Contém SPOILERS.
Cruella: People always underestimate girls in diamonds and furs, don’t they?
Aleluia! Aleluia que Kitsis e Horowitz nos dão um vilão do mais vilão que pode haver nesta série. É que, estão a ver, todos os supostos maus da fita tiveram algo no seu passado que os tornou assim. Regina. Rumplestiltskin. Zelena. Hook. Ursula. Cora e Pan encaixam no perfil de Cruella, mas neles ainda vimos nem que fosse um pouco de humanidade. Cruella faz jus ao nome que tem. É uma sociopata e Once Upon a Time precisava de um vilão sem pingo de bondade em si. Nem todos nascemos com a escolha de sermos quem quisermos. Em Sympathy for the De Vil tivemos, provavelmente, dos episódios mais pesados e sanguinários. Vamos à história de Cruella?
Surpresa, surpresa! Isaac (o nome do Autor) e Cruella conheciam-se da altura em que ele andava a viajar entre reinos (viver perpetuamente nos loucos anos 20? Sim, por favor! Viram bem aquelas roupas? Além disso, para além da história de dois entre Gatsby e Daisy, quem não adorou as partes das festa do livro – que Isaac estava a ler – O Grande Gatsby? Desculpem, estou a divagar). Inicialmente pensei que Cruella fosse do nosso mundo, mas parece que existe um território para todas as épocas, décadas, o que for. Enfim, então Isaac decidiu fazer uma paragem na casa de Cruella e da sua mãe Madeline, que mantinha a filha fechada no sótão. Tentei, em vão, não revirar os olhos quando comecei a aperceber-me que Cruella era outra vilã com problemas com a mamã. Graças a Deus que ela se revelou má como as cobras, ou a minha fé neste arco das Rainhas das Trevas eclipsava-se. Ela enganou Isaac facilmente
Regina: You’re acting like a petulant child! Your parants did a bad thing, they apologised, now get over it!
Emma: Forgive me if I don’t take advice from a woman who held a grunge for half her life because a ten year old split a secret.
Emma andou em modo morta-viva durante todo o episódio. Sim, tudo bem que ela revoltada – no mínimo – devido ao que os pais fizeram à filha de Maleficent, mas era preciso darem-lhe ar? A mulher parecia que andava drogada. Espero que as coisas melhorem quando ela perceber que a filha de Mal está vivinha e de boa saúde e é, nada mais nada menos do que a sua melhor amiga de adolescência, Lily. Este drama familiar já me começa a irritar.
Mas tarefa mais fácil em Storybrooke do que raptar Henry Mills?. A sério. Seria de esperar que o filho da Salvadora, filho adotivo da Evil Queen, neto de Rumplestiltskin e de Snow White e de Charming soubesse defender-se melhor. Quantas vezes mais é que Henry precisa de ser raptado para a família perceber que se calhar está na altura de ele aprender magia ou auto defesa mesmo? Como já percebemos, não é pêra doce pertencer a uma família como aquela. Foi tão fácil para Cruella raptá-lo. Não sei o que foi mais hilariante, se o rapto ou ela a jogar Angry Birds enquanto esperava por Emma e Regina.
Cruella queria o Autor morto, mas claro que isso não ia acontecer. E claro que Rumple usou tudo aquilo para seu benefício. O coração dele, meu Deus… Não admira que ele ande tão desesperado pelo Autor. Agora é questão de saber o que é que ele quer que o Autor mude. Que efeitos terá nele e noutras personagens. Isto parece-me muito com aquilo que Zelena queria fazer na temporada passada. Mas em vez de viajar no tempo, optam por uma via muito mais fiel. Já agora, Zelena, tive saudades tuas neste episódio.
Maleficent descobriu que a filha estava viva. E cometeu o erro estúpido de se transformar em dragão em vez de matar Cruella com um simples feitiço. Ela conhece Cruella há tempo suficiente para saber como funcionam os seus poderes, certo? E como é que Cruella e Ursula se mantiveram jovens? Não há magia neste mundo exceto em Storybrooke! Usar a magia do ovo? Pelo amor de Deus. Mais, não me admira muito que Cruella tenha deixado a bebé Lily para morrer mas… Ursula? Nunca nada nos foi mostrado acerca dela que nos levasse a crer que Ursula seria cruel dessa maneira.
No final, Emma matou Cruella antes que os pais pudessem informá-la que Isaac impediu que Cruella fizesse mal a alguém. A antiga Emma ter-se-ia limitado a tirar-lhe a arma. Matá-la não só vai muito contra os seus princípios como não a torna muito melhor do que os pais. Ela matou um ser humano para salvar o filho. Snow e Charming fizeram o mesmo. Claro que não é a mesma coisa. Cruella é uma coisa, uma bebé inocente é outra. Mas sempre supus que Emma tivesse mais respeito pela vida.
Mais do que nos mostrar o passado de Cruella, este episódio serviu para explicar porque é que o Autor se recusava a dar um final feliz aos vilões e porque manipulava as histórias. Gostei.
Nota: 7.5/10
Maria Sofia Santos