Esta semana em Person of Interest temos um regresso surpreendente de uma personagem que, infelizmente, já não se encontra a combater o crime ao lado dos nossos heróis. Ela é Joss Carter (a extraordinária Taraji P. Henson), a ex-parceira de Fusco, e também ajudante da “Team Machine”.
Dominic e Elias parecem estar em guerra e Root, Finch e Fusco estão em cima do acontecimento, ao mesmo tempo que John tenta solucionar um crime que Carter deixou por resolver. Enquanto procura por respostas, John relembra um momento marcante com a sua amiga. Chase Patterson, o novo número, é então o elo de ligação destas memórias de Carter, que foi dado como suspeito no homicídio da sua própria família. Chase era um jovem delinquente que discutia com os pais constantemente e a sua atitude fugitiva garantia quase por certo que seria o culpado. Mas, como todos os casos normais em Person of Interest, há mais por dentro do acontecimento do que parece à primeira vista.
Em “Terra Incognita” o caso é passado para segundo plano. O episódio foca-se (quase) exclusivamente no sentimento de perda desta personagem magnífica que é Joss Carter. A detetive foi sempre a pessoa mais chegada ao nosso reservado ex-agente da CIA e a sua presença age como o Grilo Falante na mente do mesmo. John, naquilo que parece uma memória a um primeiro contacto, desabafa o que vai na sua alma revelando ao público que a partida de Carter nunca irá ser esquecida. O arco narrativo do episódio funciona como um último adeus sentido à personagem, bem como culmina numa viagem sentimentalista e íntima do protagonista encarnado por Jim Caviezel. Assim que se vai desenrolando a ação, John é atingido por uma bala e encontra-se debilitado, sendo que a presença espiritual de Carter parece ajuda-o a manter a sanidade e a não entrar em estado de choque, especialmente devido ao frio do local e ao risco de hipotermia.
Root, Finch e Fusco estão preocupados, mas não conseguem saber ao certo o que está a acontecer ao seu companheiro, embora tenham noção de que ele é menino para lidar com os seus próprios problemas. Todos nós, independentemente das nossas ocupações, temos uma figura, seja ela família ou amiga, a quem recorremos para nos manter no rumo correto da vida, aquela pessoa que nos coloca no caminho certo sempre que temos dúvidas ou incertezas. Para Reese, Carter é esse pilar; é aquela amiga que o ajuda a encarar os seus problemas, a encontrar o seu rumo, a apelar à sua sanidade, mesmo que não esteja fisicamente presente. É neste realismo humano que a presença passageira de Carter triunfa, provando que Person of Interest é uma série que mesmo ao fugir da narrativa principal consegue criar algo de muito especial.
Nota: 9/10
Jorge Lestre