Afinal o Flash não é o mais rápido, nem sequer desta Terra.
Ai as saudades que já tínhamos do nosso velocista escarlate. Depois da ausência de um mês inteiro, The Flash regressa e com um episódio bastante agradável e interessante. Um novo vilão velocista, o mistério de Zoom e o drama dos falhanços de Barry fizeram as delícias da semana.
A morte de Jay e os acontecimentos na Terra-2 continuam a pesar na Team Flash, principalmente em Barry. Se ele quer ter alguma hipótese de enfrentar Zoom, precisa de se tornar mais rápido. E para se tornar mais rápido é preciso treinar. Sempre que a Team Flash vai para treinos especiais fico sempre com a sensação do quanto Barry se esforça para ser um herói melhor e mais capaz. “No pain, no gain!”. Mas neste caso, ainda bem que Cisco levou os seus drones. O treino não foi um sucesso e, quando até Caitlin diz que andam a trabalhar demais, é tempo de relaxar.
Quando os super-heróis vão a um club, sabemos que duas coisas vão de certeza acontecer: grandes passos de dança e a noite interrompida por um vilão. Cisco e Caitlin na pista de dança são um sucesso. “Go Cisco, everyday you’re shuffling”! Tivemos também o embaraço de Iris e Barry a falarem sobre serem um casal, tanto no futuro como na Terra-2. A participação de Wally foi meio anti-climática e acho que ainda não há uma grande simpatia para com a personagem. E foi impressão minha ou o relógio de Jesse apitou com Wally? Será que Wally já é um meta-humano, mas os seus poderes ainda estão dormentes? (E já agora, como é que a Jesse entrou no club se é menor?). Toda a gente a divertir-se e a festa é interrompida pelo Flash que virou um vilão?! What? Nah, afinal é uma nova velocista, mulher, com as mesmas cores que o nosso herói.
“Uma velocista mulher? Só precisámos de dois anos, mas finalmente temos uma!”, Cisco.
Trajectory foi introduzida originalmente em agosto de 2006 na revista 52 número #17 (criada por uma grande variedade de escritores e artistas: Geoff Johns, Grant Morrison, Greg Rucka e Mark Waid), onde os seus poderes foram dados por Lex Luthor. A abordagem à personagem na série também foi muito bem conseguida.
Eliza Harmon (interpretada por Allison Paige) é uma brilhante cientista dos Mercury Labs, que ajudou Caitlin a desenvolver o soro Velocity 9. No entanto, Eliza começa a tomar o V9 e torna-se viciada nele, desenvolvendo uma dupla personalidade ao modo de Jekyll & Hyde. A cena em que fala com ela própria fez lembrar o Green Goblin no filme do Spider-Man (2002). Surge assim Trajectory, que parece só estar interessa em espalhar o caos e conseguir a próxima dose de V9.
Trajectory foi uma ótima vilã que trouxe muitas coisas interessantes à série. Desde cenas de ação impressionantes entre os dois velocistas, terminando com o salto à Evil Knievel de Flash. Veio aprofundar o drama e as inseguranças de Barry (aplausos para Grant Gustin pelo excelente trabalho ao demonstrar o desespero e a frustração de Barry), que se apercebe que, não sóm não é de todo o mais rápido, como parece que toda a gente recorre a truques ou drogas para aumentar a sua velocidade menos ele. E neste assunto, Wells é uma grande ajuda ao lembrar a Barry que um verdadeiro herói não segue o caminho fácil da vitória (lição de que ele próprio toma nota devido à discussão com Jesse). E Trajectory permite ainda à Team Flash tirar novas conclusões sobre Zoom.
Ao recusar ser mais forte que o seu vício, Trajectory toma uma última dose de V9 e desaparece (que é como quem diz: desintegra-se completamente) numa velocidade estonteante no meio de relâmpagos azuis. Ao longo do episódio, vemos Cisco “vibrar” sempre que está perto do capacete de Jay e ter visões de Zoom. Após revelar isto ao resto da equipa, tem uma visão final em que descobre que Zoom é Jay. Juntando isto aos relâmpagos azuis, iguais ao de Zoom, que Trajectory lançou depois de repetidas doses do V9, a Team Flash descobre que Zoom também deve ser um viciado numa qualquer droga que estimula a velocidade e que está a degradar as suas células. Ou seja, Zoom/Jay precisa da velocidade de Barry para não morrer. Apesar de todas as pistas nos levarem a crer que Zoom é Jay, espero verdadeiramente que haja muito mais por detrás dessa história. Não só gostava da personagem de Jay Garrick (ainda mantenho a esperança de que esteja vivo. Talvez a misteriosa personagem com o capacete), como mentor de Barry ser o vilão seria um déjà vu. Fico à espera de ser surpreendido. E poderá Jay ter criado Zoom ao tentar combatê-lo? Wow!
No plot dedicado a Jesse, esta descobre que Wells-T2 assassinou o Turtle para a proteger. Como já vimos tanto neste episódio como anteriormente, Wells está mesmo disposto a tudo para proteger Jesse, mas esta acha que deve existir uma linha que o pai não vê e que no caminho, ao passá-la tantas vezes, pode perder-se. Por isso é que após o incidente com Trajectory, Jesse decide abandonar o seu pai e sair de Central City para ir descobrir esta nova Terra à sua maneira. Se por um lado percebo o ponto de vista de Jesse, ela continua a parecer-me uma rapariga muito mimada e admito que não fico triste por a ver partir, pelo menos por agora.
Tivemos ainda, infelizmente, uma história dedicada a Iris. E se Iris até esteve bem, e normalmente saber mais sobre esta personagem e deixá-la ser o centro das atenções já provou que resulta, o problema neste caso foi o novo editor, Scott Evans. A versão de The Flash do veterano J. Jonah Jameson é um completo falhanço. Scott quer mostrar ao mundo que o Flash não é o herói que toda a gente pensa, mas não tem nenhum carisma nem imponência, uma verdadeira desilusão. Quanto à possibilidade de Iris e Scott terem uma relação… prefiro tomar 5 doses de V9 seguidas!
Outros factos interessantes:
– o final de Trajectory assemelhou-se bastante ao final que Barry sofreu nos famosos comics da DC, Crisis on Infinite Earths, onde apenas o fato de Barry fica para trás e ele desaparece.
– Beyoncé é uma senadora na T2? Ehehe
– Wells é fã de Kanye? What?
Para a semana, Barry continua a tentar aumentar a sua velocidade e para isso decide fazer uma viagem no tempo e pedir ajuda ao seu grande amigo Eobard Thawne. O que é que pode correr mal? Até lá, umas boas corridas.
Emanuel Candeias