Saudações, Blindspoters! Relações com séries televisivas são relacionamentos com personagens e consequentemente com atores que nelas entram. Às vezes esse relacionamento é louco, outras vezes é um amor estranho à primeira vista. Normalmente a escolha reside na primeira opção, mas ambas são bonitas, cada uma à sua própria maneira. Eu continuo a apaixonar-me por Blindspot a cada episódio que passa, a preocupar-me e a amar determinados personagens. Isto tudo para dizer o quê? Tenho o coração partido, mas para ser honesto, era já algo previsível. Mas já lá chegamos.
O episódio desta semana de Blindspot, “Authentic Flirt”, começa com um homem a ser torturado em Barcelona. Esta abertura conecta-se com a tatuagem do caso da semana. O vilão desta semana é incrível. Um bilionário que conseguiu a sua fortuna graças aos Bitcoins (uma moeda virtual), que mudou legalmente o seu nome para Rich Dotcom. Depois de usar a dark web (mais uma vez abordada nesta série), Rich ganhou a sua fortuna com a realização de todo o tipo de negócios. Ennis Esmer, com um toque de génio do mal, irritante e inteligente, desempenha o papel de forma brilhante.
Esse toque de génio do mal envolve hackear o banco de dados do Programa de Proteção a Testemunhas e, em seguida, vender cópias para assassinos profissionais através de mensagens codificadas em sites para cães. Blindspot, que tinha falhado ao nível do enredo quando abordou num outro episódio o tema da Internet, neste redimiu-se e provou que consegue corrigir as suas falhas de forma eficiente e eficaz.
Para conseguir resgatar as cópias, o FBI envia Weller e Jane disfarçados como um casal casado (assassinos profissionais) para irem à uma festa que Rich Dotcom organizou. Graças a esta provisória união, a aliança no dedo de Jane desencadeia-lhe memórias de um noivado rompido com o misterioso homem com a tatuagem da árvore, além de ficarmos a saber que Weller tem uma ex-namorada que ainda gosta dele. No entanto, Weller agora parece consciente dos seus sentimentos por Jane, o que torna este assunto um bocado cliché (ainda não se sabe se Jane é Shaw) e onde, a meu ver, a série falha em não resolver.
Weller e Jane não conseguem escapar com a lista hackeada por conta própria, por sorte, quando a situação começa a ficar preocupante, o helicóptero do FBI chega para os resgatar e levam Rich Dotcom sob custódia.
A equipa está a comemorar a sua vitória e quando todos nós esperamos calmamente pelo fim do episódio, eis que o heart-breaking acontece. Patterson recebe um telefonema de Mayfair, que está no hospital com o pobre David, que só queria resolver o quebra-cabeças e provar criações de gastronomia molecular com a sua namorada. A morte de David já era espectável há algum tempo, mas não deixou de ser uma triste perda para o elenco, no entanto, conseguiu ter mais impacto do que eu esperava, em parte por causa de Ashley Johnson. Joe Dinicol encaixou perfeitamente no elenco e desempenhou muito bem o papel e sinceramente sinto muito por vê-lo ir embora, quer por ele quer por Patterson, merecia claramente um happy ending.
Ao mesmo tempo, Saul Guerrero é morto, num assassinato encomendado por Tom Carter, que continua paranoico sobre os segredos da Operação Daylight poderem vir a ser expostos. Guerrero não era um personagem essencial à série, embora a sua curta e pouco explorada passagem tenha sido boa no geral. A decisão de matá-lo por parte de Blindspot mostra que a série poderá estar a caminho de encontrar maneiras de contar esta história de uma forma menos enigmática e mais satisfatória. E está a funcionar.
Alguns pontos:
A NBC está a anunciar o próximo episódio como um Fall Finale e sinceramente estou ansioso por algo revelador e bombástico, porque acredito que a série pode fazê-lo.
Fernando Augusto