Sem piedade, mas com honra.
E assim chega ao fim The Bastard Executioner. Season finale, series finale, libertem as lágrimas e entrem em depressão, um minuto de silêncio pelo fim desta série. O que muitos estavam já à espera foi anunciado pela FX, dizendo que a nova série de Kurt Sutter não teria uma 2.ª temporada. Alguns culpam o ator Lee Jones, dizendo que não tinha tanto carisma como Flora Spencer-Longhurst ou Stephen Moyer, sendo estes as verdadeiras estrelas do show. Outros dizem que a série começou com um ritmo demasiado lento e confuso e a maioria do público foi perdido logo nos primeiros episódios. Eu acho que tal como aconteceu com a série Marvel Agents of SHIELD, ao princípio não conseguiu cativar bem o público e muitos começaram a desistir, mas melhorou tanto que seduziu as pessoas de volta. Já The Bastard Executioner foi melhorando ao longo da temporada, mas não o suficiente para convencer o público em geral.
Um ponto muito positivo neste episódio, e de louvar aos produtores, foi terem terminado a série e atado todos os enredos. Houve uma sensação de desfecho que é bastante rara quando uma série é cancelada. Desta forma, quem ainda vai nos primeiros episódios e está a gostar da série, pode ver até ao fim sem o medo de chegar ao fim para encontrar apenas frustração.
A missão deste episódio consistiu basicamente em resgatar o padre Ruskin e Luca das mãos dos cavaleiros da Rosula, salvando assim também Annora. Partindo de onde o episódio acabou a semana passada, Annora revela a Wilkin tudo sobre os serafins e o Livro do Nazareno. Revelando ainda que ela é descendente de Jesus Cristo (alguém se lembrou do filme Código Da Vinci?), e sendo assim Wilkin também (o nosso salvador! E isso explica as visões de demónios e anjos que ele teve ao longo da temporada).
Wilkin decide pedir então ajuda a Love para poderem reunir os homens necessários para a missão. No fim, aliados não faltam, desde Milus, Wilkin, Toran e o resto dos companheiros (Ash e Berber), o escriba que trabalhava com Berber (descobrimos o porquê de ele trabalhar em escravidão e que possui habilidades úteis de combate), o comandante Leon e o cavaleiro Locke, Wolf e o seu exército de rebeldes e, claro, o Templário.
Antes da batalha final, vemos resolvidas as questões das vinganças que começaram isto tudo. Toran ataca Sir Locke, mas este nem pede misericórdia aceitando que é culpado. E então, num grande ato de honra, Toran dá um machado a Locke e dá-lhe a oportunidade de se defender. Uma luta até à morte, onde só um sairá vencedor. Será? Surpreendentemente, quem ganha é Locke, mas poupa a vida a Toran e assim as suas dívidas são pagas. Foi sem dúvida um final diferente do que se estava à espera, depois de todos os momentos negros pelos quais vimos Toran passar. Quanto a Wilkin, tem também a sua oportunidade de acabar com a vida do comandante Leon, mas ele revela-lhe a verdade de que não é o responsável pela norte da mulher e da filha. E aparecendo a Wilkin uma visão da sua ex-mulher a confirmar esta verdade, Wilkin poupa a vida a Leon.
Quanto a Jessamy, no meio disto tudo consegue escapar dos aposentos de Isabel e. ao descobrir que Luca tinha sido levado, tenta atacar novamente Love. É claro que falha (bom gancho de Milus) e é presa, sendo a tortura e a morte o destino que a aguarda. No entanto, Love é muito benevolente e encarrega Milus de tratar das coisas para ela ser enviada para um sanatório distante, de modo a tratarem a sua loucura.
Love e Milus também têm um momento, em que mais uma vez reconhecem as qualidades de cada um e que ambos são importantes para proteger e assegurar o futuro de Ventrishire. Milus até sugere uma resolução para a gravidez falsa de Love, ficando também esse assunto de certa forma encerrado. É interessante como nestes últimos episódios temos visto um lado mais bondoso e meigo de Milus, embora este continue disposto a tudo para proteger o condado.
E assim chega, a batalha final! O Templário começa a dizer para desmontarem dos cavalos, pois não vão precisar deles. Hm, estranho, porquê?… Em chamas! O antigo Mudo Negro, revelado Templário (e pai de Wilkin?) põe-se em fogo, numa explosão que atordoa os seus inimigos e sai disparado, esquartejando, queimando e dispersando o exército inimigo. O mais impressionante é, será que esta é a primeira vez que ele usa este truque ou será que as queimaduras que tem vêm da primeira tentativa? Infelizmente, esta vez foi a última, pois o bravo guerreiro acaba por cair em combate. Ed Sheeran tem neste episódio a sua maior participação e não se desenrasca nada mal em cenas de combate. O resto do combate vai prosseguindo a favor do exército de Wilkin. Outra surpresa é a morte do arquidiácono às mãos, do padre Ruskin pensamos nós, não, de Luca. O filho de Maddox não só esfaqueia o arquidiácono como ainda dá um golpe a Sir Cormac. Este acaba por fugir, devido à bondade de Wilkin, e é o único sobrevivente dos cavaleiros da Rosula. Esta bondade final de Wilkin também revela que apesar de tudo o que passou, não se transformou num monstro.
As cenas finais, ao contrário de como começou a série, com mortes e violência, termina com amor. Wilkin e Love consumam o seu amor (Isabel e Milus também? Ahaha) e assim termina The Bastard Executioner.
Claro que nem tudo ficou em pratos limpos, mas foi um bom final. Ainda haveria história para uma 2.ª temporada, com a fuga de Cormac, a situação do Rei e do comando de Ventrishire, as cenas macabras de Ash, as razões da morte da mulher e filha de Wilkin e muito mais. Mas ficamos por aqui, numa série que, no geral, foi um bom entretenimento. Alguns altos e baixos, mas que agora não apresenta nenhuma hipótese de ser ressuscitada. Até à próxima série de Kurt Sutter. E adeus música do opening da série…
“I can live without a hearth
without love
but I do need a name
(…) King of the kings
do you feel any pain?
do you feel any pain?”
Emanuel Candeias