Legends of Tomorrow – 01×11 – The Magnificent Eight
| 17 Abr, 2016

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Legends of Tomorrow provou que é uma série muito melhor quando se afasta da sua narrativa principal, Vandal Savage, e permite aos personagens terem uma liberdade selvagem e divertida num período de tempo aleatório. The Magnificent Eight, um clássico Western, foi heroico, divertido, teve almas gémeas e introduziu uma personagem do universo dos quadradinhos da DC.

Desde a definição do cenário, às roupas de época, o episódio desta semana fez um excelente trabalho a invocar os tempos do Velho Oeste (como já tinha acontecido com a década de 70). Como apreciador de filmes do velho oeste, foi ótimo ver os diferentes personagens a explorarem este mundo, onde à cabeça tivemos Ray a virar um completo geek e viver a sua fantasia de infância, vestir a pele de Sheriff.

A narrativa da semana começa com a equipa a chegar à cidade de Salvation no ano de 1871 para se esconderem dos caçadores e planearem a sua próxima jogada. Este lugar é uma espécie de ponto cego para os Time Masters e à partida um ótimo local para passarem desapercebidos. Contudo nunca nada corre bem. Quando todos estavam a ter um momento relaxante e divertido, Snart dispara sobre um bandido num bar, a fim de defender o seu companheiro Stein, e é aqui que os problemas começam. Ray acaba por tornar-se Sheriff e vão à caça do gangue Stillwater, um grupo de bandidos que aterroriza a cidade há já algum tempo. Depois de um ataque ao acampamento onde o gangue se encontra, Jax é sequestrado, ao passo que a equipa leva em custódia o chefe dos bandidos. Para reaverem o seu colega de equipa, Rip oferece-se para um duelo com o chefe do gangue e quem ganhar terá de abandonar o local. No fim, ficamos admirados com a rapidez com que Hunter consegue sacar uma pistola e disparar. Quando todos davam já por terminado o dia, por causa de não terem passado despercebidos, os caçadores enviados pelo Time Master aparecem e tem lugar o confronto, mas rapidamente os nossos heróis anularam tal ameaça. Os meta-humanos a desencadearem o inferno no velho Oeste! É caso para dizer que estes caçadores não fazem jus à sua reputação.

No entanto, existe uma promessa. Pilgrim está à solta para matar os nossos heróis quando estes eram crianças. Aquela breve cena de Pilgrim a apontar uma arma a um jovem Mick Rory definitivamente tem de estabelecê-la como uma ameaça real e credível. Como se pode lutar contra um inimigo que pode literalmente atacar quando e onde quiser?

Um dos destaques do episódio vai para a introdução de uma das mais conhecidas personagens do universo da DC, Jonah Hex (Johnathon Schaech). E que maneira melhor de apresentá-lo senão a encerrar a briga no bar. Literalmente like a boss, mostrando quem manda! Embora a despedida Jonah tenha sido pouco aprofundada esta semana, deixa-nos com alguma esperança para o seu retorno no futuro. Com Jonah veio também a história compartilhada entre este e Rip. Foi uma surpresa agradável e bem-vinda! Ficamos a saber que Rip herdou o seu casaco de Hex e até deu mesmo o nome do amigo ao seu filho.

Por causa não só de Hex como também do ambiente e da época para que foram, Rip passou o episódio todo numa luta emocional. E isto porquê? Simples. Não foi a primeira vez de Rip no velho Oeste, e ao longo do episódio, notamos que está relutante em deixar a Waverider e se envolver no ambiente que anos antes deixou para trás. Como Ray, Kendra e Sara em 1952, Rip foi vítima do desvio temporal quando foi pela primeira vez ao tempo de Hex. Naquela altura, Rip, ainda algo imaturo no que respeita a viagens no tempo, abusou do heroísmo que viu naquela época e as consequências foram devastadoras. Por isso o seu retorno ao velho Oeste trouxe à superfície todas aquelas lembranças dolorosas. Contudo, à semelhança do desenvolvimento da personagem Hex, poderiam ter aprofundado este passado um pouco melhor.

Destacar também o facto de Kendra ter um encontro com uma versão sua do passado. Embora não tenha gostado particularmente, porque apenas veio, mais uma vez, invocar a narrativa da relação desta com Ray. Mas não existe uma regra sobre o encontro consigo mesmo no passado ou no futuro? Mas continuando. Este encontro esteve completamente desconectado com a narrativa do episódio e só deve ter agradado aos fans de Kendra/Ray. Já para não falar que as duas “Kendras” não pareciam de todo a mesma pessoa (em termos de personalidade). O que nos leva, mais uma vez, a destacar a falta de desenvolvimento da personagem. A única coisa positiva de tal acontecimento foi o enfatizar do tema central do episódio, que os heróis não podem permitir que o destino dite as suas ações. Se são heróis, é justo deixar morrer uma criança com uma doença curável? É justo abandonar uma cidade sem a livrar dos bandidos que a assolam? Não é justo e temos de mudar isso.

Globalmente, The Magnificent Eight foi um episódio muito sólido e aproveitou a oportunidade para utilizar o período da época realmente bem, ao contrário da última semana, quando fomos para o futuro. Hex foi muito bem apresentado, Rory voltou em grande, Ray esteve na mó de cima. No entanto, Kendra continua algo à parte da restante equipa.

Fernando Augusto

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