Once Upon a Time – 05×07 – Nimue
| 12 Nov, 2015

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Isto sim foi um episódio do (desculpem-me a expressão) caraças! O meu interesse na história começava a esmorecer, mesmo sabendo que ainda havia muitos segredos por desvendar. Estava à espera de algo surpreendente, que desse mais força à trama. Há muita coisa que ainda não foi explicada e tudo ainda estava muito confuso. Nimue  não foi só um episódio que explica as origens do Senhor das Trevas e de Merlin, mas que dá uma reviravolta empolgante e começa a levantar o pano sobre a mudança de Emma para o lado das trevas.

Neste episódio, recuamos mais no tempo. 1000 anos antes do reinado do rei Arthur, Merlin bebeu do Santo Graal e tornou-se no feiticeiro mais poderoso de todo o sempre. Uma espécie de Jesus naquele mundo encantado. Mas a vida de Merlin muda quando conhece Nimue, que procura ajuda após a sua vila ter sido aniquilada por Vortigan.

Apaixonam-se, mas o problema da imortalidade de Merlin começa a tornar-se um problema, após 500 anos. Nimue sugere ela própria beber da taça, mas Merlin prefere uma vida normal ao lado da mulher que ama à imortalidade. Além disso, como já foi provado vezes sem conta nesta série, nem todas as pessoas aguentam o poder sem deixar que lhes suba à cabeça. Em vez disso, Merlin resolve criar uma espada que lhe retirará os poderes e a imortalidade. O que é uma vida eterna comparada a uma vida curta, mas ao lado da pessoa que ama? Esta parte fez-me lembrar a cena de O Senhor dos Anéis quando Arwen rejeita a imortalidade para ficar ao lado de Aragorn.

O problema foi que Nimue nunca pôs para trás o que Vortigan fez à sua aldeia e isso torna-se um problema quando ela e Merlin descobrem que ele andava atrás do Santo Graal. É aqui que Nimue mostra aquilo de que é realmente feita e não foi depois de Vortigan aparecer. Foi antes, quando Merlin lhe pediu para assegurar a segurança da taça. Aqui só não entendi um pormenor… ele viu o que a taça fez ao seu colega de viagem, não teve medo que o mesmo acontecesse à amada? Enfim. O que é certo é que ela bebeu a água e tornou-se tão poderosa quanto o companheiro. Mas ao contrário de Merlin, Nimue usou os poderes para o mal e partiu Excalibur com o propósito de ele não lhos poder tirar.

Nem tudo ficou perdido, porque Merlin usou parte da espada para criar a adaga e limitar, por assim dizer, a maldade do Senhor das Trevas. Achei genial a maneira como criaram as origens desta figura maléfica e só tenho bem a dizer pelo facto de ser uma mulher. Nimue juntou-se às trevas porque quis, porque escolheu a vingança e a sede de poder a consumiu, tornando-a na Senhora das Trevas. Uma espécie de Anakin Skywalker/Darth Vader.

Em Camelot, Merlin desafia Emma a ir com ele à Chama de Prometheus (onde criou Excalibur) para juntar a espada novamente. Já o resto do grupo infiltrou-se no castelo para roubar Excalibur a Arthur. Porém, as coisas não podiam ser assim tão fáceis e uma personagem que não andava a ser usada como devia viu finalmente ter o merecido destaque. Zelena enganou todos e uniu-se a Arthur, que finalmente se conseguiu vingar de Merlin depois de tudo aquilo que ele o fez passar. Zelena transformou a outra parte da espada e com ela Arthur consegue controlar Merlin. Irónico como uma arma que devia ser utilizada para libertar Merlin e o Senhor/a das Trevas do seu poder serve agora para os aprisionar e escravizar. P-a-l-m-a-s! Adorei.

Storybrooke não tem tido grande destaque esta temporada e sinceramente agradeço. Regra geral, os flashbacks são as partes mais interessantes dos episódios porque, para além de se passar num reino mágico, conhecemos pessoas muito mais interessantes. Em Storybrooke temos sempre mais do mesmo. Alguém ameaça perturbar a paz da cidade e os heróis do costume vêm salvar a situação. Já disse e volto a dizer: parece que os únicos personagens que existem a sério naquela cidade são Hook, Emma, Mary Margaret, David e Regina. Henry mal tem aparecido. Belle só aparece quando eles precisam de ajuda em magia desconhecida ou para salvar Gold. E Gold quando se junta às forças do mal ou quando ele próprio é o mau da fita. E por fim, Robin conforta a Regina quando ela precisa.  Os anões dão o alerta e fazem espalhafato. Granny às vezes serve comida no restaurante. E nem me façam falar de Ruby, Cinderella, Aurora, Will Scarlet, Mulan, Lily e Maleficent. Esses ficaram para trás, parece que a história reinicia quando uma temporada (ou meia temporada) acaba.

Apesar destes defeitos que há muito persistem na série, não há dúvida que este foi o melhor episódio da temporada até agora. Jane Espenson dá a Once Upon a Time muitos dos seus melhores episódios e neste arrasou mais uma vez. Que venham mais destes!

Maria Sofia Santos

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