Contém SPOILERS!
Faltam dois episódios para o season finale e Fear The Walking Dead mantém o seu ritmo próprio – leia-se lento – e voltou a focar-se na evolução de pequenos aspetos. No entanto, a afirmação do apocalipse começa a tornar-se uma realidade inevitável para os habitantes dos subúrbios da cidade dos anjos.
O episódio começa com uma pequena narração de Chris. Ficamos a saber que o exército chegou, mas não foi embora. Criou cercas de rede para proteger os humanos saudáveis e, aos poucos, vai restaurando a normalidade, afirmando que é uma questão de tempo para que todos tenham novamente acesso a eletricidade, medicamentos, etc. Esta narração acabou por ser o ponto alto do episódio, já que a restante evolução acabou por contextualizar a nova realidade em que vivem os nossos protagonistas.
Chris acaba por se adaptar depressa a este novo mundo e até ajuda Madison a pintar a casa. Gostei de o ver a aceitar a madrasta! Afinal não é um pirralho egocêntrico como aparentava. É ainda Madison que acaba por confiar no enteado quando este lhe diz que viu “sinais de luzes” vindos de um edifício que se situa fora da cerca, embora Travis desvalorize.
Travis acaba por se tornar o representante natural da população junto do exército. Além de racionar os alimentos que traz, os militares acabam por ter uma função determinante na defesa, sobretudo na inspeção periódica de todos os habitantes de forma a evitar que surjam contaminados dentro da cerca. Sempre que há um doente, o exército leva-o para uma alegada clínica onde existem médicos e medicamentos. A grande estranheza da situação é que, se existem medicamentos, porque não os trazem para os feridos da safe zone? Pois, Griselda, a mãe de Ofelia, está cada vez pior!
Quem ganha algum protagonismo é Liza já que, com a chegada da Dr.ª Exner, lhe é dada a hipótese de ir trabalhar para o alegado hospital. Liza, embora estudante de enfermagem, acaba por ir ajudando todos os que pode. Liza acaba por aceitar a oferta da médica, talvez pela ânsia de mudar a sua vida. Enfim, acabou por ser uma atitude que considero mais egoísta que altruísta, já que nem do filho se despede decentemente!
Quando o exército leva Griselda, leva também Nick, o personagem que mais surpreendeu neste episódio! Nick nunca recuperou da sua adição e, sempre que pode, rouba medicamentos, incluindo morfina, ao seu vizinho enfermo. Esta atitude acaba por revelar que Nick é aquela pessoa que tudo fará para ter aquilo que quer e não me surpreenderia que o visse matar alguém para obter um simples comprimido. No entanto, não o vejo a sobreviver a longo prazo na anarquia social de um apocalipse zombie.
O episódio acabou com Travis a finalmente acreditar em Chris e Madison, já que vê o exército a disparar fora da cerca, onde, na minha opinião, se situa o tão miraculoso hospital. Julgo que todos os que são considerados um estorvo são eliminados do grupo. Sendo assim, Travis levou com um balde de água fria já que a sua utopia não podia estar mais longe da realidade nua e crua. Teremos então os nossos protagonistas a perceber o que realmente se passa e a revoltarem-se contra o exército e a saíram da segurança da cerca para procurarem Griselda e Nick. Por outro lado, não vejo o “Travis moralmente correto” a sobreviver por muito mais tempo caso mantenha a sua atitude de negação.
O episódio, que pouco avançou no enredo, terminou num cliffhanger psicologicamente agressivo que, se bem desenvolvido, fará do quinto episódio o melhor da série. Caso contrário, muito ficará delegado para o último episódio da temporada, o que levará os seguidores a abandonarem a série.
Questões em análise:
Rui André Pereira