Com Jamie desaparecido depois de uma emboscada do exército britânico, cabe a Claire e Jenny procurá-lo. Apesar de todas as desvantagens e de métodos pouco ortodoxos utilizados, Claire e Jenny parecem não saber do paradeiro do jovem, mas tudo aponta para que este esteja vivo. É aqui que Murtagh, um dos amigos de Lallybroch, entra para auxiliar as duas moças na procura mas, agora que Jenny é mãe e logo regressa a casa, Claire e Murtagh precisam de arranjar um esquema para atrair a atenção de Jamie. É então que o pouco talentoso sapateador Murtagh decide utilizar Claire como uma entertainer para questionar a população das aldeias nos arredores sobre Jamie. Mas a busca revela-se cada vez mais difícil até que Dougal MacKenzie chega para mostrar o ar de sua graça.
Outlander está perto do desfecho e o público apercebe-se com o avanço da narrativa que algo bem grave estará para acontecer. Metin Hüseyin está de volta à realização num capítulo que é escasso em novos rumos de história, mas eficiente em entretenimento. “The Search”, apesar de não ser um episódio extraordinário, consegue transmitir uma falsa sensação de conforto com muito encanto, assim que culmina no aparecimento de Dougal MacKenzie. Os abundantes planos de câmara a percorrer as paisagens escocesas tornam o próprio cenário numa personagem em constante evolução e acaba por conseguir fazer os nossos olhos brilhar mais um pouco. O facto de Claire e Murtagh tentarem usar os seus dotes artísticos para conquistar a atenção do público das vilas por onde passam e de cortar um pouco com a seriedade da busca pelo amado, acaba por se tornar uma divertida abordagem aos primórdios do entretenimento da corte real. O problema é que, através do seu inesperado sucesso, os olhos invejosos estão constantemente à espreita e, então, o plágio chega bem mais cedo do que o pensado e isso poderá por em causa a sua missão. Ainda que um pouco forçosamente, “The Search” revela-se, de facto, um ligeiro exercício de televisão que rompe com a narrativa principal ao explorar a incrível personagem encarnada pelo próprio país onde é filmado.
O “regressar” das personagens de Castle Leoch e do seu papel nos últimos capítulos da temporada é uma jogada interessante, uma vez que revela ao público de que elas ainda têm a sua relevância, mesmo que tenham estado ausentes. Caitriona Balfe rouba o protagonismo e volta a mostrar que consegue assumir as rédeas da história, sem se esconder atrás dos homens musculados que a protegem.
Nota: 8/10
Jorge Lestre