Homeland – 05×03 – Super Powers
| 21 Out, 2015

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Este terceiro episódio parece incutir no telespectador um certo déjà vu. Quem acompanha Homeland desde o princípio sabe perfeitamente qual o principal problema que Carrie tem de enfrentar: a bipolaridade é um dos seus maiores medos. Conseguiu escondê-la da CIA durante bastante tempo, o que demonstra a genialidade da personagem, tendo em conta os rigorosos exames a que são submetidos os candidatos antes de ter um emprego deste género.

Este Super Powers trouxe novamente ao ecrã uma Carrie completamente desorientada, por iniciativa própria. Ela acredita conseguir descobrir quem a quer ver morta se partir para uma medida tão drástica como esta. Acaba por ter a sua lógica, uma vez que já nos foi demonstrado no passado que é quando ela se encontra num estado altamente descontrolável que consegue as teorias mais inimagináveis, acabando por se revelarem reais. E foi precisamente isso que os produtores quiserem repescar, mas desta feita o mistério não foi resolvido.

Com a companhia do seu atual namorado Jonas, Carrie revisita toda a sua vida enquanto espia da CIA na tentativa de resolver o mistério que põe em causa a sua própria vida. Todos os fantasmas dos quais ela se quis afastar ao mudar-se para Berlim estão de volta, até mesmo Ayan. Não pude deixar de sentir uma certa nostalgia ao ver a cara de Abu Nazir naquelas paredes e relembrar as primeiras temporadas da série. O talento da atriz Claire Danes é também aqui demonstrado em todo o seu esplendor e merece a ressalva especial.

Quando Carrie parece ter chegado ao seu limite, depois de uma garrafa de vodca (lá se vai a abstinência), a conclusão que ela retira de uma noite de loucura é que todo o seu passado vem em busca dela. Sabemos perfeitamente que esta não é a chave do mistério e é nesta altura que Jonas decide pôr um ponto final em tudo isto, ao dar-lhe a sua medicação. Ainda assim ela consegue ter o discernimento para perceber que a suposta prisão de Steffan, orquestrada por Quinn, é apenas um pretexto do mesmo para descobrir o paradeiro de Carrie, embora Jonas não lhe dê ouvidos.

E é neste ponto que a narrativa de Quinn e Carrie se cruza. De um lado temos um assassino profissional em busca de uma das suas paixonetas e do outro uma brilhante analista. Claro que no campo em questão quem leva a melhor é Quinn, mas aqui fica de novo no ar a dúvida em torno do que irá ele fazer realmente. Se ele tivesse a intenção de matar Carrie tê-lo-ia feito logo naquela mata, mas em vez disso administrou-lhe um sedativo qualquer. Aqui a minha convicção é de que Quinn tentará protege-la da CIA.

A CIA está de facto desesperada em busca de Carrie, mas até agora sem sucesso. Custa-me ver um Saul, que até então era o maior protetor de Carrie, estar agora tão desesperado em busca da sua pupila. Até que ponto Otto During estará a ser verdadeiro ao proteger tanto Carrie? Nesta série eu desconfio de todos. Já o caso dos documentos roubados por Numan levou finalmente à tão anunciada baixa, mas não onde se esperava inicialmente. O sacrificado acaba por ser o embaixador americano em Berlim, em substituição de Allison, que vem agora a saber-se que está envolvida pessoalmente com Saul.

Este terceiro episódio não avançou muito na história principal, mas serviu para nos entregar a melhor performance de Claire Danes deste ano. É, sem dúvida alguma, sempre gratificante ver a atriz dar o seu melhor.

Carlos Oliveira

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