Sarah está agora nas mãos da LEDA e Helena não está muito interessada em saber os motivos. Gracie aparece inesperadamente em casa de Art e o mesmo entrega-a a Felix e Mrs. S. O Projeto Castor tem no seu poder as ossadas do primeiro feto que possui as respostas necessárias para curar a misteriosa doença que afeta os clones. Paul também está de volta e Sarah está a passar um mau bocado a tentar justificar os motivos do porquê de terem raptado Helena, ao mesmo tempo que Cosima tem um encontro com um novo potencial interesse amoroso.
Quando se pensa em Orphan Black e na sua extraordinária complexidade narrativa, o espectador tem na mente que o carisma dos seus atores é o elemento chave para o fazer agarrar às personagens da série. Tatiana Maslany já deu mais que provas que é a melhor atriz da televisão mas outro aspeto fundamental em Orphan Black reside na escrita palpitante dos seus argumentistas. A abordagem que é feita entre as irmãs Sarah e Helena que têm uma estranha relação de amor-ódio é absolutamente cativante e aproxima o público ainda mais das mesmas, partilhando as suas dores, desavenças e alegrias; o facto de serem tão diferentes e tão exclusivas faz com que se crie uma empatia intimista por todos os clones. Cosima também está em destaque e uma interessante Ksenia Solo surge para lhe tornar o dia ainda mais colorido. A cientista, que ainda está a recuperar de uma doença e de um desgosto amoroso, está pronta a lançar-se à vida e Gracie também naquele que poderá ser o momento mais divertido de todo o episódio. Gracie não sabe viver, foi educada como Prolethean desde que nasceu, e cabe a Felix e Mrs. S mostrar como tirar proveito dos prazeres quotidianos.
Alison não aparece, mas “Scarred by Many Past Frustrations” é um capítulo repleto de suspense e relações humanas à lá Orphan Black com os seus twists abundantes e adrenalina a todos os momentos. A aposta em novas linhas narrativas e que abrangem a inserção de Gracie no meio dos nossos clones, o negócio de Alison, o novo interesse amoroso de Cosima e as constantes “turras” entre Sarah e Helena continua a mostrar ser o que de melhor vemos na televisão nos dias de hoje. E já não nos podemos esquecer que estamos a meio da temporada e que teremos um longo ano de espera, portanto há que saborear estes episódios. Um pequeno à parte que queria deixar aqui é a presença de Pupok, o escorpião de “estimação” de Helena que é simplesmente genial e simboliza o lado mais obscuro da personagem. Portanto, um “thumbs up” para “Scarred by Many Past Frustrations” e um “high five” para a temporada que até agora está magnífica.
Nota: 8,5/10
Jorge Lestre