Como foi anunciado antecipadamente, Orphan Black foi renovada para a quarta temporada. Isto pressupõe-se novas linhas de história e novos twists que ninguém esperava, numa novela elaborada de tramas e estratégias, de amor e irmandade. Neste final de temporada, as sestras tentam mais uma vez passar uma etapa das suas vidas em segurança e assegurar a sua sobrevivência de algo que transcende as suas capacidades. Agora que o original Castor está nas mãos de Sarah, é necessário protegê-lo e retirar amostras de sangue que poderão ser a cura para a doença de Cosima. Rachel é levada para um estranho local e novos piões são colocados em ação. Delphine descobre que esta havia fugido e que Krystal encontrava-se na DYAD em seu lugar; Sarah engendra um plano para eliminar os Castors que ainda vivem e Alison está a minutos de saber o resultado da sua campanha.
Em “History Yet to Be Written” temos novamente um “clone showdown”: uma junção de todas as nossas clones favoritas numa cena maravilhosa de companheirismo, família e, de certa forma, paz. O plano de Sarah para terminar de vez com o plano malicioso de LEDA, envolve que todas as suas irmãs colaborem para o desfecho da situação. Alison é usada como isco para que Rudy a.k.a. “The ugliest Mark yet” se depare com Helena e dê início a uma batalha final. Rudy já viu melhores dias, assim que o seu problema de saúde se agrava. Sarah planeia uma cilada aos restantes membros de LEDA, que inclui a Dra. Coady. Cosima retira a amostra do original Castor e Mark presta o seu apoio para se ver livre do seu destino. Ferdinand também se junta à parada e, quando se pensa que o capítulo se encerra com uma brilhante demonstração de astúcia das nossas queridas sestras, Graeme Manson (co-criador e argumentista de History Yet to Be Written) apresenta-nos novas surpresas. O episódio polvilha de referências científicas magníficas, em especial um cheirinho da Teoria da Evolução de Charles Darwin e na conotação bíblica das organizações que estão por detrás da criação dos clones. Sendo que os clones femininos e masculinos são como um Adão e Eva no processo, ficamos a conhecer quem realmente impulsionou todo o enredo de Orphan Black: os Neolutionists. Embora pouco ainda se saiba sobre a organização e o desfecho do episódio nos deixe ainda mais à nora, por assim dizer, é genial a forma como o argumento nos mantém completamente absorvidos na temática que continua a evoluir positivamente.
Orphan Black chega ao fim de uma epopeia de dez episódios que nos deixa com “água na boca” para o próximo ano. Apesar desta terceira temporada não ter sido, de facto, a melhor, é certamente uma que dá oportunidade a novos desenvolvimentos e à exploração das suas magníficas personagens e das suas vidas que estão constantemente em perigo. Helena teve um destaque incrivelmente delicioso, assumindo-se como uma das melhores personagens da série e Donnie tornou-se como um ponto fulcral no desenvolvimento narrativo. Até tivemos direito a uns breves momentos de sabor nacional com uma máfia portuguesa bem divertida. Mas tudo o que torna Orphan Black na melhor série de televisão esteve presente, todos os elementos característicos que nos fazem agarrar tanto ao rol de heterónimos de Tatiana Maslany continuam a sobressair a olhos vistos e vou-me despedir com saudade delas e marcar o próximo encontro daqui a um ano.
Nota: 9,5/10
Jorge Lestre