É dia de Reunião em Star City.
Estão a imaginar um malabarista que começa com três bolas e depois vai adicionando mais e mais até que chega um ponto em que pensamos que vai cair tudo… isso não aconteceu em Arrow, que conseguiu equilibrar bastante bem todos os elementos e personagens do episódio. Com tanto material para 45 minutos, de certeza que o público ficou pregado ao ecrã a tentar absorver tudo, apesar de nos perguntarmos o porquê do regresso de tantas personagens neste episódio, quando isso podia ter sido dividido. Não tendo achado que foi o melhor episódio da temporada, para algo considerado filler foi muito bom de ver. Tivemos uma data de personagens que reapareceram, a revelação de uma paternidade inesperada e montes de ação.
Darhk continua de folga, foi dar uma volta a Legends of Tomorrow. Viram a sua participação no episódio “Pilot Part 2”? Ele não envelhece! E parece que o vilão desta 4.ª temporada de Arrow também fará uma aparição em The Flash.
No entanto, os nossos heróis tiveram bastante com que se entreter com mais um vilão a tentar destruir Star City. Toda a gente odeia aquela cidade. Como é que ainda há lá gente? (e o surpreendente é que no universo DC, Gotham ainda é uma cidade pior!). O vilão desta semana, Calculator, obriga Roy a regressar a Star City para roubar uma data de componentes de modo a este construir uma bomba e destruir a cidade. Tom Amandes faz um bom papel de Calculator trazendo um certo charme a um já por si bom vilão, que traz bastante suspense, algum humor e envolvimentos pessoais com a Team Arrow. O regresso de Roy só podia ser cheio de ação e parkour, numa cena de perseguição entre ele e Oliver que termina com Roy a levar uma seta. O regresso do Arsenal foi bastante nostálgico e trouxe saudades de Haynes na série, para além disso também veio dar à personagem uma melhor despedida daquela que na 3.ª temporada foi uma saída abrupta.
Roy não só ajuda a impedir o plano de Calculator, como a sua despedida de Thea foi um momento muito emotiv, depois de ambos declararem que ainda se amam, mas que não podem ficar juntos. Roy dá-nos um momento agridoce com o seu regresso e a sua despedida, mas esperemos voltar a vê-lo.
“Só porque vestes vermelho, não quer dizer que sejas o Flash”, Diggle para Roy.
Outra grande revelação envolvendo o Calculator foi o facto de este ser o pai de Felicity! De certeza que o iremos ver de novo e a batalha entre pai e filha continuará, para determinar quem é o maior super-tech (já no próximo episódio, intitulado “Sins of the Father”).
A resposta de Calculator quando sugerem que ele quer destruir a internet: “Não só é onde trabalho, eu sou viciado em vídeos divertidos de gatos “. Realmente é pai de Felicity!
Para além da despedida com Roy, Thea teve direito ao protagonismo no que diz respeito à sua bloodlust. O facto de já não matar há muito tempo está a ter as suas consequências e a ferida mortal infligida por Ra’s al Ghul está a voltar, e apesar de Thea dizer a Oliver e a Malcolm que a escolha é dela, no fim a sua vontade não chega e ela entra em coma. Em relação ao facto de Thea não poder matar, uma dúvida pertinente surgiu entre os fãs: Será que na Team Arrow ninguém mata realmente? Nenhum dos tiros do Diggle (Spartan), nem nenhuma das setas de Oliver (Green Arrow; também gosto de abusar dos nomes de heróis como Felicity) provocam vítimas mortais? Pessoalmente acho que não, porque de outra maneira muitos dos valores defendidos por eles perderiam a maior parte da lógica. Mas o que acham vocês?
“Às vezes o maior ato de amor é não agir”, grande sabedoria de Malcolm.
A fuga de Nyssa de Nanda Parbat e o confronto com Tatsu Tamashiro (Katana Girl) foram cenas excelentes de ação. Gostei de ver que elas têm as suas capacidades de luta ao mesmo nível. Tatsu possui a poção de Lotus que, segundo Nyssa, é capaz de curar a bloodlust. No entanto, Nyssa promete dar a poção a Oliver com a exigência de que ele mate Malcolm. Com tudo o que envolve o Esquadrão Suicida a ser morto, fiquei bastante admirado por a Katana Girl ter sobrevivido ao episódio, mas também ainda há a possibilidade (bem provável, eu acho) que essa morte vá acontecer entretanto.
Uma palavra de apreço ao diretor Kevin Fair, pois o facto de todo o enredo no episódio se juntar tão bem e a coordenação dos duplos e da coreografia nas cenas de ação estarem num nível tão elevado, deve-se em parte ao seu trabalho.
Também esteve bem no episódio a luta interior de Oliver ao querer culpar-se de tudo e andar com o peso do mundo nos ombros. Facto que é mencionado por Roy e Diggle, que até diz que esse é que é o super-poder de Oliver. E a dor que provocou em Oliver o ter de aceitar a vontade de Thea e não procurar a ajuda de Darhk para o problema da bloodlust, mesmo que isso lhe possa custar o último membro da sua família, foi bem interpretada por Stephen Amell.
As últimas palavras vão para Curtis Holt, que tem vindo a impressionar positivamente ao longo da temporada. Neste episódio foi de grande ajuda para devolver a confiança a Felicity no mundo dos negócios e na gestão da Palmer Tech. Será que quando se tornar um super-herói por sua conta (Mr. Terrific) continuará na série ou irá mudar-se para Legends of Tomorrow, por exemplo?
Esperemos que na próxima semana Arrow mantenha a qualidade de uma temporada que está bem encaminhada para ser memorável.
Emanuel Candeias