“O meu irmão precisa de mim. O meu irmão verde.”
E pela 2.ª semana, Arrow continua a criar momentum e a impressionar. A coreografia das cenas de ação esteve num nível muito elevado e o foco em Diggle tornou o episódio mais pessoal, para além de que vimos progresso tanta na campanha de Oliver como na história dos flashbacks.
Oliver e Diggle estão de volta aos termos antigos (brothers-in-arms) e isso vê-se logo quando Diggle partilha com ele o ficheiro que Lance conseguiu sobre Andy. Tanto Oliver, como depois também Laurel, acreditam em nunca desistir da família e que a situação de Andy pode ter uma explicação. Mas Diggle, depois de tanto tempo fixado em descobrir quem matou o irmão e em busca de vingança, o que ele descobre no ficheiro sobre as atividades ilegais do irmão, põe-lhe a moral por terra abaixo e ele parece não querer saber do irmão para mais nada (no entanto está com azar).
Depois de Ray ajudar Felicity com a cápsula de cianeto, a equipa Arrow vai à procura de um composto para poderem identificar o DNA dos ghost, mas o que descobrem é muito melhor que isso. Diggle põe um dos ghost knock out, tira-lhe o capuz e… Andy! Ao vivo e a cores.
Após isto, Diggle continua a recusar aceitar que o irmão ainda possa ser salvo, e neste episódio temos um especial desenvolvimento deste personagem, com um momento profundo quando ele é forçado a combater a sua revolta ao ver que os amigos estão dispostos a lutar e a arriscar a vida pelo seu irmão. A cena do resgaste de Andy é espetacular. Uma cena clássica de super-heróis em que a Team Arrow está funcionar bem e até Ray/Atom aparece para ajudar e o vemos a dar pancada como nunca antes (foi a sua batalha de despedida já que Ray irá abandonar a equipa para se tornar uma legend).
O trabalho de James Bamford como diretor do episódio foi incrível e esperemos que não tenha sido o último. Tendo já antes trabalhado como coordenador de acrobacia nas seasons 1 e 2, esta semana temos cenas de ação especializadas. Desde o salto da Black Canary, os ângulos da câmara a mostrarem as lutas tanto individuais como num panorama geral, e sem dúvida o pico com a fenomenal cena de Thea versus Andy no elevador. Quanto a Andy, a conversa dele com Diggle no final não esclareceu grande coisa, e acho que teremos que esperar por um verdadeiro desfecho. Será que Andy é mesmo culpado de tudo ou está só a ser controlado?
Ainda relevante foi o regresso da bloodlust de Thea e a forma como afetou Darkh. Não só ficámos a saber que Darkh tem uma fraqueza nos seus poderes sobrenaturais, como pode haver uma cura para Thea e Sarah. Ficamos à espera que Malcolm descubra uma forma de juntar as duas coisas (repararam como Darkh já sabia que Malcolm era o novo Ra’s? O nome de Malcolm também deve estar algures na lista negra de Darkh).
Voltando a Lance, ele realmente anda a arriscar-se demais e as desconfianças de Darkh começam a atingir o limite. Neal McDonough continua a cativar com o seu carisma e a sua presença imponente, as cenas dele com o seu ar ameaçador fazem dele um verdadeiro vilão. Esta semana ele ameaça toda a gente: Lance parece que teve o último aviso; a cena dos novos recrutas mostra como Darkh mantém um exército tão ordenado e leal; e Oliver Queen, candidato a prefeito, também teve direito à sua ameaça, esta mais subtil.
Devo confessar que a ideia de Oliver como mayor e todo o subplot da campanha política me deixaram ao início um pouco entediado, mas os produtores estão a conseguir que esse enredo faça sentido. Oliver é um vigilante certo (e vai caminhando para herói), mas é mais que isso e isto pode ser a plataforma que o lance para outros caminhos. Sem falar que essa história se começa a entrelaçar mais diretamente com a história principal. Depois de Oliver fazer um discurso num evento em honra da polícia de Star City, é abordado por Darkh como um potencial aliado à sua campanha e ao seu governo, desde que esteja disposto a jogar a favor dos interesses de Darkh, particularmente em deixar Starling Bay como está.
Foi também um grande momento a batalha interior de Oliver, ao considerar se devia jogar o jogo de Darkh e juntar-se a ele para depois o tentar destruir por dentro, mas arriscar-se a problemas como teve no passado com a situação da Liga das Sombras, ou tentar um caminho diferente, o caminho da luz. E decide combater Darkh não só como Green Arrow, mas também como Oliver Queen, desafiando-o ao declarar que vai restaurar Starling Bay.
Entretanto, numa ilha distante, Conklin levou umas bem merecidas chicotadas de Oliver, após ter sido desmascarado. Reiter também começa a revelar ser um adversário de algum respeito. Não só procura e percebe de poderes ocultos, como tem alguns truques na manga. Com tanto “mumbo jumbo” a curiosidade começa a aumentar para percebermos como os poderes a trabalhar em Lian Yu, a magia de Darkh e a bloodlust de Thea se irão possivelmente interligar. Mas eu sinto a falta de Constantine, acho que o subplot dos flashbacks ainda não está cativante o suficiente. Oliver tem agora um mapa para tentar descobrir o que o Reiter quer, mas a situação de não ter contado a Taiana sobre o seu papel na morte do irmão dela, com certeza que irá ter as suas consequências mais tarde.
O episódio desta semana foi bom, foi um episódio sólido. Cada elemento da equipa tem um enredo interessante e na história principal o vilão é fascinante. Ficamos agora com uma semana para inspirar fundo e prepararmo-nos para o gigantesco cross-over que aí vem e a entrada para Legends of Tomorrow. Arrow regressa dia 2 de dezembro num episódio de Flash/Arrow.
Emanuel Candeias