Contém spoilers!
Depois dos três episódios anteriores terem sido repletos de ação intensa, ficámos finalmente a saber como é que o Morgan se transformou no homem que é atualmente e qual foi o seu percurso até se ter reunido com o Rick e o seu grupo em Alexandria.
Depois da morte do seu filho Dwayne, Morgan torna-se verdadeiramente um homem destroçado e danificado emocional e psicologicamente. Desenvolve uma enorme capacidade de sobrevivência, mas torna-se feroz e desumano e mata, seja homem, seja mulher, que se lhe atravesse no caminho. Não há espaço para diálogo, é matar e seguir em frente. Isto até ele conhecer Eastman, um homem que vive numa cabana isolada no meio da floresta.
De início, nenhum dos dois confia no outro, Eastman mantém o Morgan preso numa cela e este só quer é matar o primeiro e fugir dali para fora. Depois das ameças e do confronto, os dois homens fazem uma trégua e este é o início de uma bela amizade.
Eastman foi em tempos um psiquiatra, que também viveu com a dor de ter perdido toda a família, assassinada por um dos seus pacientes, depois deste ter fugido da prisão. No entanto, de alguma maneira neste “novo mundo”, Eastman conseguiu encontrar a paz de espírito através do Aikido e vive agora num estado zen seguindo a filosofia de que todas as vidas são preciosas.
A sua atitude perante a vida é completamente oposta à de Morgan, que está em modo de destruição, mas Eastman, a pouco e pouco, consegue chegar até Morgan, que se transforma num novo homem. Quando parece que estes dois vão ser companheiros durante um longo tempo, Eastman infelizmente é mordido por um walker e é o fim do caminho para ele. Quanto a Morgan, está na altura de se fazer novamente à estrada.
A ação passa para o presente e, para nossa surpresa, o Morgan está a contar toda esta história a um dos Wolves que mantém cativo em Alexandria, mas o prisioneiro não parece muito comovido com a história de Morgan e ameaça matar todos quando conseguir escapar. De repente, alguém grita de fora dos muros de Alexandria para abrirem os portões, mas ficamos sem saber de quem se trata.
É uma história bonita e este episódio era necessário para preenchermos a lacuna do que se passou para o Morgan estar tão mudado, mas não precisava de ser um episódio tão longo. Apesar das interpretações brilhantes, acho que o episódio perdeu um bocado do seu impacto porque não me conseguia abstrair do facto de não saber se o Glenn está morto ou não. Talvez se este episódio tivesse sido introduzido mais à frente nesta temporada tivesse resultado melhor, pelo menos para mim.
NOTAS:
Alexandra Leite.