Baskets – 01×01 – Renoir
| 22 Jan, 2016

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Como seria uma universidade de palhaços? E se ela existisse, como seria a vida do aluno com mais dificuldades nas cadeiras do curso?

Toda a comédia revolve sobre a vida de Chip Baskets (Zach Galifianaki), um dropout da Academia francesa de palhaços. Chip vê-se obrigado a desistir do curso, por não ser um palhaço ideal, e a regressar à sua cidade natal na Califórnia.

E é em Bakersfield que a série de desenrola e seguimos o dia a dia do palhaço falhado: obrigado a trabalhar como palhaço no Buckaroo Rodeo, onde as suas tentativas de elevar o nível da arte não lhe correm bem; a sua mulher apenas terá casado com ele para poder viver nos Estados Unidos; a sua família não reconhece a sua arte.

Deixando um pouco de parte o enredo da série, numa primeira análise podemos perceber que todo o episódio – e quiçá a série – é uma sátira ao quotidiano e à vida real. Podemos muito bem ignorar o facto de Chip ser um Pierrot e analisar a série como uma comédia baseada em todos aqueles que desistiram da universidade e se viram obrigados, pelo peso da realidade, a regressar à sua cidade natal. Se a cidade natal for uma aldeia. No meio do nada.

O tipo de comédia que Baskets nos traz é pouco usual e pouco virada para um grande rácio de gargalhadas/minuto. Antes procura presentear-nos com uma comédia mais negra e sarcástica do quotidiano. As cenas podem, por vezes, criar no espectador um sentimento de desconforto ligado à crueldade da vida e à desilusão de que tudo correrá bem.

Para aqueles que já conhecem Zach Galifianaki, este tipo de comédia não será uma novidade. Todo o seu percurso se baseia nesta visão de descomédia que é a vida real, e este projeto é apenas mais um exemplo da sua peculiar visão. Se é a primeira vez que estás face ao Zach – ou face a este tipo de comédia – o choque vai ser grande.

O episódio dá-nos as bases para uma boa sátira, o grande problema que a série irá enfrentar serão os espectadores. Todo o enredo e realização giram em volta do humor negro – ao estilo americano e não britânico – que poderá ser um grande problema para os mais comuns dos espectadores.

Mesmo que tenha gostado deste piloto, espero que o nível de realização venha a melhorar nos seguintes, visto que o piloto apenas nos deixou as bases para este universo negro e surrealista da vida de um ex-aluno da Universidade de Palhaços em Paris.

Tiago Cortinhal

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