A 4.ª temporada de Vikings já está ao rubro. Esta semana fomos brindados com um episódio repleto de desenvolvimentos marcantes na maioria dos núcleos da série.
Em terras parisienses, continuamos a acompanhar a difícil adaptação de Rollo aos costumes e à língua dos franceses. A relação com a sua mulher, a princesa Gisla, também não dá quaisquer sinais de melhoras, com ela, inclusivamente, a queixar-se do seu marido e a desejar o divórcio perante uma vasta assistência. A mais recente tentativa de Rollo para se adaptar e cair nas graças de Gisla passa por tentar aprender a língua local e temos uma cena, no mínimo hilariante, na aula com o seu professor, onde Rollo mostra toda a sua frustração ao bom jeito dos vikings.
Lagertha e Kalf estão em clima de romance, mas este está a fazer jogo duplo com ela. Enquanto, por um lado, revela o desejo de terem um filho comum, nas suas costas une-se ao filho de Rei Horik para negociarem com um mercenário, o assassinato do primogénito de Lagertha. O twist que pode vir a ocorrer e que seria interessante era também ela estar a manipular o Kalf. O certo é que se avizinha mais um emocionante confronto para Bjorn.
Em Inglaterra temos progresso no affair entre Judith e Ecbert. Depois deste lhe ter proporcionado a oportunidade de atender ao seu gosto por pintura e de lhe mostrar compaixão, Judith retribuiu ao entregar-se a ele. A verdade é que o Rei Ecbert fez por merecer. O rei cristão recebeu a surpreendente visita do espírito de Athelstan neste episódio, o que o deixa num estado vulnerável e o leva a compreender que Athelstan partiu do reino mundano. Ecbert partilha essa informação com Judith e aproximam-se na dor dessa perda. E desta vez, parece-me que o Rei Ecbert está a ser genuíno, mas posso ser só eu a deixar-me enganar por esta personagem carismática.
Noutro ponto de Inglaterra, e em paralelo com esta relação entre Judith e Ecbert, outra começa entre Aethelwulf e Kwenthrith, depois dele a resgatar juntamente com o filho desta e de Ragnar, originando aqui um interessante “jogo de cadeiras”, ou “jogo de camas”, melhor dizendo.
A cena que era aguardada há muito chegou finalmente neste episódio, o momento “The Revenant” dos Vikings. Na sua demanda selvagem, Bjorn depara-se com um urso feroz. Cruzam-se por duas vezes, sem que haja confronto, e com o urso a desprezar a figura de Bjorn. À terceira vez é Bjorn quem desafia o urso para provar a si próprio o seu verdadeiro valor. O primeiro golpe é do animal, mas este acaba por ser presa fácil para a raiva acumulada de Bjorn. Mais marcante que esta batalha foi, sem dúvida, o que se seguiu, um rugido vitorioso de Bjorn, que foi até sentido por Ragnar, e o culminar deste teste com um mergulho de Bjorn nas águas gelas, a conclusão da sua redenção. Veremos como evolui o agora renascido Bjorn e aguardamos com expectativa pelo seu reencontro com Ragnar.
Floki continuou a enfrentar a sua penitência, sob o olhar atento de Ragna, e com o apoio da sua adorada Helga. Helga é forçada por Ragnar a partilhar com Floki a mais pesada e perpétua tortura, a morte da filha de ambos. O sofrimento espelhado na cara de Floki mostra que este já teve um castigo à altura dos seus pecados.
Este episódio provou a influência que Athelstan ainda tem sobre o decurso da história e sobre o destino das personagens. Athelstan, apesar de ter sucumbido já na temporada passada, continua a roubar o show. A sua marca é tão forte que consegue até levar os próprios fãs de Vikings a dar mais uma oportunidade ao seu carrasco, Floki. E a verdade é que a Helga não merecia perder também o seu companheiro, depois do que passou. Ironia das ironia, foi precisamente o homem assassinado por Floki que regressa, aparecendo também em espírito ao rei pagão, Ragnar, para passar uma mensagem de misericórdia, mensagem essa que dá nome ao episódio e à qual Ragnar atende, libertando Floki da sua tortura. Outro motivo de grande interesse será ver a atitude futura de Floki, isto é, se ele também assume a filosofia misericordiosa pregada por Athelstan ou se é a sua vez de desejar vingança.
Temos muitas perguntas a precisar de respostas nos próximos episódios e aproximam-se confrontos decisivos para o progresso desta temporada que ao terceiro episódio já promete tanto.
André Borrego