Supergirl – 01×01 – Pilot
| 29 Out, 2015

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“É um pássaro? É um avião? Não, é a Supergirl!”

E aqui está ela. Depois de a testosterona reinar o mundo dos super-heróis nos últimos três anos, parece que Oliver Queen, Barry Allen e Matt Murdock têm finalmente companhia. O seu nome é Kara Zor-El (ou Kara Danvers) e é prima do Quem-Nós-Sabemos (não, não é o Voldemort. Super-Homem, mas recusam-se a dizer o nome do homem durante todo o raio do episódio!). Ai, que falta fazia uma super heroína! E logo uma mais poderosa do que os companheiros de televisão.

Dos mesmo produtores de Arrow The Flash, a CBS apresenta-nos Kara, a prima de Clark Kent. Ela foi enviada pela família para proteger Kal-El, mas a sua nave foi parar à Zona Fantasma. Ficou lá mais de vinte anos e quando alcançou a Terra, o primo já se tinha tornado o Super-Homem e já não precisava dos seus cuidados. Sentindo que o mundo só tinha espaço para um super-herói daquela dimensão, Kara foi entregue aos Danvers e decidiu seguir uma vida normal e acabou numa versão de O Diabo Veste Prada. A performance de Calista Flockhart faz-nos lembrar ligeiramente a de Meryl Streep, mas a ela dá mesmo vontade de dar um estalo de vez em quando.

Então Kara trabalha como assistente da multi-milionária, vive num dos apartamentos mais fixes que vi em televisão nos últimos tempos (quem é que ainda sonha com o da Carrie Bradshaw?) e os óculos  e o cabelo e até o vestuário me fizeram logo lembrar a Felicity Smoak. Mas logo as consegui distinguir. Melissa Benoist não seria a minha primeira escolha para o papel, mas agora até entendo a decisão. Benoist tem aquele aspeto inocente e amoroso e é mesmo isso que Kara é. Viram a cara de felicidade quando se viu nas notícias? Parecia uma criança no Natal!

Claro que Kara não estava satisfeita com a vida que levava. Maltratada pela patroa e sem sorte no amor? Se ela podia fazer e ter mais, porque não arriscar? Se no início nos foi dito que o mundo só precisava de Clark Kent, rapidamente percebemos que Kara tem exatamente o mesmo potencial, carisma e força para combater o mal! E que mal que vem aí!

Pelos vistos, a cápsula de Kara não foi a única a ir parar à Zona Fantasma. Também uma prisão de alta segurança de Krypton a seguiu. Se foi acidental – o que não me parece – ou não, ainda não sabemos. O que é certo é que Kara tem adversários à altura dela, o que é um alívio. Nunca achei grande piada ao Super-Homem. Um super-herói sem quase fraquezas nenhumas? Que seca. E aqui confesso a minha ignorância em relação a este mundo da banda desenhada porque, tal como disse, não sou grande seguidora do pessoal de Krypton. Ainda pensei ver Smallville, mas quando soube que ele só voou no último episódio da série (de dez temporadas)… Nope, nope, nope. Passo.

Cat Grant: Besides fatty foods, there’s nothing people love more than a hero (Para além de comida rápida, não há nada de que as pessoas mais gostem do que de um herói.)

Kara revela-se ao mundo para salvar a irmã (que saudades, Chyler Leigh!!) de um avião que estava a cair. A dinâmica das irmãs é excelente. Vê-se mesmo que Chyler estudou bem a lição de irmãs em Grey’s Anatomy e está a usá-la, agora no papel de mana mais velha. Alex (Alexandra? Lexie?) sempre se sentiu inferior à irmã devido aos seus poderes e nunca a incentivou a usá-los. Tal inveja não a fez desprezar a irmã, o que aplaudo (apesar de ser difícil não gostar da adorável Kara). Acabamos por saber que Alex trabalha como cientista na organização secreta DEO e que lida com a vida extra-terrestre na Terra. E o chefão dela está com tudo menos com paciência para uma pseudo-heroína. Homem de Aço só há um. Mas ela não é o primo e tem tanto potencial quanto ele!

O vilão da semana, Vartox, foi o primeiro desafio de Kara. Vi nela o mesmo que vi em Laurel Lance quando se decidiu tornar a Black Canary. Pouca experiência e falta de habilidade, mas a mesma determinação. Vartox queria vingar-se de Kara porque a mãe dela o colocou na cadeia, mas Kara conseguiu cuidar da saúde dele. Nada como a mana mais velha para a orientar e acreditar nela. Gosto desta parelha.

E como isto é uma série da The CW disfarçada, claro que temos os pretendentes de Kara. Por um lado, temos Winn, amigo e colega de trabalho de Kara, em quem ela confia o suficiente para revelar a sua identidade (apesar de eu não perceber como é que Cat e o pessoal próximo da Kara na CatCo não viram logo que era ela. Ainda por cima com a qualidade da câmara dos telemóveis de hoje em dia!) e não perde tempo em ajudá-la. Ele é engraçado e está pelo beicinho com ela. Por outro… temos um Jimmy Olsen muito mais atraente do que é habitual. Sim, eu fui pesquisar. Alto, musculado e, bem, lindo. Vi logo o clique desde que falaram pela primeira vez e esta amizade tem mais do que pernas para andar. Jimmy é amigo pessoal de Clark (será que ele aparecerá eventualmente na série?!) e está ali para ajudar Kara a tornar-se na superheroína de National City! O Winn é engraçado, mas este Jimmy… minha nossa!

Felizmente, Supergirl tem o mesmo tom de The Flash. É leve, engraçado e não tenta ser algo que não é. Arrow parece uma adaptação da trilogia do Batman do Christopher Nolan e as outras duas seguem um caminho próprio. Há humor, uma história com pernas para andar, uma heroína em construção e com muita vontade de aprender e vilões com potencial! CBS tem uma grelha muito exigente (muito mais do que a The CW) e rezo para que os bons valores de audiência se mantenham (assim como a qualidade, claro). Mostra lá o que vales, Kara!

Maria Sofia Santos

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