Depois da enorme revelação na semana passada sobre a identidade de Jane, os seguidores de Blindspot ficaram em suspenso, aguardando pacientemente a forma como o resto do elenco reagiria a este facto. No entanto, nem tudo é o que parece e, no fim de contas, Jane pode não ser Taylor Shaw.
O episódio começa com um acontecimento que ocorreu há dois anos (ao estilo de 12 Monkeys), onde um acidente num laboratório secreto do CDC leva a uma morte trágica. De volta ao presente, o namorado de Patterson (sim, ela além da fantástica interpretação, também tem vida pessoal) faz uma descoberta sobre uma das tatuagens de Jane baseada numa fotografia dela (duas folhas entrelaçadas, um ácer e um carvalho, símbolo do logótipo do CDC), enquanto Weller e Dr. Borden trabalham com Jane para tentar ajudá-la a descobrir mais coisas sobre o seu passado como Taylor Shaw.
Enquanto isso, Zapata e Reade compartilham um momento de amizade engraçado, a caminho do trabalho. A razão para mencionar estes eventos é que nos primeiros seis minutos de “Bone May Rot”, os escritores de Blindspot dão-nos um pleno olhar sobre as várias linhas narrativas (algo que a série tem vindo a melhorar muito). Enquanto outras séries (para melhor ou pior) usam estes minutos para introduzirem o caso da semana, Blindspot não só faz isso como também tenta, de forma muito eficaz, dar-nos um olhar sobre a vida dos personagens, e isto é um dos motivos pelo qual Blindspot se distancia das demais séries.
Contudo, a “grande” tatuagem revelada neste episódio vem de uma série de números localizados na cara de Jane, quando esta é exposta a uma frequência de luz ultravioleta que só o CDC usa (mais uma forma de adicionar interesse às tatuagens de Jane). Confesso que este caso me deixou contente e entusiasmado (este tema, disseminação propositada de agentes patogénicos mortíferos em larga escala no mundo, faz todo o sentido nos dias de hoje), embora ache que o drama que caracterizou os dois últimos episódios tenha estado um bocado ausente neste.
Houve um pouco de tensão no episódio da semana passada entre Mayfair e Patterson e neste episódio essa tensão continuou a crescer. Mayfair é visitada pelo homem da CIA, Thomas Carter, referente ao caso “Daylight”, cada vez mais preocupado em relação a Jane poder vir a saber de alguma coisa sobre a tal “operação”.
O pouco foco que Weller e Jane tiveram esta semana deu lugar a muitas revelações e informações sobre o desaparecimento de Taylor Shaw. Weller admitiu ter um problema com o pai e que este foi o “culpado” de tudo, explicou ainda de forma detalhada os acontecimentos do dia em que ela desapareceu e revelou também algumas informações interessantes sobre a infância dos dois. Ao mesmo tempo, Jane teve uma visão a ser levada por um homem enquanto dormia quando era criança (o que poderá significar que é de facto Taylor Shaw). No entanto, o mistério sobre quem é Jane sofreu um revés. Quando tudo apontava para que Jane fosse de facto Shaw (devido à comparação de ADN), uma análise a um isótopo de um dente de Jane revelou que esta não é (ambos os testes são conclusivos, mas não podem estar ambos certos).
Tudo somado, “Bone May Rot” foi um agradável episódio, embora o mais parado até agora. Blindspot está a fazer um ótimo trabalho quanto à história principal, dando-nos mais uma vez um sólido caso semanal. O crescimento dos personagens vai sendo cada vez mais interessante enquanto a tensão entre eles vai aumentando. Não só há mistério em relação a quem é Jane, como começa a surgir mistério com outros personagens secundários, que poderão a vir a estar no fio da navalha.
Fernando Augusto