Quem espera sempre alcança, já dizia o ditado popular. Homeland demorou o seu tempo, bastante tempo, mas finalmente começa a libertar a sua narrativa e as coisas correm mais fluidamente. Este The Litvinov Ruse trouxe-nos de volta as antigas técnicas de espionagem e que saudades eu tinha delas!
Explicando isto tudo melhor, depois de na semana passada Carrie ter finalmente descoberto quem estava por detrás do atentado à sua vida, seria de prever que ela fosse a correr para os braços de Saul, literalmente. Não que esteja a criticar a decisão dos argumentistas, mas este era o motivo perfeito para os reunir.
Muito devido à relação íntima existente entre Saul e Allison, o mentor não queria acreditar em tudo o que Carrie lhe contara, embora todos os indícios estivessem lá. Aqui entra o velho e inteligente jogo de manipulação de Carrie e Saul, quando ambos recorrem à ajuda da agência de inteligência Alemã. O plano é simples e tinha tudo para dar certo. Um alto designatário da inteligência Russa pretendia desertar para os EUA com a ajuda dos Alemães. O mesmo alegava ter informações que comprovariam uma infiltração, na CIA, por parte do seu país.
É este o tema que coloca Allison em alvoroço e destrona-a da posição de manipulação que tem vindo a usufruir desde o início da temporada. No desespero da iminência de ser descoberta, ela quer desertar para a Rússia e para tal utiliza todas as técnicas aconselhadas quando se quer desaparecer “do radar”. Porém, hoje em dia existe uma maravilha tecnológica que são os drones, permitindo seguir qualquer pessoa, para qualquer lado, desde que não haja um bloqueador de sinal.
Allison foi direitinha para Ivan, dando assim a derradeira prova a Saul da sua culpa. Conhecendo a faceta manipuladora que Allison tem demonstrado desde o início, ela não iria desistir assim tão facilmente e ser acusada de traição. Para tal, ela vem com a história de que é ela a manipuladora desde o princípio e que Ivan é o seu contacto dentro da SVR. Isto já era expectável, mas espero sinceramente que todos os anos de experiência que Dar Adal possui sirvam para alguma coisa e que ele não caia nesta balela, mas ele já foi manipulado por Allison no passado.
Quem sofre uma grande reviravolta na sua vida é Quinn. Este passa em pouco tempo do comando para comandado. Já sabíamos que o seu plano de levar os terroristas para a Síria tinha ido por água a baixo, mas nunca pensei que Quinn pudesse virar cobaia do gás Sarin.
Ficamos a saber que a aparente arma biológica de que os Sírios se apoderaram é exatamente aquela que vimos, já na vida real, a afetar milhares de inocente em terreno Sírio. Este gás Sarin provoca uma paralisia no sistema nervoso, levando em última instância à morte, uma morte bastante dolorosa, diga-se de passagem. Quinn será a demonstração que o Estado Islâmico quer entregar à ONU para que esta atenda as suas exigências em declará-los um estado soberano.
A manipulação psicológica que Quinn foi fazendo a um dos seus captores acabou por surtir efeito, quando este administra o antídoto em Quinn, na esperança de que este possa sobreviver. Mesmo depois da agonia a que ele foi sujeito naquela câmara, acredito que Quinn consiga sobreviver e dar o golpe de face em todos os que o puseram naquela situação.
Este nono episódio foi sem dúvida um dos melhores, se não o melhor que Homeland nos entregou este ano. Tal como desejei na semana passada, os argumentistas não se prenderam muito mais e isso fez com que nos proporcionassem um episódio repleto de suspense e espionagem bem ao estilo que nos foi apresentado nos inícios da série.
Carlos Oliveira