Com a chegada do Duque de Sandringham, as coisas em Castle Leoch estão a aquecer. Jamie vê a oportunidade de lhe ser concedido o perdão, Claire descobre que Geillis forneceu o objeto de mau agoiro a Laoghaire e Dougal parece estar envolvido num escândalo. O casal sensação dos sábados está de volta esta semana com um episódio repleto de traições, magia e intrigas, seguindo o curso da sua história simples e encantadora.
Com uma abertura conjugal bem intensa, Jamie e Claire recebem a notícia de que o Duque de Sandringham está de passagem em terras escocesas. Claire, que ouviu em conversa do seu primeiro marido Frank, sabe que o Duque não é propriamente uma pessoa de confiança mas parece ser o único meio de Jamie obter o seu perdão. Dougal recebe a notícia de que a sua mulher (que ninguém conhecia) faleceu e está fora de controlo, ao mesmo tempo que Laoghaire confessa a Claire que colocou um objeto malicioso por baixo da cama para reaver Jamie. Assim que esta afirma ter obtido este dito adereço de Geillis, Claire parte em busca de respostas com a mesma, deparando-se com a feiticeira em pleno ritual. Geillis está grávida e aparentemente de… Dougal! Não me vou focar nestes detalhes, porque esta é a vertente mais interessante do episódio. Claire visita o Duque, um muito engraçado Simon Callow, e ameaça divulgar as suas ligações com o tirano Jack Randall e os pagamentos ilícitos de Dougal se este não der a Jamie o que ele precisa. Isto, obviamente não é aceite de bom grado pelo nobre que em contrapartida, envolve-se num duelo onde Jamie terá de o apoiar se quiser o seu contributo.
“By the Pricking of My Thumbs” é um episódio recheado de conclusões a pequenas pontas soltas que foram surgindo ao longo da temporada. É um capítulo que se distancia brevemente do romancismo intenso entre os protagonistas e que explora os seus propósitos, bem como confere mais credibilidade ao seu elenco secundário e à sua importância no desenrolar da narrativa. A presença de Geillis e das suas artimanhas como feiticeira, do inesperado envolvimento com Dougal e o seu esquema para ficarem juntos, dá aquele toque especial a Outlander. Traições, intrigas, magia são três dos aspetos mais interessantes da série que, não só elogiam a premissa inicial como encorajam o espectador a tirar as suas próprias conclusões. As surpresas estão a surgir e, embora existam alguns pormenores menos bem conseguidos, Outlander atinge aqui o seu auge, não pela abordagem dos seus protagonistas, mas pela vasta narrativa que cerca as restantes personagens que são, por demais, deliciosas.
Vou, entretanto, treinar a escrita dos nomes dos intervenientes que revelam-se mais difíceis de entender do que os ouvir falar em gaélico. E apesar da sua história simples, o maior desafio de Outlander parece ser o decorar aqueles nomes que qualquer um de nós punha os nossos pais em tribunal.
Nota: 8.5/10
Jorge Lestre