Contém SPOILERS!
Pois é… A primeira protagonista feminina das séries de heróis regressou com direito a episódio duplo e muitas mudanças! Apesar das audiências baixas, julgo que Agent Carter voltou completamente renovada e com um ritmo mais aliciante. Caso os números se mantenham, temo que a nossa Peggy não voltará para uma terceira temporada.
Bem… a cena de abertura foi de arromba! A nossa adorada Dottie estava a assaltar um banco quando foi capturada pela equipa do novo diretor da SSR, o execrável Jack Thompson. Peggy acaba por ser a estrela da cena já que estava dentro do cofre à espera da vilã. A construção da cena, os diálogos, os efeitos especiais, a luta e a banda sonora foram dignos de um dos melhores filmes de Hollywood. Por mencionar a qualidade da série, julgo que Agent Carter está entre as séries mais tecnicamente perfeitas dos últimos anos. Voltando ao que interessa: Dottie é capturada e Peggy assume o interrogatório sobre o misterioso pin de lapela que levou a vilã a assaltar o banco.
Thompson recebe um telefonema de Daniel Sousa, o diretor do gabinete da SSR de Los Angeles, e vê aqui uma excelente oportunidade de se libertar de Peggy e do protagonismo que ela conquistou na agência. Quando Daniel se vê aflito com a falta de experiência dos seus novos agentes, é Peggy que é enviada em seu socorro. É assim que Peggy muda de ares e novas aventuras a esperam!
Assim que chega a Los Angeles tem Jarvis à sua espera! Esta dupla arrancou-me gargalhadas na temporada anterior e neste piloto sofreu um upgrade fantástico, demonstrando que James D’Arcy e Hayley Atwell têm uma química inigualável. É verdade que Jarvis passou a primeira temporada a queixar-se da ação e do perigo a que estava exposto na companhia de Peggy, mas depressa mudou de ideias e confessa que anda aborrecido de morte e espera voltar à ação. Mas a dupla evoluiu para trio! Ana, a esposa de Jarvis, juntou-se à equação e prometeu trazer uma lufada de ar fresco aos momentos calmos da série.
O encontro com Daniel foi de grande tensão. Ele seguiu a sua vida e desistiu de esperar pelo amor de Peggy e, curiosamente, quando ela o vê com a namorada, parece-me que se vê uma pontada de arrependimento no seu olhar. Mas os constrangimentos atingem níveis meteóricos quando Peggy conhece a namorada de Daniel e esta a convida para um jantar a três… onde, aparentemente, Daniel a ia pedir em casamento! Tenho sérias dúvidas em relação à namorada de Daniel, Violet. Não sei até que ponto ela não será uma agente dupla… não ao nível de Dottie, mas achei-a estranha.
Por outro lado, Peggy parece ter refeito a sua vida e está pronta para amar. Este clique talvez se tenha dado pelo reconhecimento profissional dos episódios finais da última temporada, ou simplesmente pela passagem do tempo. Com Daniel encaminhado, Peggy dá uma oportunidade ao seu informante da Isodyne Energy, Jason Wilkes, acabando por beijá-lo. É Jason que acaba por revelar a Peggy que a empresa em que trabalha possui um produto imprevisível e poderoso, a matéria zero (bastante conhecida do universo Marvel). Já no fim do episódio, quando Jason está a ajudar Peggy a recuperar a matéria zero, eis que surge Whitney Frost, a esposa do dono da empresa, que acaba por acidentalmente libertar esta arma imprevisível. Dá-se uma explosão e pensa-se que todos morreram, mas eis que Whitney está viva e com a matéria zero dentro de si! Para quem não sabe, Whitney Frost é o nome de uma das vilãs da Marvel, a Madam Masque, e com a marca visível da matéria na sua cara, é provável que vá mesmo usar uma máscara.
Com a conclusão do episódio, Peggy volta a sentir-se desamparada e admite que estava a gostar de Jason. Embora gostasse de o voltar a ver ao lado de Peggy, temos de admitir que ele iria ofuscar o protagonismo de Peggy, uma heroína que acaba por trabalhar a solo.
Resta-me apenas mencionar que tinha saudades da qualidade da série, o que demonstra que os canais estão empenhados em imitar a qualidade do cinema no pequeno ecrã. Espero que tenham gostado do episódio!
Questões em análise:
Rui André Pereira