Este artigo pode conter SPOILERS!
Então antes demais vamos falar da Shelby Wyatt. A maneira como a personagem está a ser desenvolvida está a deixar-me com um pouco de urticária. E porquê? Porque é a retratação típica da bomboca loira que além de menos inteligente é controlada pelas emoções como o amor. Esta recaída no estereótipo denigre não só a população que recai no padrão como, e sempre do meu ponto de vista, a imagem da série. Ok, podem-me dizer: “mas a personagem retrata mesmo um conjunto de pessoas da vida real”. Sim, é verdade. Mas o facto de apenas – e por enquanto – nos ser mostrada essa vertente deixa-me com a dita urticária. Ainda assim, e tendo em consideração alguns episódios anteriores, a postura de Wyatt mudou. Tornou-se mais segura e séria, esta mudança é um dos acontecimentos que mais aguardo.
Voltando à questão central dos últimos episódios: quem é o alvo do terrorista? Parece que é Claire Haas. Sim, o terrorista encarrega Alex de trocar uma caixa de comprimidos da senadora. Mas deixando Alex de parte e fazendo uma viagem ao passado… Parece que Caleb descobriu um pequeno segredo sobre Shelby: os seus pais estão vivos! Ora pegando na minha digressão sobre a sua personalidade, pode ser que seja tudo uma fachada?! Mas voltando a Caleb, como é que ele chegou a esta conclusão? Será que o seu alter ego tem alguma ligação? A cena emocionante nos bosques entre ambos poderia ter sido um ponto para obtermos algumas respostas, mas não. Toda as questões que envolvem os pais de Wyatt vão ficar sem resposta por enquanto.
Ah, sim, os bosques. Perguntam-se: “Porque é que a Shelby e o Caleb fugiram para os bosques?”. Para quem viu o trailer, a resposta é óbvia: Quantico está sob ataque terrorista. Liam quase é morto, mas Drew consegue atirar primeiro e, com isto, a disputa cheia de testosterona está acabada. Mas neste lockdown uma revelação – que para mim é mais importante, mas nada inovadora – é feita: Charlie nunca foi raptado. O seu rapto foi encenado para dispersar as atenções e suspeitas. Embora, aquando do seu interrogatório, tal possibilidade nos fosse óbvia devido à falta de capacidade de efetuar tal dispersão. Esta confissão é feita a Raina, que posteriormente o leva para a segurança do seu lar, ou será?
Nisto tudo, Alex já conseguiu arranjar uma maneira de se aproximar da senadora o suficiente para proceder à troca da caixa. As tentativas frustradas e os bloqueios de Hannah Wyland culminaram numa cena em que a senadora percebe que Alex não sabe de todo onde o seu filho está e termina-lhe a carreira! Ficando Hannah a saber do sucedido, e tentando encontrar explicações para o súbito interesse da agente na senadora, Alex diz-lhe a verdade. Bem, para uma agente capaz de ler tão bem qualquer pessoa, dizer a alguém assim de rajada que o terrorista é real e que a obrigou a trocar os medicamentos, soa um pouco a uma maluca que quer tornar o terrorista numa realidade. Ainda para mais sem qualquer tipo de prova à mão para lhe mostrar.
Aqui quero frisar que neste episódio assisti a uma Alex mais humana, menos permeável ao medo. Em todas as cenas em redor dos medicamentos sentimos o seu medo, a sua angústia e a sua reticência. Toda esta nova perspetiva sobre o que faz Alex ser humana deixou-me com um brilho nos olhos!
E a última ingressão no passado é para falar sobre a situação de Raina, Charlie e Miranda. Parece que a procura de refúgio da situação de Quantico não foi frutífera visto a célula terrorista – a mesma? a do terrorista? – já estar à espera disso. Um dos membros aponta a arma a Charlie dizendo para ele mostrar como é um verdadeiro crente e matar tanto Raina como Miranda, mas Charlie acaba por atirar sobre o terrorista. Já não bastou o stress – e no meu caso o roer de unhas quase o episódio todo -, Miranda tenta salvar o seu filho. Numa situação destas, e com toda uma equipe de spinners já fora da casa, as ordens são para atirar a matar. Charlie entrou em paranóia e não ouve os apelos da sua mãe para se deitar no chão. Com a mira sobre o filho, ela dispara para ele cair, mas os spinners não perdem a mira e disparam também. Que maneira mais triste e dramática de se entrar em choque: olhar nos olhos da sua mãe antes de se perder a consciência.
E mesmo no fim, após todas estas emoções, Hannah Wyland acreditou nas explicações de Alex e trocou os comprimidos!
Tiago Cortinhal