Os nossos clones favoritos estão de volta esta semana. Com um dos clones masculinos mortos à sua porta, Sarah e Felix estão metidos em apuros. Art apareceu no apartamento e vê o sangue no chão; Cosima diz que para analisar a fisionomia única do projeto Castor necessita de colher o cérebro do falecido. Sarah e Art partem em busca de Helena que continua sob a alçada da milícia e Alison lança a sua campanha com a venda de substâncias ilegais. Gracie e Mark também estão de volta e a sua história tem um destaque maior à medida que vão procurando respostas e se esquivam dos Proletheans.
Em “Formalized, Complex, and Costly” são dadas algumas respostas no ramo científico ao que nos temos vindo a perguntar desde que a terceira temporada arrancou; respostas estas que culminam numa inesperada surpresa (como já é hábito em Orphan Black). É certo que a realização de John Fawcett e as prestações do elenco continuam em alta mas, em termos de argumento, o episódio carece daquela adrenalina típica que é marca inconfundível da série. O facto de tentar abarcar outras personagens secundárias e explicar melhor o seu papel na complexa narrativa acaba por nos desviar do rumo central da história mas, mesmo este desvio é feito com qualidade. A história de Mark e Gracie não é, de todo, aquilo que mais nos interessa mas ela funciona como um veículo para interligar todos os envolventes do jogo “clónico” da série. A vertente narrativa de Alison, que se distancia da trama principal, acaba por aliviar o stress da mesma, procurando arrancar uns quantos sorrisos do público e mantém a personagem entretida com o distanciamento (já usual) com as irmãs.
O aspeto mais importante em Orphan Black, que vai para além da construção progressiva do seu universo e da exploração única das suas maravilhosas personagens, reside na insistência em encontrar um valor humano para todos os peões do jogo, daí a forte presença de Gracie e Mark neste capítulo. Apesar de “Formalized, Complex, and Costly” não ser um episódio extraordinário continua a aproximar-nos das suas novas personagens e procura fazê-lo sem fugir demasiado do seu rumo e essas ligações acabam por funcionar. Paul Dierden, o competente Dylan Bruce, continua a mostra uma ambiguidade interessante, uma vez que deixa o público em constante dúvida de que lado ele se encontra. O Projeto Castor está a tornar-se em algo incontrolável e Helena parece ter todas as respostas científicas que a LEDA necessita para “curar” os seus clones que também padecem de uma doença neurodegenerativa semelhante às nossas queridas irmãs. O avanço ritmado do desenvolvimento dos acontecimentos acaba por encaminhar o espectador para as respostas que ele procura desde que começou a seguir a série e Orphan Black continua a surpreender em muitos ramos da sua história.
Ainda vamos no início e muito ainda temos para ver e se há coisa que já aprendemos é que, em Orphan Black, as surpresas estão sempre ao virar da esquina.
Nota: 8/10
Jorge Lestre