Alex Parrish é agora a terrorista mais procurada do mundo e as notícias que a incriminam pelo atentado em Grand Central não são simpáticas. Com Shelby como sua refém, Alex precisa de se fazer ouvir na imprensa, de contar a sua versão da história e é aqui que entra em contacto com The Unknown, uma organização clandestina que procura expor a verdade escondida. Já umas semanas antes do acontecimento, os recrutas do FBI têm uma nova missão: camuflarem-se na pele de outra pessoa, estudar os seus comportamentos, hábitos e particularidades de personalidade de forma a conseguirem uma reunião com um CEO de uma empresa. Nesta suposta tarefa “séria”, os recrutas acabam por tirar algum proveito ao dissimularem-se num momento prazenteiro e divertirem-se.
Caleb e Shelby finalmente põem os “pontos nos is” em relação à sua atração e Ryan e Alex reatam novamente. As irmãs gémeas conseguem colaborar juntas de maneira a tornarem-se profissionais na arte da dissimulação. As suspeitas de quem é o suposto bombista continuam no ar e a tensão entre Simon Asher e Elias Harper está a agravar-se cada vez mais e mais segredos surgem envolvendo os “cabecilhas” do FBI.
Quantico está finalmente a caminhar para bom porto. A história continua na sua mediocridade, mas os argumentistas finalmente começam a apostar nos personagens de forma mais adulta, melhorando as relações entre todos e aproximando-os de uma realidade plausível. O romance entre Ryan e Alex e o clima de sedução entre Shelby e Caleb acabam por arrancar os melhores momentos de “Found”, ao lado das já habituais suspeitas entre Asher e Elias; o facto de se focarem na forma como os recrutas se vão interligando, pondo de lado a constante “injeção” de novos mistérios, e apalpando terreno para uma abordagem mais envolvente da história tem os seus frutos.
Isto é, enquanto não se pode tirar conclusões, pelo menos explora-se as personagens e, ao optarem por esta hipótese, vão proporcionando ao espectador uma visão mais próxima e intimista dos personagens. A pouca incidência no presente, onde Alex é terrorista, o foco reside no com quem a agente se relacionou, com quem sentiu mais empatia e com quem partilhou os seus segredos.
Mesmo assim, Quantico continua a não ser um exercício de televisão magnífico e, mesmo que esteja a melhorar, não creio que chegue a um estatuto de excelência, mas, pelo menos, o fator entretenimento está lá e com algumas melhorias significativas. E, embora ainda não se saiba quem é o suposto criminoso, pelo menos temos a oportunidade de nos abstrairmos um bocado de tanto drama e sentirmos empatia e cumplicidade por estes personagens que certamente vamos acompanhar durante temporadas a fio.
Jorge Lestre