Foi provavelmente o episódio mais esperado de toda a temporada e, no entanto, foi o episódio mais fraco desde a estreia de Legends of Tomorrow. O episódio desta semana, Star City 2046, foi situado numa futurista Star City, quase totalmente destruída, com novas versões de Green Arrow e Deathstroke. Ao contrário da maioria dos episódios anteriores, Star City 2046 não se focou na procura pelo vilão Vandal Savage. Em vez disso, permitiu à tripulação da Waverider cobrir novos caminhos, mas nem sempre de forma eficiente.
Um ponto interessante, com possíveis repercussões no futuro, foi o choque de ideias entre Heat Wave e Captain Cold, mostrando o quanto estas aventuras temporais os mudaram. Se, por um lado, Rory quer permanecer no paraíso criminoso que viu em Star City e liderar todo aquele grupo de mafiosos, por outro lado, Snart (que era o cérebro desta dupla) quer continuar a busca por Savage e salvar o mundo. Extrapolando para outro patamar, está a cem por cento com o grupo. Esta separação, admito que foi algo que não previa e veremos se Rory não passará para o lado de Savage, num futuro não muito distante.
É claro que este episódio foi principalmente marcado pela ligação a Arrow e até foi interessante a maior parte do tempo, apesar das suas muitas falhas. Mesmo que esta potencial timeline provavelmente nunca venha a acontecer, não deixa de ser algo para os fãs de Arrow reterem na memória com um ponto de exclamação! Oliver Queen com 60 anos e sem um braço. Sim, o mesmo Green Arrow que apareceu nas comics de The Dark Knight Return. No entanto, esta versão de Green Arrow (reformado) ainda consegue ser pior que a de Arrow, além disso, praticamente sem qualquer contextualização! Poderemos ver em Arrow, no futuro, esta timeline? Para já ninguém sabe…
Neste episódio, todas as storylines de Legends of Tomorrow são postas de lado em prol de uma verdadeiramente surpreendente: toda a equipa de Arrow está morta e Ollie desistiu do seu papel de salvador de Star City. Isto permite que o arco avance, de forma chocante e inesperada. No topo temos a introdução de José David-Jones – como o filho de John Diggle – no papel de Connor Hawke dos comics (segundo Green Arrow, embora nos comics Hawke seja o filho do Oliver) – foi algo bastante agradável. David-Jones esteve muito bem, quer ao nível dramático, quer ao nível da ação. No entanto, foi tão curta a sua passagem!
Em contraste, a nova versão de Deathstroke – filho de Slade Wilson, Grant (aqui idêntico aos comics) – interpretado por Jamie Andrew Cutler – não foi, nem de perto, interessante. É caso para dizer que as habilidades de esgrima do filho, bem como o carisma, deveriam ter deixado envergonhado o seu pai (tão bem encarnado por Manu Bennett, que continua a ser o melhor vilão de Arrow até agora).
Mas vá, nem tudo foi mau… as cenas de ação foram muito boas, mesmo quando a team se reúne para acabar com Grant. E, mais uma vez, Rip a ser um mau líder. Acho que sempre vai existir aquele complexo nele de: não mexer na timeline a não ser, claro está, pela sua esposa e pelo seu filho, mesmo se surgir um futuro hipotético que nunca venha a acontecer e a alteração da sua timeline não trouxer implicações nenhumas (o que foi o caso).
Agora a parte completamente ridícula do episódio: o triângulo amoroso entre Kendra, Ray e Jax. Além de completamente dispensável, aborrecido e chato, estes minutos de sofrimento e tortura conseguiram ainda não ter piada alguma, foi apenas encher o episódio com palha. Bem que os argumentistas podiam ter arranjado algo bem melhor. Creio que terem colocado estes três personagens a dormir a maior parte do episódio teria sido bem melhor do que este romantismo sem graça alguma. E sejamos francos, numa série destas, acho que não faz sentido este tipo de cenas. Ainda por cima era óbvio que Kendra nunca aceitaria qualquer romance.
Resumindo, a visita a Star City poderia ter acrescentado mais profundidade ao arco geral, dando tempo suficiente para gerir qualquer impacto real na timeline, ao mesmo tempo que iria ser dado mais tempo de antena ao novo Green Arrow e ao Deathstroke, o que teria sido benéfico para cativar os fãs.
Algumas observações:
Fernando Augusto