It’s time to beer o’clock!
Limitless segue o bom caminho que tem tomado e tal como em “Badge! Gun!” temos um episódio repleto de comédia, equilibrado com alguns momentos mais dramáticos (temos uma dramédia!). A série tem evoluído ao longo dos episódios, esforça-se por ser diferente de tudo o resto e apresenta-nos os seus elementos de maneiras muito originais.
Os efeitos visuais e a banda sonora continuam a ser elementos-chave para nos cativar. As ajudas visuais de Brian tornam as coisas muito mais interessantes, assim como as suas fantasias. Voltando a falar do opening, é brilhante! E enquadra-se na perfeição com o ritmo da série. O paralelismo entre o Brian com NZT e sem NZT é, não só visualmente, mas também em termos da história, outro ponto crucial.
O caso desta semana foi um pouco mais fraco que o anterior, mas mesmo assim não deixou de ser interessante e ter os seus twists. Centrou-se no assassinato, com um tiro de uma sniper de alta-potência, de um agente reformado do FBI, Ray Dixon, que se vem a descobrir ter ligações com um notório cartel de droga, mais especificamente com o lorde da droga e informante da polícia, Marco Ramos (cuja lenda nos é apresentada sob a forma de uma das fantasias de Brian, envolvendo piranhas comedoras de homens). Mais uma vez, Brian consegue ainda levar à captura de La Cebra, o infame assassino utilizado por Marco Ramos (na grande cena: “Rebecca’s awesome take-down”). Por fim, a captura dos maus da fita também se deve a Brian, que consegue desmascarar o seu plano de fuga. Um caso interessante, mas que de uma forma geral poderia ter sido resolvido sem a ajuda do NZT (o pessoal do CSI resolvia isto na boa).
Um ponto que destaca Limitless das outras séries criminais é que, enquanto em Castle ou em The Mentalist os personagens principais seguem os agentes para todo o lado, Brian como consultor está limitado ao que pode fazer, não podendo, por exemplo, participar nas capturas dos criminosos em si. Isto é uma versão diferente e talvez mais realista, e dá-nos a oportunidade de assistir às fantásticas fantasias de Brian a preencher esses gaps. Continuo a gostar também da participação de Mike e Ike, já que a interação deles com o Brian é sempre hilariante. Nesta semana vemos uma ótima cena de montagem de papel triturado com os seus guarda-costas (bem, se Jimmy McGill consegue montar papel triturado em Better Call Saul sem a ajuda de NZT, é obvio que Brian também conseguiria), para além de que Mike é uma completa sombra de Brian (já uma pessoa não pode passar a noite em paz com a sua ex-namorada?).
No sub-plot do episódio temos “the one that got way”. Jake McDorman e Analeigh Tipon (Shauna, a ex-namorada de Brian) voltam a estar reunidos depois da série Manhattan Love Story, que foi cancelada no ano passado. Como Brian afirma, que melhor forma de esbarramos com a nossa ex do que sob o efeito de NZT? Este encontro veio dar um toque mais pessoal ao episódio. Para além da história em si ser agradável, levantou as importantes questões: serão o Brian com NZT e o “regular” Brian a mesma pessoa? E as pessoas que o conhecem sob o efeito da droga gostarão dele na mesma sem ela?
Quanto ao funcionamento do NZT… não sei se a vocês acontece o mesmo, mas sob o efeito da droga, Brian parece muito menos inteligente do que o Eddie (sem contar que o Eddie toma NZT há mais tempo). Isto claro, pode dever-se à droga atuar consoante a nossa personalidade e as nossas memórias. Brian é sempre atraído pela música e pelo convívio, enquanto que Eddie virou-se logo para a economia e o poder. A série também faz um bom trabalho ao mostrar-nos como o Brian tem acesso a algumas informações através das suas memórias, como no exemplo da mosca que ele mata com a revista (quem me dera que Walter White em Breaking Bad demorasse o mesmo tempo a matar UMA simples mosca). No entanto, quando Mike faz notar a Brian que ele só tem o efeito do NZT durante 12h e que vai ter o seu encontro com Shauna sem “estar dourado”, acho que uma pessoa com NZT facilmente arranjaria forma de ter acesso a mais droga (e para situações futuras ele realmente deveria ter um stock privado).
A relação entre Brian e Rebecca continua a florescer, passando de simples colegas de trabalho para uma relação de amizade. E as conversas durante o “beer’o clock” foram um dos pontos altos desta semana, Rebecca mostrou que está lá para apoiar Brian quando ele precisa.
O pico dramático do episódio deveu-se à constante presença de Eddie Morra (Bradley Cooper) (e teremos em breve uma nova participação do ator), desta vez sob a forma de Mr. Sands (Colin Salmon). “A tua vida já não é mais tua. Agora pertence a Mr. Morra”. O tom leve e luminoso da série sofreu uma reviravolta no final do episódio e vemos o lado mais sombrio das coisas. Depois da ameaça de Mr. Sands ficamos na dúvida de quais serão os trabalhos que Sands/Morra esperam que Brian faça. As coisas vão virar complicadas muito rapidamente! Será Eddie Morra realmente o vilão da série? Não é de todo difícil imaginá-lo como vilão, mas a passagem de herói no filme para vilão agora… inesperado e excitante, mas pessoalmente até simpatizo com Eddie (que acham vocês?).
Emanuel Candeias