Estamos de volta à escola do FBI onde os recrutas têm agora a missão de proteger os reféns numa situação problemática e potencialmente perigosa para os mesmos. Alex, ainda a lidar com o seu envolvimento na morte do pai, refugia-se no seu individualismo durante o treino, o que desperta a atenção de Shelby, sua companheira de quarto. As gémeas Nimah e Amin estão ainda chateadas uma com a outra e isso parece interferir com o treino da que supostamente ficou em Quantico.
O analista Elias Harper (Rick Cosnett) está cada vez mais a aproximar-se da verdadeira faceta de Asher, ao mesmo tempo que Booth e Liam começam a duvidar dos propósitos um do outro. Ao viajar um pouco para a frente no tempo, Alex e Asher decidem procurar o autor da bomba pela qual Alex foi incriminada, mesmo que a nossa protagonista não saiba que Asher trabalha infiltrado para o FBI. Nisto, algumas revelações surgem no meio do típico jogo de gato e rato e que vão adicionando uma pitada de entusiasmo à história de Quantico.
Não sou grande amante da série, nem a estou a achar propriamente um acontecimento televisivo. Entretém, sim, mas não é propriamente uma que traga um conceito novo nem possui performances magníficas; aliás, o seu conceito é básico e a única forma de conseguir chegar a algum lado é criar uma aura de secretismo envolta nos personagens jovens que compõem a sua história. Digamos que Quantico tenta ser uma espécie de junção entre NCIS e Pretty Little Liars, mas embora os elementos estejam no sítio certo, o resultado é medíocre. Não deixa de ser cativante em certas alturas, nem deita a perder o seu produto por todo, mas não é uma série de referência, nem uma que se possa dizer totalmente original. É daquelas que se fica pelo domingo à tarde quando estamos a descansar no sofá e procuramos entretenimento fácil e desprovido de “fadiga cerebral”.
Deixamo-nos levar pelo carisma da protagonista Priyanka Chopra (a quem não consigo poupar elogios) e desta atmosfera básica do típico jogo do “Quem é Quem?”, que, no fundo, resultam bem para entreter durante uma hora. Em “Kill” a trama adensa-se, torna-se mais palpitante, especialmente com aquelas pequenas revelações que nos vão ajudando a encaixar as peças do puzzle. Sente-se que Quantico está a ter rumo e, apesar de não ser ainda um episódio de choque, “Kill” alia um trabalho de realização mais competente do que os capítulos anteriores e tira partido das facetas mais divertidas dos seus personagens.
Mesmo não tendo conquistado, o novo episódio de Quantico parece colocar a série no caminho certo e vai dando margem para os seus atores poderem brincar com a simplicidade dos seus personagens e não com as facetas mais “toscas” que os tornam supostos terroristas. Destaco apenas um momentinho particularmente interessante entre Harper e Asher, com uma troca de palavras bastante divertida e que acaba por resultar num momento revelador.
Jorge Lestre