez que o vemos é num bordel, algo contraditório para alguém que se afirma como profundo seguidor da palavra divina. Sendo assim, a posição dos guionistas é altamente tendenciosa, apresentando, à partida, o desfecho previsível deste conflito e, por sua vez, a linha do destino continuará inalterada para desespero de Claire.
A vida na corte francesa foi feita para Claire… se achava que ela brilhou na Escócia, agora mudei de ideias e a nossa atriz transformou-se numa supernova nesta temporada. Além de dominar a etiqueta, tornou-se excelente na caça de amizades influentes que a ajudarão na sua causa. Em suma, Claire foi feita para a vida na corte de Luís XIV. A corte de Luís XIV, o auge da vida social da época moderna europeia, foi representada também com bastante leveza, tocando mesmo a comédia.
Pois é, esta segunda temporada, talvez por estar longe do centro do conflito e do jogo de influências, começou a apresentar determinadas situações de forma satirizada: ora vejamos a depilação genital e a forma como é apresentada; as cenas do bordel com Charles Stuart; o acompanhamento social a Luís XIV aquando da sua defecação; toda a situação em torno do ministro Duverney.
A boa disposição de Claire termina com a revelação do fim do episódio sobre a sobrevivência de Jack Randall ao ataque da prisão aquando da libertação de Jamie. Claire sempre foi muito boa a guardar segredos, mas o seu amor por Jamie torna-a vulnerável e duvido que guarde esta informação por muito tempo, por muito que saiba que o seu amado ficará bastante perturbado.
Tinha bastante receio em relação ao regresso da série, pois julguei que a qualidade da primeira temporada seria difícil de igualar. No entanto, o guião interessante, os cenários deliciosos e os desempenhos fantásticos mantêm-se, mas a banda sonora sofreu um upgrade fenomenal. Outlander é, sem grande sombra de dúvida, uma das melhores séries da atualidade, rivalizando mesmo com Game of Thrones ou Penny Dreadful em termos de qualidade.
Questões em análise:
Esta semana o reviewer não foi o habitual… mas não se assustem, o Jorge regressa para a semana com as suas fantásticas reviews!
Rui André Pereira