Diggle brothers are in the house!
Esta semana Arrow traz-nos o já habitual episódio especial dedicado a Diggle. Apesar da pausa na investigação sobre Darkh, o episódio foi bastante focado e a série ganhou algum momentum com três grandes acontecimentos no episódio: os flashbacks finalmente a começar a encaixar-se, o destino de Waller e o nome de código de Felicity.
Diggle, Andy (ou Little Diggle), Lyla e Waller tiveram bastante com que se entreter com a invasão da Shadowspire à base da A.R.G.U.S. A Shadowspire surge como uma organização de militares corruptos, que supostamente tinha sido destruída pela A.R.G.U.S. e para quem Andy tinha trabalhado no passado antes de se envolver com Darkh. Os flashbacks esta semana foram muito bons e ajudaram-nos, não só a perceber a história de Andy, como a relação dele com Diggle – o amor pelo seu irmão, ao mesmo tempo que vive na sua sombra e é julgado pelos seus erros passados que tendem a tornar-se os erros do presente – e as razões da sua maneira de ser.
Eugene Byrd (Andy) até aqui não tinha tido oportunidade de mostrar aquilo que vale, mas neste episódio pudemos vê-lo a sair da casca e a brilhar, ao convencer o seu irmão de que pode confiar nele e que está disposto a ajudar a Team Arrow (pelo menos por agora! continuo a apostar que no fim haverá uma traição por parte de Andy). Outra grande revelação dos flashbacks foi o facto de descobrirmos que quem está na liderança da Shadowspire é nada mais nada menos que o Barão Reiter e ficamos a saber como é que ele foi parar à ilha de Lian Yun.
Shadowspire aparece assim como mais um elemento no drama da história principal e a procura de Reiter por objetos mágicos parece cada vez mais certa que irá ter uma ligação ao presente. Resta saber se a Shadowspire irá surgir como aliados da H.I.V.E. e Darkh ou como seus inimigos.
David Ramsey (Diggle) já antes mostrou estar à altura da sua personagem,sendo o centro das atenções num episódio e, mais uma vez, volta a impressionar pela positiva. Grande interpretação do seu desespero a querer proteger a família e a sua relação fria com Waller também foi palpável. Depois de iniciado o processo de reconciliação entre Diggle e Andy, esta recém confiança é posta à prova quando a vida de Lyla está em risco. O Tenente Joyner entra aos tiros na A.R.G.U.S. e começa a reduzir o pessoal até Waller lhe dar o que ele quer. Claro que Waller apesar de ter um coração de gelo é impenetrável a qualquer tipo de traição e nunca lhe daria nada, o que acaba por lhe valer uma bala na testa. Sim, parece que Waller morreu. Mas será mesmo?
Waller é o equivalente a Nick Fury no Universo da Marve, e espiões deste calibre têm sempre planos dentro de planos. Por um lado, aquela Waller podia ser só um andróide, também conhecidos por “Life Model Decoys”, o que significaria que voltaremos a ver Waller um dia. No entanto, Waller pode mesmo ter morrido e nesse caso podemos especular sobre duas razões. A que seria melhor é a de isto fazer parte dos planos dos argumentistas, e como vimos que apesar de Lyla ter saído da A.R.G.U.S., Waller continuava a confiar nela (vimos quando lhe deu a pen USB e quando a chefia passou para Lyla após a morte de Waller), Lyla pode vir a tomar as rédeas da A.R.G.U.S., tal como Phil Coulson passou a liderar a S.H.I.E.L.D. na série Marvel Agents of S.H.I.E.L.D. Por outro lado, como já vimos o desaparecimento do Esquadrão Suicida devido ao novo filme que vai sair, esta morte de Waller pode também dever-se a isso. Impedindo assim a existência de duas Waller’s ao mesmo tempo. Se essa for a razão acho que é péssimo, porque só vai prejudicar a série e limitar o trabalho dos argumentistas, o que se reflete depois em perda do fio condutor, por vezes.
No fim, Diggle com a ajuda de Andy e da Team Arrow, consegue derrotar a Shadowspire e tudo acaba bem (menos para Waller). Outros pontos muito interessantes foram também: quando Diggle faz a ligação na televisão e diz que tem uma amiga que percebe daquelas coisas e que às vezes lhe presta atenção; o lembrete de Felicity, quando no fim estão a brindar pela morte de Waller, de que Waller tinha tentado explodir com Star(ling) City na altura da invasão dos soldados de mirakuru; e a reunião de toda a família Diggle, com a bebé Sara a ser apresentada a Andy, foi um momento bastante carinhoso.
Se Diggle é a bússola moral da equipa, Felicity é o seu coração. E no outro subplot do episódio, tivemos Felicity a lidar com a sua nova condição numa cadeira de rodas. Emily Bett Rickards está de parabéns pelo seu trabalho nas conversações consigo própria quando está a alucinar e nas conversas mais íntimas e emotivas com Oliver. Felicity tem de batalhar neste episódio com a sua paralisia, a sua pena de si mesma e a raiva pelas lesões provocadas, que invocam o seu passado gótico e com raiva de todo o mundo. Apesar da grande prestação de Emily e da sensação da luta interior, as alucinações foram um bocado inexplicáveis e apressadas. A cena dela a gritar com a Felicity gótica, enquanto está a conversar com Oliver, foi um ponto alto do episódio, muito bem realizado! Felicity consegue vencer a sua luta psicológica e desempenhar o seu papel de heroína com o seu génio para a tecnologia. Sendo realmente uma heroína no seu direito, ganha finalmente um nome de código dado por Oliver, Overwatch (em nota de curiosidade, este nome foi uma sugestão feita por um fã). E é até feita a referência às suspeitas de que Felicity poderia vir a tomar o manto de outra heroína ligada ao super-herói Batman, o que não aconteceu.“Eu ia escolher Oráculo, mas já está a ser usado.”
Em suma, tivemos um bom episódio com a quantidade certa de ação, drama, suspense e mistério. Muitas perguntas ficam por responder em relação ao futuro de Andy, a relação entre Reiter e Darkh e a sempre presente pergunta de quem é que está no caixão? Regressamos para mais Arrow na próxima semana com o regresso a Star City de Nyssa (Katrina Law) e Roy Harper (Colton Haynes).
Emanuel Candeias