Homeland regressou finalmente! Depois de uma quarta temporada da qual, pessoalmente, não gostei muito, a série recomeça novamente quase do zero e espero que para melhor. Berlim foi o local escolhido para grande parte desta temporada e a ação que vimos neste recomeço foi efetivamente desenvolvida na capital germânica.
Dois anos volveram após o finale da 4.ª temporada e os principais personagens da série estão um tanto diferentes. Carrie, tal como havia prometido, deixou a CIA e trabalha agora no privado, para a Fundação During, como chefe de segurança. É aqui que as coisas começam novamente a mexer para a nossa protagonista.
A fuga dela para Berlim teve um propósito, afastar-se da sua antiga vida. Acontece que o seu novo chefe quer viajar para um dos campos de refugiados no Líbano, o que é obviamente uma viagem bastante perigosa. Homeland foi sempre uma série que se inspira em acontecimentos reais e atuais para a sua narrativa e temos aqui uma clara menção à atual crise de refugiados a que temos vindo a assistir nos últimos meses. Esta inspiração é um dos meus pontos favoritos na série.
A intenção de Otto During em providenciar cuidados a todos estes refugiados acaba por trazer, de certa forma, Carrie para a vida da qual quis fugir. As preocupações com a instabilidade no Médio Oriente e o rapto inesperado por parte do Hezbollah são algumas das coisas de que ela se quis afastar quando emigrou para Berlim, mas voltam agora ao seu quotidiano.
Mas a CIA volta a cruzar-se novamente no seu caminho. Além da tentativa de obter informações sobre o controlo exercido no Líbano, é solicitado a Carrie que consiga de alguma forma confirmar a veracidade de um documento, obtido por meios menos lícitos, a dar conta de uma parceira entre os serviços de inteligência dos EUA e da Alemanha. É este novo assunto que traz personagens como Saul e Quinn à capital germânica. Saul é agora o diretor para as atividades Europeias da CIA e Quinn passou os últimos dois anos em operações clandestinas na Síria.
Uma pequena brincadeira de um hacker entusiasta ao invadir os servidores da CIA acaba por desencadear uma série de consequências que podem vir a ser gravosas para os alemães. Esta fuga de informação leva a um rompimento entre o acordo de vigilância entre os EUA e a Alemanha e coloca Quinn, que está completamente destroçado depois destes dois anos, numa missão de assassino por encomenda a fim de eliminar os alvos terroristas atualmente conhecidos naquela cidade.
Homeland regressa com um episódio sem muita ação, mas que introduziu a nova realidade dos nossos personagens de uma forma convincente. Os acontecimentos da temporada passada tiveram consequências diretas no caminho que todos seguiram e que irão seguir daqui para a frente. Espero que os destinos de Carrie, Saul e Quinn sejam bem desenvolvidos daqui para a frente, já que potencial há para a narrativa de cada um deles.
Carlos Oliveira