Female Body Inspector
Quem é que já pensou em usar NZT para o engate? Brian começa o episódio desta semana a mostrar-no que funciona, e bastante bem (Barney Stinson de How I Met Your Mother ia delirar com esta utilização!). E é por cenas destas que Limitless continua a surpreender todas as semanas, com um argumento sempre rico, variado e muito divertido.
O que continua a não parecer nada divertido é trabalhar no FBI, pois se uma promoção implica trabalhar com o lixo de outra pessoa, mais vale ficar no fundo da hierarquia. No entanto, isto demonstra que Nasreen começa a confiar mais em Brian. Este recebeu um caso especial de espionagem chinesa, mas o caso em si não foi muito interessante (nem mesmo Brian perdeu muito tempo com ele; uns pacotes de leite e umas mensagens codificadas foram o suficiente para pôr Rebecca e Boyle no caminho certo para a captura de Zhang). O que não teve grande impacto no episódio, pois Brian teve muito com que se entreter esta semana.
O segundo plot começou devido a Brian ter que ocupar o seu tempo, pois ao usar um algoritmo para o engate tudo se torna tão fácil, que ele decide fazer amigos com ideias mais interessantes (no entanto, porque é que ele teve acesso ao NZT no horário da noite e não estava a ser seguido por Mike e Ike? Acho que não interessa). É assim que conhece Arthur, um velho geneticista, génio ou cientista maluco, que com um empurrãozinho de Brian consegue criar um “rato imortal”. O problema? O rato é roubado! Supostamente pelo seu antigo sócio e rival, Wilkerman, que é subsequentemente assassinado. As culpas recaem, obviamente, sobre Arthur, que afirma a Brian que é inocente e este decide então ajudá-lo. O que foi também interessante foi vermos Rebecca a dar apoio a Brian. Não só no que diz respeito no conselho e autorização para se concentrar no caso de Arthur em vez do caso de Zhang (e mesmo para escapar de Mike e Ike), mas também quando aparece para o salvar no edifício da Claxion. “I’m in the building, dumb-ass.” A confiança dos dois continua a cimentar-se e a ser um dos pontos fortes da série.
A crescente confiança de Naz e Rebecca em Brian vai pelo cano abaixo, no terceiro plot, quando Mr. Sands pede a Brian que roube do escritório de Naz os ficheiros que o FBI possui sobre o NZT (uma agente especial do FBI tem uma password só com uma palavra? Ela devia passar os seus serões a ver Mr. Robot, podia ser que aprendesse qualquer coisinha). Brian tenta manter a sua lealdade e falsificar os documentos (o que foi bem pensado), mas Sands “sabe mais que a Amália” e não se deixa enganar (também é bom ver que quem trabalha para Eddie Morra possui qualidades extraordinárias). Desta forma, Mr. Sands deixa de pedir e exige a Brian os ficheiros, usando para isso a fraqueza deste, o seu pai (quantas mais vezes vamos ver o pai dele no hospital? Coitado do senhor. E o que aconteceu à enfermeira? O tom de Sands não promete um destino muito invejável). Bastante interessante e bem realizada foi a forma como a confissão de Zhang coincidiu com o roubo de Brian, dando de certa forma uma explicação moral para as acções de Brian. Um ponto negativo no karma pelo roubo dos ficheiros, mas um ponto positivo por ter recuperado o rato de Arthur.
Tivemos ainda tempo para conhecer um pouco mais da agente Harris e da sua relação com o pai. Cujo nome constava nos ditos ficheiros do FBI como suspeito de consumir NZT. Será que o pai de Rebecca e Eddie Morra têm alguma ligação? Bem, enquanto esta história se começa a desenrolar, também a nossa curiosidade vai aumentando.
Limitless mostra assim com este episódio conseguir com sucesso trabalhar com vários plots ao mesmo tempo, o que é uma forma de manter a atenção do público e aumentar a curiosidade em diversos enredos.
Emanuel Candeias