Contém SPOILERS!
The Shannara Chronicles, apesar de todas as suas limitações e defeitos, tem-se revelado uma surpresa agradável! A construção do guião denota alguma inteligência e a utilização de cliffhangers nos momentos finais do episódio levam-nos a querer partir para o seguinte. Por seu lado, o início dos episódios tem respondido de forma harmoniosa às questões que nos foram deixadas na semana anterior.
Amberle entrou para o Ellcrys. O episódio terminou no momento em que se iria decidir o destino dos descendentes da humanidade. Isto porque, se ela perder a batalha que a árvore sagrada lhe propõe, Amberle morre sem regressar com a semente que fará crescer um novo Ellcrys. Como uma série vincadamente juvenil, eis que as paixonetas de adolescentes tinham de vir à baila e eis que o desafio de Amberle é matar Will… se muitas dúvidas existissem em relação a estes dois, cairiam por terra com esta cena. Mas a Amberle que saiu do Ellcrys é diferente daquela que entrou. Sabendo que a sua missão é mais importante que a sua vida pessoal e amorosa, a princesa distancia-se de Will, o que o deixa desconcertado. É verdade que os amores impossíveis ajudam na criação de empatia com o público, no entanto, julgo que The Shannara Chronicles tem bastante potencial e não necessita de seguir por essa via para obter o efeito desejado.
Eretria regressa, já que Cephalo mantém o seu desejo obsessivo por magia. A pedido do chefe dos Rovers, Eretria infiltra-se no palácio para roubar as pedras élficas a Will. Esta entrada está tão mal apresentada que até dói! Como é possível que, com as defesas reforçadas, graças ao iminente ataque de demónios, Eretria consiga entrar com tanta facilidade em Arborlon? Já no quarto de Will, a jovem dá-lhe a volta e envolvem-se sexualmente… como seria de esperar, eis que está apresentado o típico trio amoroso de séries juvenis! Quando Will acorda, percebe o sucedido, mas já é tarde demais, pois Eretria fugiu com as pedras élficas.
Em simultâneo, o demónio metamorfo de Dagda Mor está prestes a ser capturado. Ao disfarçar-se de Eretria, põe a cabeça da Rover a prémio… a sorte dela é o plano de Allanor, que acaba por capturar e matar o demónio antes que este conclua a sua missão: matar todos os escolhidos.
Já no fim do episódio, e após Bandon revelar abertamente os seus poderes e as suas visões, eis que Eretria, Will e Amberle (o trio amoroso) partem em direção ao Safehold para cumprir o ritual de renascimento do Ellcrys. Mas os perigos espreitam por todos os lados: Cephalo e os seus homens querem as pedras élficas a todo o custo; o demónio de Dagda Mor afinal não está morto e continua com a missão que lhe foi confiada. Sei que as visões de Bandon são fidedignas e o jovem já demonstrou o seu valor, mas uma equipa tão pequena para uma missão tão importante é algo que não compreendo… Allanor e Bandon poderiam acompanhá-los, mas sem entrar no Safehold. A ver vamos o que sai daqui.
Mantenho o descontentamento que já revelei anteriormente. Dagda Mor merece um episódio para desvendar o seu passado, demonstrando os motivos que levaram um druida a mudar para o lado negro da magia. Por outro lado, têm aparecido poucos demónios… e as folhas têm caído em grande quantidade!
Questões em análise:
Rui André Pereira