Ainda não tiraram o último êxito de Empire da cabeça? Pois bem, esta semana há um novo! Começamos logo com um Lucious vingativo e provocador que cria um atrito entre Hakeem e Freda Gatz, sua nova protegée, resultando numa batalha de titãs do rap. Annika está em destaque (e finalmente Grace Gealey tem os holofotes virados para si) e uma grande surpresa nos aguarda. Nisto, a mamã Lyon ajuda Jamal a criar o seu novo êxito, até que as coisas se complicam assim que Jamal é convidado para se tornar o novo rosto da Pepsi (grande golpada publicitária da própria marca, by the way). Para criar o tema perfeito, Jamal precisa da ajuda dos seus pais, que se pudessem se esfolavam vivos um ao outro. As coisas não estão fáceis até em Lyon Dynasty, onde Hakeem expressa o seu ódio a Laz (novo interesse amoroso de Cookie), rejeitando ouvir qualquer palavra do mesmo. Nestes dois grandes duelos de titãs: Hakeem vs. Freda e Cookie vs. Lucious, algum terá que sair vitorioso mas… quais serão eles?
É incrível como Empire consegue manter uma criatividade genuína no seu enredo novelístico, quer se manifeste nos diálogos afiados, quer no tratamento de situações dramáticas fortes ou de companheirismo entre personagens. A batalha de rap entre os dois rivais de ambas as empresas discográficas é um campo de guerra sangrento em que as balas são as palavras, os olhares, as atitudes, as posturas. Aqui, os atores deixam de ser atores e passam a ser aquilo que realmente são: artistas musicais competentes e que conseguem desligar-se da obrigação de encarnarem outra persona e abraçarem o seu talento de palco. Esta situação contrasta com as brigas de Lucious e Cookie onde Terrence e Taraji (apesar de uma química inigualável) mostram precisamente como o improviso torna o seu trabalho bem mais convincente.
A realização de Sanaa Hamri (conhecida realizadora de Shameless) é palpitante e retira todos os elementos-chave da criação de Empire. Marisa Tomei continua misteriosa, mas aos poucos ficamos a conhecer a sua personagem e que nos dá algumas conclusões acerca da sua relação com o patriarca Lyon. Acima de tudo, a série reforçou o aproveitamento de personagens que estiveram quase o tempo todo afastadas da narrativa, especialmente Annika. Sentimos pena dela, nutrimos uma cumplicidade para com a performance de Gealey, porque sabemos que estar no meio de duas personalidades complicadas como Lucious e Cookie Lyon é algo que destrói mundos e fundos. E Annika foi vítima disso. A forma como resolveram dar continuidade à sua personagem e explorando novas facetas da mesma, os argumentistas acabaram por incutir um ideal vulgar, mas que fará todo o sentido para os fãs da série.
É caso para dizer que “My Bad Parts” é dos melhores episódios da série, muito porque mostra realmente que há talento, há amor, há vida. Empire não é apenas uma novela, é uma celebração da vida através da música.
P.S.: A visitinha de Vivica A. Fox foi muito divertida e promete dar que falar nos próximos episódios!
Jorge Lestre