Minha querida Bernadette…
E assim chega o penúltimo episódio da temporada de The Bastard Executioner. Apesar de um início atribulado, penso que a série tem vindo a melhorar consideravelmente. No entanto, ainda é um mistério se haverá renovação ou se ficamos por apenas uma temporada. É facto que muitos se apoiam no nome de Kurt Sutter como garantia para uma 2.ª temporada, mas isso pode não acontecer.
Há muita controvérsia entre o público se esta série merece ou não uma renovação. Nesse aspeto, com tantas comparações que tenho visto serem feitas com a nova série The Last Kingdom, achei por bem dar uma vista de olhos a essa a série. Estava com medo que fosse demasiado semelhante a Vikings e que não passasse de um rip-off, mas após o 1.º episódio devo dizer que estava enganado e que irei ver o segundo. Mas comparando com The Bastard Executioner acho que são duas séries bem distintas e que podem bem coexistir, há muito espaço para se gostar das duas.
The Bastard Executioner tem uma vertente também histórica, mas ainda consegue cativar um público que goste de fantasia e de jogos de poder num lado que se aproxima um pouco de Game of Thrones. Acham que tem hipóteses de ser renovada?
Relativamente ao episódio desta semana, comecei a vê-lo e a achar que para um episódio anterior a uma season finale estava a haver pouca construção de suspense e drama que nos deixasse a arrancar cabelos pelo último episódio. Mas…
A captura de Gaveston correu muito melhor do que estava à espera, nada correu mal. Nenhum personagem importante morreu ou ficou ferido, Cobbert conseguiu ter a sua vingança pela humilhação passada e até o castigo da semana se passou sem sangue. Nesse aspeto, até acho que foi bem pensado da parte de Wilkin, que evitou ter que provocar dor a mais um inocente. A morte por decapitação de Gavenston foi dada por Wilkin (já que todos estavam com medo das repercussões do Rei. Será que as haverá para Wilkin?) e acho que foi original e bem realizada, foi diferente das “decapitações” a que estamos habituados (no fim ainda mexia). Gostei ainda das últimas palavras de Gavenston e de como elas se aplicam tão bem à situação de Wilkin e Love. E depois temos Ash…
O que estava Ash a fazer naquela missão, pensei eu? E como é que cai no truque mais velho da história e deixa fugir a gémea (a que ainda estava viva, sim estava)? Pronto, teve um papel a enganar os soldados que guardavam Gaveston, mas mesmo assim pareceu-me pouco. E é então que os produtores e o episódio ganham pontos positivos. Lembram-se dos corpos mutilados que têm vindo a aparecer desde o 1.º episódio? Bem, apareceu um novo. E sim, é o corpo da gémea!
Love usa os seus dotes diplomáticos para pôr algum senso na cabeça de Jessamy: “Tens duas escolhas, mulher!”. E também aqui tudo corre bem. Em troca de cuidarem dela e dos seus filhos, Jessamy aceita deixar de viver na ilusão de que Wilkin é Maddox. No entanto, Luca continua desaparecido e, como Love diz, se ele não aparecer em breve, Jessamy vai achar que está a ser enganada e toda a loucura será libertada. Eu continuo a achar que Jessamy vai fazer algo terrível, mas em breve saberemos.
O padre Ruskin e Luca estão presos na antiga caverna de Annora, enquanto o arquidiácono tenta convencer Ruskin a dar a localização de Annora. A revelação inicial de que Ruskin tinha sido um guerreiro não tem impacto nenhum, a não ser quando ele se liberta e espeta uma faca no pescoço de um dos soldados do clérigo, explicando que tipo de guerreiro ele era… um assassino! Pena que a fuga dele é interrompida pela chegada de Ed Sheeran (pensei que o personagem dele teria maior participação na série em geral) e um exército de soldados do arquidiácono.
Wilkin chega a casa para dar de caras com o desaparecimento de Luca e com Annora à espera dele, a tentar falar mais uma vez do destino dele. Destino que só lhe parece trazer desgraça e do qual ele já está farto: “Tu és o demónio, Annora de Alders”. Não, não, diz Annora, tu és é meu filho…
No fim, o episódio acabou por surpreender e deixar muitos enredos em suspense que espero que culminem num grande impacto para a semana que vem, de modo que The Bastard Executioner mostre aquilo que vale.
Emanuel Candeias