Wally West – Fast and Furious
“Fast Lane” é caracterizado por 3 plots que se vão interligando ao longo do episódio: um novo meta-humano vingativo, Tar Pit; o drama da família West, devido a Wally estar envolvido em corridas ilegais; e temos Barry e Dr. Wells a tentar trabalhar juntos para fechar os portais para a Terra-2. Apesar dos últimos dois terem sido bastante bons, o vilão teve pouco impacto e o ritmo do episódio esteve um pouco desequilibrado.
Tar Pit é um vilão introduzido no universo da DC em julho de 2001 em Flash #174 (pelo escritor Geoff Johns e o artista Scott Kolins). A história de origem deste vilão mostrou-nos que ele era um criminoso que foi largado num barril de alcatrão na altura em que o acelerador de partículas teve problemas. E após passar dois anos enterrado no solo sob a forma de alcatrão, consegue ter a sua liberdade e procura vingança daqueles que o tentaram matar. E pronto, basicamente não houve mais aprofundar sobre Tar Pit, ficamos com a sensação de que é só mais um vilão e que será esquecido rapidamente.
Quanto aos seus poderes, o facto de poder cobrir e transformar qualquer rua de alcatrão deixa-nos a sonhar com grandes cenas de ação entre ele e Flash. E realmente temos uma dessas cenas com Tar Pit a interromper a drag-racing de Wally e a usar carros como armas lançando-os por todo o lado, enquanto o Flash tem que fazer salvamentos a alta velocidade. Temos até direito a uma grande cena em slow-motion (o CGI esteve em alta neste episódio e está de parabéns) em que Barry corre para apanhar um fragmento de vidro que se dirige diretamente para Iris, e sofremos e torcemos para que ele corra e corra mais rápido e consiga salvar Iris, mas… no fim não consegue apanhar o vidro que acerta em Iris e ela morre. Nah, não morre nada, foi só para vos pôr alguma adrenalina a correr. Iris é quase morta, mas é levada para o hospital, onde fica a recuperar. A derrota de Tar Pit no confronto posterior com o Flash foi um pouco anti-climática e demasiado simples.
Porque é que Iris estava em primeiro lugar com Wally numa das corridas ilegais dele? O que é que Tar Pit lá estava a fazer? E mais importante de tudo, como é que Barry não conseguiu salvar Iris? Para essas respostas saltamos para os outros plots.
Apesar de Wally já não precisar do dinheiro para pagar as contas de hospital da sua mãe, continua com o seu hooby/vício de participar em corridas ao estilo de Fast and Furious, para além de continuar revoltado com a sua nova família. Algo que acho que faltou neste episódio foi algum tipo de representação da morte de Francine. Tudo bem que sabemos que ela faleceu, mas parece que faltou um ponto final. Enquanto Joe não sabe bem como lidar com as atividades de Wally sem o afastar, Iris decide tomar o papel de irmã mais velha e pôr fim a isso antes que Wally tenha um acidente. Foi bom vermos Iris também no seu papel de jornalista e a tentar derrubar o responsável por detrás das corridas ilegais, que era um dos envolvidos na vingança de Tar Pit. Soube a pouco, até porque no fim ela foi atrás de Wally para uma das suas corridas, mas foi ferida e não conseguiu pôr fim à rede de crime, mas lembrou um pouco Lois Lane e as suas investigações jornalísticas perigosas. Uma nota de reconhecimento à produção por conseguir continuar a usar a personagem de Iris após Eddie Thawne ter desaparecido e depois de ela já saber quem é o Flash.
Joe, após Barry e Iris o ajudarem a perceber que a rigidez com que os criou foi o que os tornou nas pessoas que eles são hoje, decide ser o pai de Wally e não apenas um amigo, e parece que a família West está num bom caminho para a reconciliação e Wally deixará de tentar ser o novo Vin Diesel. Keiynan Lonsdale tem provado que é uma boa adição ao elenco. O seu monólogo sobre a falta de dinheiro durante a infância, o que não permitia que ele e a mãe fossem muito ao cinema ou assim, mas que isso era compensado pelos longos passeios de carro que faziam para se entreterem. Sendo essa uma das razões para o seu gosto pela velocidade e que no futuro quer ser astronauta ou algo que o leve a atingir velocidades incríveis. Foi um ótimo crescimento da personagem, que não só nos permitiu conhecê-lo melhor, como tudo fará mais sentido e se encaixará quando o seu destino o levar a tornar-se no Kid Flash.
A relação entre Barry e Wells foi um dos grandes momentos do episódio. Foi fascinante ver o contraste entre o Wells da 1.ª temporada, que apesar de na realidade ser o vilão Reverse-Flash, aparentava ser muito mais agradável, e como Barry diz que foi como um mestre para ele; e o Wells desta temporada, que é insuportável e não quer estabelecer laços com ninguém, mas no fundo é uma boa pessoa. Barry e Wells decidem trabalhar juntos para fechar os portais (que jeito que dava o poder de super leitura de Barry, mesmo não ficando tudo na memória por muito tempo), mas Wells tem segundos planos e começa a roubar a velocidade do Flash e entrega-a a Zoom, em troca de este lhe devolver a filha. Esta perda de 2% na velocidade de Barry foi o que não lhe permitiu chegar a tempo a Iris, e se mesmo a 100% não conseguiu derrotar Zoom, continua a precisar de aumentar desesperadamente a sua velocidade.
Tom Cavanagh é brilhante e sempre que Wells tem que brilhar, ele brilha devido à performance do ator. É visível e quase palpável o tormento que a traição provoca em Wells. Por um lado, a filha é o que mais lhe importa no mundo, mas a Team Flash tem feito de tudo para o ajudar e ele sabe que não merecem esta facada nas costas. No fim, acaba por confessar a sua traição e acaba numa cela. Joe, apesar da frustração de tentar criar uma relação com Wally, pode descarregar neste episódio ao dar murros a toda a gente. Primeiro um gancho de direita em Tar Pit, seguido de um uppercut em Wells e K.O. Gostei também muito do discurso final de Barry – que realça a razão por ser ele o verdadeiro herói – em que ele vê que tudo o que Wells fez foi devido ao seu amor pela família e que a sua confissão pode custar-lhe a vida da filha. Barry diz que Joe provavelmente também faria de tudo se Iris estivesse em perigo e Cisco também já passou por algo do género com o seu irmão (nesta temporada de Arrow, vimos um caso semelhante quando o detetive Lance fez um acordo com Darkh para tentar proteger Laurel). Pela família somos capazes de tudo e mande a primeira pedra quem nunca pecou. Wells faz parte da equipa e não merece ser agora deixado de parte e sem ajuda para salvar a sua filha.
Esta 2.ª temporada de Flash continua muito boa e na próxima semana devemos ter um excelente momento televisivo com a ida da Team Flash à Terra-2 salvar Jesse, a filha de Dr. Wells. Nesse episódio podemos contar com as versões da Terra-2 de Caitlin e de Ronnie, sob a forma de dois super-vilões.
Entre as novidades temos ainda a confirmação do crossover The Flash/Supergirl. O episódio crossover será o 18º. da temporada atual de Supergirl, entitulado “Worlds Finest“ (referência à banda desenha do mesmo nome, publicada entre as décadas de 1940 e 1980, que unia dois outros titãs da DC: Batman e Superman), e exibido no dia 28 de março, pela CBS.
Vocês seguem Supergirl? Que estão a achar? Podem seguir as reviews dessa série também aqui no site. Este crossover deixou os fãs bastante entusiasmados, pois vem aumentar o conhecimento que temos do Multiverso da DC na televisão. Até aqui sabíamos que as personagens de Arrow, The Flash e Legends of Tomorrow existem todas no mesmo universo, e que o Constantine da NBC (ou uma versão dele do Arrowverse) também está presente. Quanto a Supergirl, não poderá com certeza existir no mesmo universo, senão já teríamos ouvido falar de certeza do seu primo que anda a voar em Metropolis há já alguns anos, e no Arrowverse a noção de super-poderes e meta-humanos é relativamente nova, por isso Barry terá que viajar para uma nova Terra e conhecer lá Kara. Mas caso este crossover resulte, isso abre a portas a inúmeras possibilidades: que outra Terras poderá Barry visitar? Terras Infinitas com Crises Infinitas…
Já agora, por curiosidade, o que respondem vocês à pergunta de Cisco: Quem é o melhor hacker do mundo? Também acham que é a Felicity?
Emanuel Candeias